:: 20/nov/2024 . 23:27
TODA TRAMA GOLPISTA DITATORIAL É MARCADA COM BANHO DE SANGUE
Na história da humanidade, todo golpe, seja de direita ou de esquerda, é marcado com banho de sangue, no início ou durante o processo do regime implantado. A tentativa brasileira, agora denunciada pela Polícia Federal, começaria por eliminar os três principais representantes dos poderes executivo, o presidente e o vice, e um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Esse procedimento tirânico e sanguinário é muito parecido com os golpes que costumeiramente acontecem em certos governos africanos. É também semelhante aos russos na Revolução de 1917 com a família do czar Nicolau II e depois com o próprio Lenin. Existe uma tese de que Lenin tenha sido envenenado a mando do próprio Stalin.
Na América do Sul ocorreu em 1973 quando o general Pinochet ordenou a execução do presidente Salvador Alende em seu Palácio através de um bombardeio, com apoio dos Estados Unidos. Houve também casos desse tipo na América Central e na Ásia. Na antiguidade e entre os séculos XIV, XV até o XVIII e XIX, chefes tribais exterminavam primeiro seus adversários no comando.
No Brasil, essa trama golpista, inclusive prevendo possíveis envenenamentos, com mortes antecipadas de membros mais importantes da instituição do poder, eleitos democraticamente pelo voto popular, pelo que eu saiba, é a primeira vez que entra no cardápio de assassinatos. Então, trata-se de um grupo tirânico aos moldes antigos de crueldade.
Os golpes no Brasil, como da República sobre o Império, em 1889, a tentativa de uma ditadura, em 1954, com o suicídio de Getúlio Vargas, e a mais recente de 1964, não estavam em seus scripts a matança de representantes do poder, como João Goulart, Waldir Pires, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola e outros, mas a destituição, prisão e exilamento.
Claro que a partir dali e durante os mais de vintes anos da ditadura civil-militar-burguesa de 64 houve um banho de sangue, com torturas, mortes e desaparecimentos de presos políticos, inclusive Jango, Juscelino Kubistchek e Carlos Lacerda foram eliminados no final do regime para que eles não se candidatassem ao poder.
No caso do ex-presidente capitão, expulso da sua corporação por indisciplina e outras irregularidades, e do seu grupo extremista de tenentes-coronéis e generais, foi uma trama diabólica atípica, diferente dos outros métodos, justamente porque eles não contavam com o apoio geral de comandantes da ativa e tropos das forças armadas do exército, da marinha e da aeronáutica.
Se o bárbaro fato fosse consumado, a maior parte dos brasileiros e do mundo ficariam estarrecidos e chocados. Tenho minhas dúvidas se o “Bozó” não seria também sacrificado, e assumiria, por pouco tempo, uma junta militar de generais e coronéis de pijama. Poderia até acontecer um golpe sobre o golpe.
Com o consentimento e aval do chefão, os caras são uns malucos instigados por extremistas que bem antes foram às ruas pedir uma intervenção militar no Brasil e depois acamparam na frente dos quartéis urrando contra as eleições e a democracia com seus “punhais verde-amarelos”.
Depois do resultado do pleito, em outubro de 2022, o capitão derrotado sumiu de cena. Lembro que alguém me perguntou sobre seu sumiço e respondi que estava conspirando um golpe. Alertei que vinha bomba por aí. A trama já vinha sendo arquitetada antes com as fakes news de fraude nas eleições, mas eles ficaram novembro e início de dezembro armando literalmente o banho de sangue.
Deram com os “burros n´água” e, talvez, seus planos tenham sido atrapalhados pelas próprias manifestações na posse de Lula e Geraldo Alkmin, no dia 12 de dezembro de 2022. Depois teve o oito de janeiro com a invasão do Congresso Nacional, do Supremo e do Palácio do Planalto.
Quanto ao ministro Alexandre de Moraes, este já vinha sendo jurado de morte. Não passam de uns trapalhões perdedores fanáticos do “punhal verde amarelo”, coisa de cangaceiros contra a democracia, a exemplo do primeiro homem bomba tupiniquim do Brasil que nem conseguiu acerta a estátua da Justiça com suas bombas e fogos juninos.
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