maio 2024
D S T Q Q S S
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031  

:: 30/maio/2024 . 22:55

ÊITA QUE AGORA MELARAM NOSSO FORRÓ!

TROCARAM O GONZAGÃO PELO SAFADÃO!

Dessa vez, com o São João gordo das eleições, estão lascando com o nosso forró ou forrobodó! Quem estão mandando nessa farra são Safadão, o maior faturador das festas juninas, Amado Batista, Calcinha Preta, Cueca Branca, duplas sertanejas, de arrocha, pagode, bregas e outros ritmos porcarias. No meio, para disfarçar, colocam algum forrozeiro.

Até os governos do PT, que tanto pregaram em seu programa partidário a defesa da cultura popular de raiz, entraram na onda, como no caso do São João de Salvador, no Parque de Exposições Agropecuárias, bancado pelo estado. Aqui em Vitória da Conquista, onde a prefeita sepultou nossa cultura, sem ritual fúnebre, já não é tanta novidade. Tem até o Amado Batista. Nos outros municípios a toada não é diferente.

Nas propagandas, os prefeitos colocam as grades das grandes “atrações” com os nomes dos pesos pesados dos cachês, mas quase nada das bandas regionais que fazem suas músicas durante o ano todo para ganhar uma graninha merreca paga meses depois. Esses têm que entrar nos editais burocráticos da concorrência. É uma tremenda luta para conseguir um espaço.

Estão divulgando aí um concurso das melhores músicas que pouco falam das raízes, dos costumes, do nosso forró, da terra e da vida do nosso povo nordestino, com o título de Zelito Miranda que deve estar se revirando no caixão. As letras têm um sotaque do axé music, dos arrochas e dos “sertanejos” melosos de amor vazio e fútil.

É isso aí, meu amigo, o nosso forró, que até já se tornou patrimônio imaterial nacional, está virando num grande carnaval fora de época, com guitarras, baterias e rebolados de mulheres nos palcos, jogando no lixo a sanfona, o triângulo e a zabumba. Esse negócio de forró pé de serra está se tornando coisa antiga e arcaica.

Para fazer média com o público alienado, o cara chega no palco falando de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e outros nomes do nosso verdadeiro forró, baião e xaxado (devia lavar a boca) e depois arrasta o som miserável estrangeirado, misturado do tipo “tira o pé do chão galera”, com músicas de duplo sentido que agridem nossos ouvidos.

A mídia diz que é tudo de graça, a multidão ignara cai na folia e aplaude os prefeitos dos safadões e companhias. Tudo preparado para um pouco mais na frente, em outubro, pescar o voto do eleitor que depois da festa continua na mesma situação de dependência e submissão aos poderosos. Se eu ou você critica, sua voz ecoa no deserto. Será que adianta lutar contra a maré?

É assim que as coisas funcionam e não adianta resistir, meu camarada, porque será criticado como caduco, antiquado e saudosista. As coisas mudaram, seu babaca; são novos tempos da tecnologia; e que vá a memória e a história para as “cucuias” e os quintos dos infernos. É assim que eles dizem.

O Ministério Público anuncia que está vigiando e fiscalizando as grandes contratações e os superfaturamentos das prefeituras, observando os critérios dos investimentos em saúde, programas sociais e educação. É tudo conversa fiada, no faz de conta.

Os artistas e as bandas da terra pegam as migalhas, sem quase nada de visibilidade. São utilizados para apresentações nos intervalos dos grandes shows e nas pontas dos bairros. Dão um dinheiro tipo cala boca para as quadrilhas, para dizer que elas não morreram. A mídia faz sua média e dá destaque para os safadões da vida.

TUDO É 3

(Chico Ribeiro Neto)

Pai, Filho e Espírito Santo. Os 3 Reis Magos, os 3 Mosqueteiros, os 3 Porquinhos e, no céu, as 3 Marias. Somos divididos em cabeça, tronco e membros.

“Se temos duas pessoas, temos um debate; se temos 3, temos uma decisão”. (Autor desconhecido).

Cristo foi crucificado junto a dois ladrões e ressuscitou no terceiro dia.

O 3 é um número considerado sagrado e também um número de tempo: passado, presente e futuro; princípio, meio e fim. O triângulo é o mais importante símbolo da Maçonaria. E há também o “triângulo do prazer”.

“As três mulheres do sabonete Araxá me invocam, me bouleversam, me hipnotizam”. (Verso inicial do poema “Balada das Três Mulheres do Sabonete Araxá”, de Manuel Bandeira).

Um velho espanhol costumava alertar o sobrinho: “Nunca beba em 3 bares, pois no terceiro sempre dá alguma merda: briga ou discussão. Vá pra casa depois do segundo bar”.

Escova de dente sempre teve 3 tamanhos: pequena, média e grande. Agora tem a frescura de escova Plus, Ultrafina e até escova elétrica.

O número 3 aparece 467 vezes na Bíblia. Os 3 Patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó. Pedro negou Cristo 3 vezes.

“Então vi três espíritos imundos que pareciam rãs, que saíam da boca do dragão, da boca do monstro e da boca do falso profeta. Eles são os espíritos maus que fazem milagres. Esses três espíritos vão aos reis do mundo inteiro a fim de os ajuntar para a batalha do grande Dia de Deus, o Todo-Poderoso”. (Apocalipse, 16:13-14).

 

Além de Cosme e Damião havia o irmão Doum. Conta-se que Cosme, Damião e Doum eram trigêmeos e com a morte de Doum os outros irmãos se tornaram médicos para curar as crianças. Então eram 3.

Lamento não existir a cédula de 3 reais. Muitos técnicos de futebol armam o time na tática 4-3-3. Dão uma vezinha ao 4.

Um, dois, três e já. Já tem casal de 3 (trisal).

Até quando morre você tem 3 opções: céu, inferno e purgatório.

“Três, três, passará

Derradeiro ficará”.

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)

 

 

UM MACACO GORILA OU UM ÍNDIO?

Você já se deteve por algum tempo a olhar o movimento das nuvens? Se já fez isso deve ter visto imagens e figuras diferentes de animais, pessoas, montes, plantas, árvores, um avião, um carro e outros objetos estranhos. Tudo vai depender da sua imaginação. Cada um vê uma coisa diferente como se fosse uma pintura do artista num quadro. Tudo é poético e subjetivo. O mesmo acontece quando se mira um conjunto de pedras num morro ou montanha. Existem também inúmeras figuras semelhantes dentro das cavernas, moldadas pelas águas do mar ou pelo tempo há milhões de anos. Em Itambé, na fazenda de um amigo, no declínio do entardecer, minha máquina teve a sorte de clicar esta imagem enigmática no alto de uma pedra na forma de um gorila ou de um índio cacique deitado. Poderia muito bem ser chamada de pedra do índio ou do macaco. Outros poderiam dar outra denominação.  O azul para um pode ser um verde para o outro. Na vida real ocorre o mesmo: Cada pessoa tem o seu ponto de vista que precisa ser considerado. Fica aí a imagem fotográfica para sua imaginação: Um macaco gorila ou um índio?

TUAS PALAVRAS

Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Na poesia das tuas palavras,

O garimpeiro bamburra,

Atrás do ouro nas lavras,

Ainda leva surra,

Dos coronéis e do nobre,

E o pobre atrevido

Vive sem sentido.

Os sábios se eternizam,

Na esteira da sabedoria,

E tuas poéticas palavras

Viram escrita-partitura,

Canção e cantoria,

Que nunca morrem,

Nem no tronco da tortura.

 

Tuas palavras

São fluxo e refluxo,

Sons divinais;

Não têm travas;

Brotam dos deuses astrais.

 

Tuas palavras

São como vinhedos,

De finos vinhos,

Que embriagam a alma,

Alinhavadas como ninhos

Dos passarinhos,

Ventos do ar a respirar,

Cachoeiras e ondas do mar,

Que batem nos rochedos,

Moldam as pedras,

Em polidas estalactites,

Amansam as feras,

E duram séculos de eras.





WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia