Quando Napoleão Bonaparte esteve no Egito com seus 34 mil homens do exército e seus sábios, por volta de 1799, um dos seus primeiros feitos foi criar o Instituto do Egito que elevou este antigo país ao conhecimento do Ocidente, principalmente a partir da Pedra de Roseta, decifrada pelo gênio Jean-François Champollion.

O autor da obra “Uma História do Mundo”, David Coimbra, jornalista e escritor, citou que o Instituto foi a reunião de 167 cientistas convocados por Napoleão para participar da campanha do Egito, com seu general Junot e seus soldados que descobriram o granito negro.

“Eram engenheiros, arqueólogos, botânicos, matemáticos, artistas, todo um time de sábios chamados de “savants de Napoleão”. O rei francês tinha a intenção de imitar seu maior ídolo conquistador do mundo, Alexandre, o Grande, que era também um militar-político. Ao chegar ao Egito, vindo da Macedônia, o primeiro lugar que Alexandre visitou foi o Templo do Deus Amon, por isso deram-lhe o nome de filho de Zeus.

Alexandre levou seus filósofos que registraram e refletiram sobre tudo o que viram. Napoleão quis fazer o mesmo e, por isso levou seus sábios porque a escrita hieróglifa egípcia era desconhecida. Um dia, seus soldados encontraram um granito negro, a famosa Pedra de Roseta que continham inscrições em hieróglifos, grego e copta.

Os cientistas tiraram cópias das inscrições, mas Napoleão perdeu para os ingleses na guerra e a Pedra de Roseta terminou sendo transferida para Londres onde ainda está no Museu Britânico, quando deveria ter sido devolvida para o Cairo. Por falar nisso, grande parte do nosso patrimônio foi levado ou roubado para o exterior, inclusive espécies de plantas e ervas medicinais da Amazônia.

Quem decifrou a Pedra de Roseta sem nunca tê-la visto foi Jean-François Champollion, o gênio da linguística. De acordo com o escritor David Coimbra, ele nasceu em Figeac, no ano de 1790. Dez anos depois sabia falar latim e grego, além de todas as línguas europeias. Por essa época começou os estudos de hebraico. Aos treze anos, lia e escrevia em árabe, siríaco e caldaico. Falava copta consigo mesmo para treinar a pronúncia. Antes dos 15 estudou a gramática chinesa. Em seguida aperfeiçoou-se no zenda, no pálavi e no farsi. Aos 17 escreveu um livro elogiado pela Academia de Grenoble: “O Egito sob os Faraós”. Quando completou 19 anos tornou-se professor universitário.

Ainda criança Champollion entrou em contato com os ministérios do Egito e prometeu decifrar os hieróglifos da Pedra de Roseta através das cópias tiradas pelos sábios de Napoleão. Alguns historiadores suspeitam que os hieróglifos sejam mais antigos que a escrita cuneiforme dos sumérios. No entanto, Coimbra entende que antes de 3000 a. C. e de Menés, o primeiro faraó, os hieróglifos deviam ser somente ideogramas, como a escrita chinesa.