O REI REBELDE DO EGITO E O EDIFÍCIO MAIS ANTIGO DA HISTÓRIA HUMANA
O Egito foi uma civilização que surgiu depois dos sumérios e sua grandeza foi forjada ao longo do rio Nilo, conforme relata o jornalista e escritor David Coimbra em “Uma História do Mundo”. Como já citei aqui antes, Akhenaton foi o único rei egípcio que se rebelou contra um mundo antigo. Foi, por assim dizer, um revolucionário.
O grego Heródoto, que visitou a região, escreveu que o Egito foi uma dádiva do Nilo. O país está ali no Oriente Médio, no nordeste do chamado Continente Negro, ao lado de Israel, da Jordânia, do Líbano e da minúscula Faixa de Gaza, num ponto nevrálgico onde hoje o Benjamim Netanyahu, o “Bibi” carniceiro, já exterminou mais de 40 mil palestinos.
Para entrar na terra prometida por Deus, os hebreus que saíram fugidos dos faraós ficaram 40 anos circulando pelo deserto em círculos. Alguns historiadores dizem que foi uma determinação de Moisés enquanto Josué, o estrategista militar, conseguia uma brecha para invadir Jericó.
David Coimbra afirma que foi por causa do Javé ciumento, possessivo e vingativo dos hebreus. Deus pretendia purgar o povo dos seus vícios. No Egito eram escravos e depois homens livres e, para que a Terra Prometida fosse habitada por eles, Javé esperou a extinção de toda uma geração que tinha sido escravizada.
Outra questão controversa é quanto a construção das pirâmides, de que elas foram erguidas por escravos. O autor da obra contesta esta versão e ressalta que foram feitas por agricultores assalariados durante as enchentes anuais do Nilo.
Nesse período eles recuavam para lugares mais altos e iam trabalhar para os faraós. Contam que a primeira greve registrada pela história foi promovida por operários de pirâmides que estavam com os salários atrasados. Os egípcios tinham dificuldade de lidar com a terra e é aí que entram os sumérios com suas técnicas, isto há uns 5,5 mil anos a.C.
Outro fato diz respeito ao edifício mais antigo do mundo. Os arqueólogos continuam nos tempos atuais escavando ruínas. Nas pesquisas encontraram o Gobekli Tepe, uma estrutura de pilares e esculturas parecidas com a inglesa Stonehenge, situada na Turquia. Acreditam ser o mais antigo edifício da história humana.
Os cientistas estão intrigados porque o Gobekli não foi construído às margens do Nilo e nem do Tigre e do Eufrates, na Mesopotâmia, onde nasceu a civilização. Na concepção deles, houve uma mudança fundamental no espírito dos seres humanos que se estabeleceram na Mesopotâmia por volta de oito mil anos a. C. e que isso os empurrou para a civilização.
A história, por não ser uma ciência exata, tem seus pontos controversos. Como assinala Coimbra, na escola aprendemos que Bartolomeu Dias foi o primeiro a dobrar o Cabo da Boa Esperança com suas caravelas.
Historiadores destacam que está errado. Quem primeiro dobrou o Cabo da Boa Esperança foram os fenícios, vinte séculos antes dele, a mando dos egípcios. Por volta de 600 a.C., o faraó Necho II queria descobrir uma forma de navegar a África, na época chamada Líbia. A ideia era sair do Mar Vermelho em direção ao sul e chegar ao Delta do Nilo, no norte do Egito.
Os fenícios eram ótimos marinheiros. Saíram e se foram. Por meses continuaram descendo até que cruzaram o Trópico de Capricórnio. Eles se espantaram quando viram o sol ao norte e, foi por isso, que cruzaram o Cabo da Boa Esperança, no século VI a. C. Subiram pela costa da África e depois de três anos de viagem entraram pelas Colunas de Hércules (Gibraltar) de volta para casa.