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OS GOLPISTAS TRAIDORES IAM PASSAR UMA RASTEIRA NO BOLSONARO

Num golpe militar sempre uma junta de oficiais da alta patente assume o poder, como aconteceu em 1964 e ocorre em outros países. Somente depois eles decidem que vai comandar o regime de opressão.

Nessa tentativa de golpe tramada em novembro de 2022, após as eleições, os golpistas iam passar a rasteira no Bolsonaro e até prendê-lo, para decepção de seus seguidores malucos e fanáticos que pouco usam o raciocínio para enxergar o cenário. Aliás, são uns tontos de parco conhecimento e saber.

Agora aparece o advogado do capitão ex-presidente, que foi expulso da sua corporação por insubordinação, defendendo que seu cliente não seria beneficiado se o golpe tivesse dado certo. Ora, ele está exercendo o seu papel, mas, em parte, tem razão.

Claro que não estava escrito no plano que logo após o golpe contra a democracia, com a eliminação do presidente da República, seu vice e o ministro do Supremo Tribunal Federal, uma junta militar assumiria o poder. Seria burrice demais!

Até posso imaginar que o próprio Bolsonaro já desconfiava disso, mesmo porque ele não é tão burro assim. O mais irônico é que seria traidor traindo traidor, ou um golpe dentro do golpe. Os chefões seriam o Braga Neto, o caquético Heleno e o comandante da marinha.

Só não consigo compreender é como eles iriam conseguir governar sem o aval da aeronáutica e do exército, sem falar na reação internacional, principalmente dos Estados Unidos e dos principais países da Europa.

Seria uma loucura e um tipo de golpe atabalhoado nunca visto na história brasileira e mundial porque estava em jogo a matança de três personalidades institucionais, duas delas do presidente e do vice, uma coisa estarrecedora, bem pior que na Venezuela.

Como um engodo puxa outro, ouvi dia desse um vídeo aí qualquer de uma mulher, não sei se era advogada, ou fake news, porque logo deletei e não passei para frente, onde ela dizia que tentar dar um golpe não constitui crime, comparando essa atitude como liberdade de pensamento.

Quer dizer, então, que se uma pessoa tentar assassinar o outro e não conseguir, fica impune e não responde na justiça como crime? Se eu fizer uma emboscada para matar alguém e o tiro sair pela culatra, não cometi nenhum crime?

Coisa de louco! Não, seu delegado, só pensei eliminar o sujeito. É o meu direito do livre pensar. É, meu amigo, tem hora que acho que estou vivendo em outro planeta, só que é aqui mesmo no Brasil que faz parte da terra das maluquices de muita gente ruim.

 

NAPOLEÃO E SEUS SÁBIOS NO EGITO

Quando Napoleão Bonaparte esteve no Egito com seus 34 mil homens do exército e seus sábios, por volta de 1799, um dos seus primeiros feitos foi criar o Instituto do Egito que elevou este antigo país ao conhecimento do Ocidente, principalmente a partir da Pedra de Roseta, decifrada pelo gênio Jean-François Champollion.

O autor da obra “Uma História do Mundo”, David Coimbra, jornalista e escritor, citou que o Instituto foi a reunião de 167 cientistas convocados por Napoleão para participar da campanha do Egito, com seu general Junot e seus soldados que descobriram o granito negro.

“Eram engenheiros, arqueólogos, botânicos, matemáticos, artistas, todo um time de sábios chamados de “savants de Napoleão”. O rei francês tinha a intenção de imitar seu maior ídolo conquistador do mundo, Alexandre, o Grande, que era também um militar-político. Ao chegar ao Egito, vindo da Macedônia, o primeiro lugar que Alexandre visitou foi o Templo do Deus Amon, por isso deram-lhe o nome de filho de Zeus.

Alexandre levou seus filósofos que registraram e refletiram sobre tudo o que viram. Napoleão quis fazer o mesmo e, por isso levou seus sábios porque a escrita hieróglifa egípcia era desconhecida. Um dia, seus soldados encontraram um granito negro, a famosa Pedra de Roseta que continham inscrições em hieróglifos, grego e copta.

Os cientistas tiraram cópias das inscrições, mas Napoleão perdeu para os ingleses na guerra e a Pedra de Roseta terminou sendo transferida para Londres onde ainda está no Museu Britânico, quando deveria ter sido devolvida para o Cairo. Por falar nisso, grande parte do nosso patrimônio foi levado ou roubado para o exterior, inclusive espécies de plantas e ervas medicinais da Amazônia.

Quem decifrou a Pedra de Roseta sem nunca tê-la visto foi Jean-François Champollion, o gênio da linguística. De acordo com o escritor David Coimbra, ele nasceu em Figeac, no ano de 1790. Dez anos depois sabia falar latim e grego, além de todas as línguas europeias. Por essa época começou os estudos de hebraico. Aos treze anos, lia e escrevia em árabe, siríaco e caldaico. Falava copta consigo mesmo para treinar a pronúncia. Antes dos 15 estudou a gramática chinesa. Em seguida aperfeiçoou-se no zenda, no pálavi e no farsi. Aos 17 escreveu um livro elogiado pela Academia de Grenoble: “O Egito sob os Faraós”. Quando completou 19 anos tornou-se professor universitário.

Ainda criança Champollion entrou em contato com os ministérios do Egito e prometeu decifrar os hieróglifos da Pedra de Roseta através das cópias tiradas pelos sábios de Napoleão. Alguns historiadores suspeitam que os hieróglifos sejam mais antigos que a escrita cuneiforme dos sumérios. No entanto, Coimbra entende que antes de 3000 a. C. e de Menés, o primeiro faraó, os hieróglifos deviam ser somente ideogramas, como a escrita chinesa.

“A LETRA E O VERSO”

Com a participação de artistas em geral, professores, estudantes, entusiastas da nossa literatura, poetas e escritores, foi lançado nesta quarta-feira à noite (dia 27/11/24), no “Espaço Curió”, o livro “A Letra e o Verso”, do professor Dirlêi Bonfim, compositor, músico, pós-doutor em Educação, doutor em Desenvolvimento Econômico e Meio-Ambiente, pela Uesc, mestre em Desenvolvimento Regional, consultor na área administrativa e contábil, bem como, coordenador do Movimento Artístico e Cultural de Vitória da Conquista.

“As letras, por si expressam o contexto do poeta. Carregam sentimentos notórios que norteiam a sua van existência. Os versos? Ah, os versos do poeta entrelaçam-se com suas letras, tornando ainda mais belas e coloridas as canções de amor que justificam a existência do ser e do humano. Dirlêi A. Bonfim é “Letra e Verso” – escreveu o professor Robério Farias, na orelha da obra, publicada pela editora Nzamba, de Luís Altério.

O músico, cantor, compositor e poeta Papalo Monteiro abre o prefácio indagando “Que Poesia é Essa? Tem Asas?. No final do texto poético, ele fecha com uma citação de Geléia Geral-Gilberto Gil/Torquato Neto: “Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia”.

A apresentação do livro é do músico, compositor e advogado Carlos Moreno. Ele afirma que “de todas as formas de expressão que nos sãos ofertadas e recomendadas, cotidianamente, a literatura é, a meu ver, a mais nobre, salutar e efetiva. Ler é o meio ideal para curar as nossas imperfeições, sarar as nossas feridas, dores, sabores e dissabores que insistem em nos rodear diuturnamente”. “A Letra e o Verso é vida em forma de poesia”.

Chico Luz, jornalista, escritor, compositor e músico fecha o livro com o posfácio, destacando na abertura que “não tente explicar ou compreender o multiverso do poeta Dirlêi Bonfim, pois nele, “tudo nada cabe”, antes se expande para mundos além da compreensão do espaço-tempo-razão”.

O professor Rubens Sampaio, jornalista e escritor também presta sua homenagem ressaltando que “este livro retrata a inquietude criativa e multifacetada do autor. O conteúdo vai desde a observação aguçada de pequenos detalhes do dia-a-dia, por vezes não observados por muitos, até as grandes introspecções da profundeza da alma”.

Entre as falas na solenidade do evento, o professor Luiz Rogério Cosme falou de Dirlêi como cidadão e pessoa humana, comparando-o como um vulcão em erupção poeticamente falando, mas ao mesmo tempo traduz em si e reproduz aquele espelho de uma lagoa serena e tranquila. É um sujeito amadurecido. É uma criança eterna que oferta para nós seu lado de uma poesia tão esquecida e vilipendiada em nosso cotidiano.

Realmente, a poesia de Dirlêi é, ao mesmo tempo, simples, compreensível, mas profunda, como aquele poeta que nos faz enxergar o invisível aos nossos olhos, como em “A Solidão”: “A solidão/Que nos aparece/De quando em quando/Que nos remete/A algum lugar sozinho/ A solidão da despedida/Do vazio, já sem lugar/Da rua soturna/ Da noite nublada/ No meio da calçada/ Ausência e vazio/ Apenas você nesse lugar”.

Ao evento, realizado num clima de confraternização sarausístico, musical e poético, estiveram ainda presentes, o jornalista e escritor Jeremias Macário com sua esposa Vandilza Gonçalves, Carlos Maia, o músico e compositor Manno Di Souza, a professora e jornalista Luciana Nery, o escritor Paulo Henrique, dentre outras personalidades que prestigiaram o lançamento do livro “A Letra e o Verso”.

 

PASSAGEM DO RIO

 

Passagem do rio

(Chico Ribeiro Neto)

Tia Nina rezava e praguejava. Tio Hugo se embebedava, meu avô Chico sorria, a empregada Agostinha cantava e lá atrás da casa 25 da Rua 2 de Julho o rio de Contas passava em Ipiaú, Bahia,

Minha mãe Cleonice, que aos 16 anos se casa com Waldemar, ainda brincava de boneca quando ficou grávida do primeiro filho, Luiz. Depois viriam José Carlos, Cleomar e o caçula Chico.

Teve um dia em que um avião teco-teco fez um pouso forçado num areião do rio de Contas. A cidade toda foi ver o avião, fazia fila.

O dono da farmácia passava remédio pra todo mundo, “melhor do que muito médico”.

Meu irmão Cleomar teve uma febre alta. Cleonice chamou uma rezadeira e testemunhou: a mulher rezava, o cheiro de jasmim aumentava e a febre baixava.

É sábado. A zuada dos primeiros carros de madeira trazendo a feira. Vovô Chico não compra nada pelo preço: “Faz-se de besta, seu moleque, só vou pagar dez e tá bom demais!” Pegava a mercadoria, jogava o dinheiro, saía andando e o vendedor atrás reclamando.

Os ingás são uma fartura. Banana se comprava o cacho. O cheiro era delicioso nas barracas de comida. As formigas saem do buraco, sinal de chuva.

Luiz Gonzava canta à noite na praça da feira. Meu pai me leva para ver o Rei do Baião lá de cima da marquise da loja de ferragens. Tenho 5 anos, é década de 50.

A bola cai no Rio de Contas. As lavadeiras cantam e sorriem. Fui proibido de entrar no quarto onde está minha avó morta. Luiz pula do pé de abacate pro muro. O cara dá um banho de cerveja no seu cavalo que ganhou a corrida.

São 18 horas. Vovô fecha a loja São Roque. Tia Nina canta “a nós descei, divina luz”. O serviço de alto-falante toca a Ave Maria com Augusto Calheiros (“Cai a tarde, tristonha e serena…”). O bar Galo Vermelho abre as portas.

Depois daquele portão do quintal passa o rio de Contas, barrento de lembranças, e escorre uma lágrima pelo rosto, sinal de enchente.

NOSSOS ANCESTRAIS

Quando falamos de ancestralidade logo imaginamos dos negros que vieram da África, descendentes de diversas tribos e etnias, que aqui foram escravizados por 350 anos, mas esquecemos que a nossa gente também foi formada por árabes vindos da Península Ibérica, pelos portugueses e, claro, pelos nativos indígenas que já eram donos desta terra de florestas chamada brasis. Não consigo comungar muito com esse negócio de Dia da Consciência Negra porque entendo que só existe uma que é a consciência humana. Por outro lado, teríamos que ter também a Consciência Indígena e, porque não, a consciência mestiça. Durante a realização da Feira Literária de Vitória da Conquista, a Fliconquista, no início deste mês de novembro, no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, flagramos uma bela exposição de arte denominada de “Ancestralidade e Transição”, por sinal bastante profunda que nos faz mergulhar que somos originários de diversos povos, especialmente dos índios. A escravidão, da qual já foi tanta comentada por historiadores, cientistas e escritores, foi uma vergonha pela brutalidade praticada pelos nossos antepassados. No entanto, o massacre contra os índios tem menos visibilidade e talvez tenha sido ainda mais violento e brutal. O pior é que essa matança pelos brancos continua até os tempos atuais, basta reportar o que vem acontecendo nos estados da Amazônia, como exemplo, em Roraima, com os desmatamentos e a ação do garimpo.

 

PIRÂMIDES E MÚMIAS

Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

“Toda gente teme o tempo,

Mas o tempo teme as pirâmides”

Provérbio árabe,

De realidade única imutável,

Como dizia o filósofo Parmênides:

“O ser é e o não ser, não é”,

Ontologia racionável.

 

Quépes, a grande,

Revestida de mármore,

Numa paisagem sem árvore;

Quéfren, com corpo de leão,

Asas de águia,

Que encanta nossa visão;

Miquerinos aos seus pés,

Das rainhas dos faraós;

Nelas viviam as múmias,

No complexo dos Gizés,

Conservando a imortalidade,

Por toda eternidade,

Até dos felinos,

Animais de estimação,

Assim cantavam os poetas,

Nos bailes e nas festas,

De seus violinos, a canção.

 

Trinta dinastias,

Trinta séculos de lutas e amor,

Entre o Saara e o Mar Vermelho,

Com suas barragens,

Canais e vias:

Plantaram as pirâmides,

Nas areias da morte,

Chamadas de vermelhas,

Onde não nascia uma flor,

Nem pousavam as abelhas.

 

Menés

Que não era daqui,

Nossos idiotas Manés,

Foi o unificador,

Do Alto e Baixo Egito,

Dirigiu seus monarcas,

Como um bom pastor;

Acabou com o conflito,

Com a guerra e o horror.

 

Pirâmides são túmulos,

Das múmias em acúmulos;

Das ventas extraiam os miolos,

Infusão de drogas;

Cortavam o abdome,

Da mulher e do homem,

Vinho da palmeira,

Perfume de erva caseira,

Câmara sepulcral,

Alma Ka imortal.

 

Teve até uma pirâmide negra.

Amenemhat

Mudou Mênfis para Tebas,

Com ritual e Ação de Graça,

Disse que “um homem

Não tem amigos

No dia da desgraça”.

 

Duas raças semíticas,

Destruíram os egípcios:

Os descendentes de Abraão,

Os bárbaros hicsos,

Com os cavalos, deuses míticos,

Acabaram com a união.

 

Após milênios veio Napoleão,

Com seus sábios arqueólogos,

Como o gênio Champollion,

Decifrador dos diálogos,

Da preta Pedra da Roseta,

Que ficou com os ingleses,

Depois de vencerem os franceses.

A religião é uma expressão,

Do querer viver,

Do se tornar eterno,

Mas sabe que vai morrer;

A tudo se dá sentido,

Mesmo que não haja sentido,

Aí o cara se torna surreal,

Na briga entre o bem e o mal.

 

O cristão com sua vida eterna,

Da Idade Média a Moderna,

Levanta sua catedral,

O hebreu com seu Juízo Final,

O muçulmano, sua mesquita

Diz ganhar o Sétimo Céu,

Cobre a esposa de véu;

O monge buda vira eremita,

A múmia se eterniza,

E a história fica real,

Na pirâmide do jornal.

POR QUE É PROIBIDO VENDER SANGUE?

É um tema controverso, mas sempre estamos assistindo e lendo matérias na mídia sobre a situação de escassez de sangue nos Hemobas (25/11 é o Dia do Doador) por falta de doadores voluntários suficientes para atender a demanda de pacientes nos hospitais e clínicas.

Toda vez fico a me perguntar por que é proibido vender sangue no Brasil se os hospitais privados fazem o uso desse material cobrando uma fortuna quando faz um procedimento cirúrgico? Existem também os hemocentros particulares. Nesse caso, as indústrias farmacêuticas não poderiam comercializar medicamentos caros extraídos do plasma do sangue que é doado.

Tudo isso não é contraditório, hipócrita e moralista? Pelo que eu saiba, nos Estados Unidos não existe essa proibição quando a venda de quem quer disponibilizar seu sangue. A empresa Ambrósia Health paga 30 mil reais por um litro de sangue de jovens de 16 a 25 anos.

Existem mexicanos do norte do país que entram nos EUA com vistos temporários para vender seu sangue. Dizem que o mercado global com a venda de sangue chega a 21 bilhões de dólares. O México, por exemplo, é o maior fornecedor de plasma.

Sei que se trata de um assunto polêmico quando envolve questão voluntária que envolve socorrer vidas humanas, mas até 2001 (25 anos) pela lei 10.205 era permitida a remuneração, e aí entrou o artigo 199 da Constituição Federal e proibiu. Existe uma PEC no Congresso Nacional para liberar a remuneração, mas o Ministério da Saúde tem procurado emperrar sua aprovação.

De acordo com pesquisas, a taxa de doação é de 1,8% da população brasileira, bem aquém dos 3% recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Esse índice não poderia ser elevado se houvesse o pagamento?

Existe um outro argumento para quem defende a doação, a de que o vendedor pode mentir com relação às normas estabelecidas para doação, somente visando o dinheiro. Ora, a ciência hoje já está bem avançada para detectar possíveis mentiras, eliminar o sangue do doador e ainda punir a pessoa. A comercialização não impediria quem quisesse fazer a doação de forma voluntária.

Enquanto isso, o que mais se ouve é essa lamúria da falta de sangue para salvar vidas. Não vejo nenhum problema a pessoa vender seu sangue, principalmente aquele de menor poder aquisitivo que precisa de uma grana para sua subsistência.

No lugar de não ser liberada a venda, quem doa recebe benefícios através da folga no trabalho, se não me engano, somente concedido aos servidores públicos e militares que fazem três doações por ano. É necessário ter a carteira de doador. Li também em algum lugar que o doador estadual pode ter oito dias de folga quando fizer quatro doações anuais.

SÓ IMBECILIDADES E IDIOTICES

Ao invés de melhorar o nível, só piora. Estou me referindo aos áudios e vídeos que ultimamente têm saído nas redes sociais e ainda tem gente que posta essas porcarias em grupos que se dizem formados de pessoas letradas. A impressão que se tem é que, quanto mais avança a tecnologia, mais a humanidade se torna mais decadente e idiota, com tantas imbecilidades.

Hoje mesmo recebi um vídeo onde o sujeito parece estar chapado de bêbado, tudo indica dentro de um carro, falando coisa sem coisa, sem nenhum argumento lógico, repetindo as mesmas palavras e dizendo que nunca imaginaria em sua vida ver bandidos prendendo militares, na visão dele, mocinhos.

Só entendi que os bandidos na concepção dele são o presidente da República, seu vice e o ministro do Supremo Tribunal Federal. Os militares trapalhões conspiradores contra a democracia são os golpistas. Lembrei de Catilina e suas conspirações contra o império romano.

O pior de tudo é o linguajar chulo e repetitivo, sem nenhuma base lógica e argumentativa. Como dialogar com um indivíduo desse que, entre uma besteira e outra, generaliza a palavra comunista, coisa do tempo da guerra fria quando a ditadura civil-militar tinha como inimigo número um o comunismo.  Dá para se perceber que ele nada sabe sobre comunismo.

É triste ver crescer no mundo de hoje essa onda extremista, do tipo canina raivosa fanática, homofóbica, racista e misógina, o que só demonstra o quanto a nossa humanidade vem caindo de raciocínio nos últimos anos, principalmente em termos de ideias. O QI só faz decrescer.

Como é ridículo o cara chamar o outro de comunista, como se fosse um bandido marginal criminoso, só porque sua ideologia é de esquerda, progressista e humanista! A questão não é concordar ou discordar do pensamento do outro, mesmo porque cada um tem direito ao contraditório.

O problema é a nítida pobreza de neurônios, conhecimento e saber, para um argumento que possa abrir espaço para um diálogo. O que se tem visto nesses vídeos é uma verborreia violenta, agressiva e até desrespeitosa, que nada tem a ver com democracia e liberdade de expressão.

Nessas conversas não existe nada de racionalidade lógica, mas uma espécie de violência verbal que dá nojo e repugnância. O pior é que essas postagens têm aparecido muito em grupos presumivelmente composto de intelectuais em diversas áreas da nossa cultura.

Mais espantoso ainda é quem faz esse tipo de postagem de baixo nível quando deveria ter o mínimo de respeito com os outros participantes. É por essas e outras que estou procurando evitar ser componente de certos grupos porque, além de carregar demais o celular, me deixa constrangido e enojado.

 

O RELÓGIO E O TELEFONE

No gancho jornalístico do meu amigo, colega e ex-companheiro de trabalho no jornal A Tarde, Chico Ribeiro, nosso conhecido “Titio”, queria falar de duas peças onde uma ainda resiste ao tempo e o outro praticamente foi extinto do nosso uso com a chegada da tecnologia da internet e do celular móvel.

Tratam-se do relógio e do telefone fixo. O primeiro continua a ser utilizado nos braços dos homens e mulheres como se fosse uma joia, um colar, uma corrente na forma de elegância corporal. Ainda existem relojoarias e relojoeiros. Mesmo com o celular na mão, que aponta as precisas horas, as pessoas continuam com o velho costume tradicional do relógio no braço.

Tem gente que gosta daqueles grandes estilosos de meio quilo e até faz coleção. Ostros são mais discretos e apreciam os mais modernos sofisticados para exibir como peça. Os mais ricos compram os de ouro, inclusive branco, cravejado de pedras preciosas. O capitão ex-presidente quis ficar com um presenteado pelo rei da Arábia Saudita.

O relógio continua sendo um objeto símbolo de poder. Muitos ainda lhe param nas ruas para pedir as horas. Nunca mais eu vi aqueles de bolso usados por coronéis que precisavam dar corda de hora em hora. Tem os bons e os chamados patachos. Existem aqueles grandes de paredes que você ouvia de longe o tic-tac do badalo do tempo, bem como os do cuco.

Estes viraram peças de museu e ainda são encontrados como relíquias para vendas em casas de antiguidades. Uma vez, em Tiradentes – Minas Gerais, fiquei encantado com uma coleção desses relógios, todos estilosos e impressionantes. Lembrei das casas dos poderosos fazendeiros.

Relógio, que nos faz recordar da Suíça, ainda é uma coisa fascinante porque está ligado ao tempo, é vida e morte. Desde quando pude adquirir um, nunca mais deixei de ter um relógio no braço. Sem ele, parece que está faltando alguma coisa em meu corpo. É como o chapéu, minha marca ainda não registrada em cartório.

Quanto ao telefone fixo, antes muito caro e não era para todos, caiu em desuso com o surgimento do celular onde as pessoas preferem passar suas mensagens, áudios e vídeos e raramente ligar. Para conseguir um fixo na Telebahia, tinha-se que entrar num fila e pagar um monte de prestações. Tinha também o alugado.

Era um bom investimento que rendia mais que uma ação na bolsa de valores, uma conta na poupança, no setor imobiliário ou um CDC. Existiam ainda os orelhões nas ruas, com fichas e cartões, que me salvaram muitas vezes do aperto na hora de passar uma matéria do interior do sertão para a redação.

O telefone fixo também servia como despertador para você acordar cedo para o trabalho ou para uma viagem. A pessoa ligava para a moça da Telebahia e pedia para lhe acordar. Na hora certa ela tocava e ainda repetia o aviso cinco minutos depois para certificar que a pessoa havia levantado da cama. Não dava para você ficar enrolado na coberta da preguiça.

É isso aí, meu amigo, a tecnologia fez desaparecer coisas boas do passado quando a gente era feliz e não sabia. No entanto, o relógio ainda cai bem no braço de uma mulher elegante e a maioria gosta de ganhar um de presente. A maioria dos homens também não dispensa um relógio e sou um deles. Só não gosto de parar para dar as horas.

O REI REBELDE DO EGITO E O EDIFÍCIO MAIS ANTIGO DA HISTÓRIA HUMANA

O Egito foi uma civilização que surgiu depois dos sumérios e sua grandeza foi forjada ao longo do rio Nilo, conforme relata o jornalista e escritor David Coimbra em “Uma História do Mundo”. Como já citei aqui antes, Akhenaton foi o único rei egípcio que se rebelou contra um mundo antigo. Foi, por assim dizer, um revolucionário.

O grego Heródoto, que visitou a região, escreveu que o Egito foi uma dádiva do Nilo. O país está ali no Oriente Médio, no nordeste do chamado Continente Negro, ao lado de Israel, da Jordânia, do Líbano e da minúscula Faixa de Gaza, num ponto nevrálgico onde hoje o Benjamim Netanyahu, o “Bibi” carniceiro, já exterminou mais de 40 mil palestinos.

Para entrar na terra prometida por Deus, os hebreus que saíram fugidos dos faraós ficaram 40 anos circulando pelo deserto em círculos. Alguns historiadores dizem que foi uma determinação de Moisés enquanto Josué, o estrategista militar, conseguia uma brecha para invadir Jericó.

David Coimbra afirma que foi por causa do Javé ciumento, possessivo e vingativo dos hebreus. Deus pretendia purgar o povo dos seus vícios. No Egito eram escravos e depois homens livres e, para que a Terra Prometida fosse habitada por eles, Javé esperou a extinção de toda uma geração que tinha sido escravizada.

Outra questão controversa é quanto a construção das pirâmides, de que elas foram erguidas por escravos. O autor da obra contesta esta versão e ressalta que foram feitas por agricultores assalariados durante as enchentes anuais do Nilo.

Nesse período eles recuavam para lugares mais altos e iam trabalhar para os faraós. Contam que a primeira greve registrada pela história foi promovida por operários de pirâmides que estavam com os salários atrasados. Os egípcios tinham dificuldade de lidar com a terra e é aí que entram os sumérios com suas técnicas, isto há uns 5,5 mil anos a.C.

Outro fato diz respeito ao edifício mais antigo do mundo. Os arqueólogos continuam nos tempos atuais escavando ruínas. Nas pesquisas encontraram o Gobekli Tepe, uma estrutura de pilares e esculturas parecidas com a inglesa Stonehenge, situada na Turquia. Acreditam ser o mais antigo edifício da história humana.

Os cientistas estão intrigados porque o Gobekli não foi construído às margens do Nilo e nem do Tigre e do Eufrates, na Mesopotâmia, onde nasceu a civilização. Na concepção deles, houve uma mudança fundamental no espírito dos seres humanos que se estabeleceram na Mesopotâmia por volta de oito mil anos a. C. e que isso os empurrou para a civilização.

A história, por não ser uma ciência exata, tem seus pontos controversos. Como assinala Coimbra, na escola aprendemos que Bartolomeu Dias foi o primeiro a dobrar o Cabo da Boa Esperança com suas caravelas.

Historiadores destacam que está errado. Quem primeiro dobrou o Cabo da Boa Esperança foram os fenícios, vinte séculos antes dele, a mando dos egípcios. Por volta de 600 a.C., o faraó Necho II queria descobrir uma forma de navegar a África, na época chamada Líbia. A ideia era sair do Mar Vermelho em direção ao sul e chegar ao Delta do Nilo, no norte do Egito.

Os fenícios eram ótimos marinheiros. Saíram e se foram. Por meses continuaram descendo até que cruzaram o Trópico de Capricórnio. Eles se espantaram quando viram o sol ao norte e, foi por isso, que cruzaram o Cabo da Boa Esperança, no século VI a. C. Subiram pela costa da África e depois de três anos de viagem entraram pelas Colunas de Hércules (Gibraltar) de volta para casa.

 





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