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:: 27/nov/2024 . 22:31

POR QUE É PROIBIDO VENDER SANGUE?

É um tema controverso, mas sempre estamos assistindo e lendo matérias na mídia sobre a situação de escassez de sangue nos Hemobas (25/11 é o Dia do Doador) por falta de doadores voluntários suficientes para atender a demanda de pacientes nos hospitais e clínicas.

Toda vez fico a me perguntar por que é proibido vender sangue no Brasil se os hospitais privados fazem o uso desse material cobrando uma fortuna quando faz um procedimento cirúrgico? Existem também os hemocentros particulares. Nesse caso, as indústrias farmacêuticas não poderiam comercializar medicamentos caros extraídos do plasma do sangue que é doado.

Tudo isso não é contraditório, hipócrita e moralista? Pelo que eu saiba, nos Estados Unidos não existe essa proibição quando a venda de quem quer disponibilizar seu sangue. A empresa Ambrósia Health paga 30 mil reais por um litro de sangue de jovens de 16 a 25 anos.

Existem mexicanos do norte do país que entram nos EUA com vistos temporários para vender seu sangue. Dizem que o mercado global com a venda de sangue chega a 21 bilhões de dólares. O México, por exemplo, é o maior fornecedor de plasma.

Sei que se trata de um assunto polêmico quando envolve questão voluntária que envolve socorrer vidas humanas, mas até 2001 (25 anos) pela lei 10.205 era permitida a remuneração, e aí entrou o artigo 199 da Constituição Federal e proibiu. Existe uma PEC no Congresso Nacional para liberar a remuneração, mas o Ministério da Saúde tem procurado emperrar sua aprovação.

De acordo com pesquisas, a taxa de doação é de 1,8% da população brasileira, bem aquém dos 3% recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Esse índice não poderia ser elevado se houvesse o pagamento?

Existe um outro argumento para quem defende a doação, a de que o vendedor pode mentir com relação às normas estabelecidas para doação, somente visando o dinheiro. Ora, a ciência hoje já está bem avançada para detectar possíveis mentiras, eliminar o sangue do doador e ainda punir a pessoa. A comercialização não impediria quem quisesse fazer a doação de forma voluntária.

Enquanto isso, o que mais se ouve é essa lamúria da falta de sangue para salvar vidas. Não vejo nenhum problema a pessoa vender seu sangue, principalmente aquele de menor poder aquisitivo que precisa de uma grana para sua subsistência.

No lugar de não ser liberada a venda, quem doa recebe benefícios através da folga no trabalho, se não me engano, somente concedido aos servidores públicos e militares que fazem três doações por ano. É necessário ter a carteira de doador. Li também em algum lugar que o doador estadual pode ter oito dias de folga quando fizer quatro doações anuais.





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