Quando falamos de ancestralidade logo imaginamos dos negros que vieram da África, descendentes de diversas tribos e etnias, que aqui foram escravizados por 350 anos, mas esquecemos que a nossa gente também foi formada por árabes vindos da Península Ibérica, pelos portugueses e, claro, pelos nativos indígenas que já eram donos desta terra de florestas chamada brasis. Não consigo comungar muito com esse negócio de Dia da Consciência Negra porque entendo que só existe uma que é a consciência humana. Por outro lado, teríamos que ter também a Consciência Indígena e, porque não, a consciência mestiça. Durante a realização da Feira Literária de Vitória da Conquista, a Fliconquista, no início deste mês de novembro, no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, flagramos uma bela exposição de arte denominada de “Ancestralidade e Transição”, por sinal bastante profunda que nos faz mergulhar que somos originários de diversos povos, especialmente dos índios. A escravidão, da qual já foi tanta comentada por historiadores, cientistas e escritores, foi uma vergonha pela brutalidade praticada pelos nossos antepassados. No entanto, o massacre contra os índios tem menos visibilidade e talvez tenha sido ainda mais violento e brutal. O pior é que essa matança pelos brancos continua até os tempos atuais, basta reportar o que vem acontecendo nos estados da Amazônia, como exemplo, em Roraima, com os desmatamentos e a ação do garimpo.