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:: ‘Na Rota da Poesia’

“SEJA LIVRE DE TI MESMO”

De Camila Cabral (poetisa selecionada) Volta Redonda – Rio de Janeiro, do livro “X Coletânea Viagem pela Escrita” – homenagem à poetisa Hilma Ranauro.

Permaneça mãos limpas,

Nada na memória d´alma atada,

 

Para quando,

Em última miséria

 

Nada tenhas a perder,

Nem a ti mesmo.

 

Que mais almejar

Poderia teu coração?

 

Que glória teu peito

Agora nu a alcançar?

 

Tempo desmedido em ti

Te levando rumo ao nada.

 

Esse destino fatídico

A colher tua liberdade afanada.

 

Que grande honra seria

A independência ora perdida?

 

Queimado de sol, senta-se

Respira e apenas sinta.

 

Que a vida te faz a corte

Quando és rei de ti mesmo.

ASSIM…

Da poetisa Yna Beta – Rio de Janeiro, selecionada pela X coletânea Viagem pela Escrita – homenagem à poetisa Hilma Ranauro.

Da varanda aprecio as montanhas

Tão lindas e tão distantes

Mas, ao mesmo tempo, tão perto.

Assim… é você no meu coração!

 

A chuva que cai deixa

Um cheiro de terra molhada

Aroma de saudade de um tempo ido

Que não volta mais

 

Assim… passo meus dias

De pandemia que não tem fim,

E esperança num futuro incerto.

 

Cuidando dos meus amores

Numa alegria nostálgica

Assim… continuo com meus sussurros…

20/01/23

Hilma é professora de língua portuguesa, poetisa e contista. Publicou dois livros de poemas “Descompasso” (1985) que recebeu menção honrosa no Prêmio Guararapes, da União Brasileira de Escritores, e “Um murro no espelho baço” (1992).

“PERFUMES DE LAVANDA FRESCA”

Do livro “Suspiros Poéticos – a beleza da lira cor”, da poetisa Regina Chaves dos Santos

Beijo,

Do beija-flor

Sedento de amor

Beija a flor

Mais formosa

Do jardim!

 

Beija,

Do beija-flor

Sedento de amor

Uma alquimia, uma quimera

– um cheiro de poesia!

 

Beija,

Do beija-flor

Colhendo o néctar das flores

Balança a fruta-cor

O viço natural,

– o viço de um amor!

 

Beija,

Beija o beijo

Do beija-flor

No olfatar das flores,

– das cores do amor!

 

…um beija-flor

Sedento de amor

Beija a flor.

Beija a flor do meu amor…

Vestido de cetim,

– perfumes de lavanda fresca!

 

Beijo,

Do beija-flor

Sinfonias de um amor,

Coração ardente,

– um beija-flor!

LOUVADO SEJA…

Poeminha de autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Louvado seja

O criador do universo,

Que me deu régua e compasso,

Ainda o laço,

Pra dele traçar meu verso.

 

Louvado seja

As ondas do mar,

Nas rochas

A fazer xuá-xuá.

 

Louvado seja

As intrincadas florestas,

Onde os animais

Realizam suas festas.

 

Louvado seja

O pôr do sol,

Que no horizonte

Arreia seu cavalo dourado

Atrás daquele monte,

Depois de um dia a galopar,

Como nosso deus-mor.

 

Louvado seja

O nosso amanhecer,

Com seus raios a beijar a fonte,

E aquece nosso viver,

Do inimigo e de você.

 

Louvado seja

Aquele que transforma

Dor em amor,

Espinho em flor.

 

Louvado seja

O verão que me fortalece,

O frio sereno do inverno,

O pecador,

Que ao senhor faz sua prece,

E louva a terra e o beija-flor.

ESPIANDO VAGA-LUMES

Do livro Suspiros Poéticos – a beleza da lira cor, da poetisa Regina Chaves dos Santos

Olhe para o horizonte que habita em ti e deixe fluir

-Espie vaga-lumes!

Busque enxergar entorno e além da tua volta,

– Veja o pôr do sol e aprecie o amanhecer!

Seja a criança dos olhos de um adulto,

– Escute o batuque do coração em silêncio!

Aprecie a natureza.

Leia um livro.

Tome banho de chuva.

Suba em uma árvore.

– Assopre o arranhado da criança!

Tente assoviar feito a passarinhos…

– Observe antes de pensar, e pense,

– Pense com os olhos da mente e com a sapiência do coração!

ALMA PENITENTE

Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Lá fora, a lua prateada,

Dança com o vento a farfalhar

Nos vales e montes,

Com orvalho na relva,

Sereno fino nas fontes,

A anuncia outro dia

De mais um viver,

De vitória e agonia,

E eu aqui nesta cidade,

Em minha loucura solitário,

Bate a tempestade

Do vazio existencial,

Em minha alma penitente,

Vagante indigente

No embate entre o bem e o mal.

 

Afaste para longe de mim

Essa gente egoísta indiferente

Da minha alma penitente.

 

Do meu porto parto,

Em minha velha barca,

Levando minha arca,

De dores passadas,

Vidas atadas,

Pelos mares incertos,

De nevoeiros cobertos,

Numa aventura

À procura de ventura,

Oh, minha alma penitente!

Que mente com a mente,

Que ela não tema o medo

Na busca da razão,

Para curar seu coração.

 

 

 

“OLHOS DA PAIXÃO”

Do livro “SUSPIROS POÉTICOS”- a beleza da lira cor, da autora poetisa amiga Regina Chaves dos Santos.

A brisa me contou

Que sentiu o cheiro do meu amor,

– ele vem vindo!

 

Trazendo nos olhos o encanto da paixão e no coração,

– saudades de seu bem que lhe espera, sorrindo!

 

Entre milhas e milhas ouve-se uma canção,

Para aliviar o aperto de seu coração…

 

Canta para as estrelas, adiante no céu,

– lhe fazendo companhia na solidão!

 

Com os olhos enchidos de carinho

O pensamento invade,

O canto das saudades…

Exalando perfumes, – entre dois corações!

– A brisa me contou, sorrindo!

COMO DESATAR ESSE NÓ?

De autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

O vaqueiro,

Amansador de burro brabo

Deu um nó cego,

E ainda bateu um prego.

 

Como desatar esse nó,

E decifrar esse quiproquó?

 

Dizem que o universo é infinito,

E se for finito,

O que existe além disso,

Trevas no precipício?

 

Como desatar esse nó,

E decifrar esse quiproquó?

 

Se Deus existe,

Quem, então, criou Deus?

Tudo é mistério sem razão,

Coisas da fé e da religião,

 

Como desatar esse nó,

E decifrar esse quiproquó?

 

A vida já nasce com a morte,

Uns saudáveis e fortes,

Outros pobres miseráveis,

Até com doenças incuráveis.

 

Como desatar esse nó,

E decifrar esse quiproquó?

 

Os espíritas acreditam

Na reencarnação,

Os cristãos afirmam que não,

Que a alma segue outra dimensão.

 

Como desatar esse nó,

E decifrar esse quiproquó?

 

A ciência se liga na matéria,

Não sabe da onde viemos,

Nem quem somos,

E para aonde vamos.

 

Como desatar esse nó,

E decifrar esse quiproquó?

 

E o amor não correspondido,

Fica o dito pelo não dito,

Se conhecer é sofrer,

Melhor é não saber?

 

Como desatar esse nó,

E decifrar esse quiproquó?

 

 

 

 

SERRA DOS BEM-TE-VIS

Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Nasci menino nordestino,

Na Serra dos Bem-te-Vis,

Agreste de pinturas rupestres,

Parente do Neandertal,

Que navegou

Entre águas doce e de sal;

Fui laçado

Pelo existir do destino;

Enfrentei batalhas,

Em meu cavalo a galope,

Sobrevivi ao golpe;

Criei cicatrizes,

Nos fios das navalhas;

Mantive minhas raízes,

Da Serra dos Bem-te-Vis.

 

Cai e levantei;

Sei o quanto sofri

Nesse sistema brutal,

Quando rasgaram

Minha mente,

Nela colocaram um chips

De lavagem cerebral,

Mas nunca esqueci

Da Serra dos Bem-te-Vis.

 

No céu embaçado do inverno,

Cambaleando segui em frente;

Imaginei estar no inferno,

Na guerra dessa gente;

Revigorei minha alma,

No amanhecer do sol de verão,

Nos passos firmes

Do meu bastão,

Lá da Serra dos Bem-te-Vis.

 

Escalei montanhas;

Atravessei oceanos;

Conheci suas entranhas,

Solitário vivi, pedras removi,

Desde a Serra dos Bem-te-vis.

 

Lá na Serra dos Bem-te-Vis

Não apodrecem os sentimentos,

Nem existem intrigas verbais,

Que vão parar nas redes virtuais;

Não envelhecem

Os corações juvenis,

Lá na Serra dos Bem-te-Vis

 

 

 

POEMAS À MARGEM – AFLUENTES ATO I

De autoria da poetisa e professora Mariângela Borda, do livro Antologia de Contos e Poemas (Editora Saramago)

SOB O LEITO DO AMOR

Sob os afluentes

Do prisioneiro rio,

A copular

As águas

De um

Leito

Fluído

À margem

Do amor,

O corpo

Em concha

Se fecha

À espera

Do oceano,

Que da sereia

Enamorado,

Busca

Seu canto

Que se

Abre

Mulher

Em Ato

Do amor

Em

Si.





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