Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Na poesia das tuas palavras,

O garimpeiro bamburra,

Atrás do ouro nas lavras,

Ainda leva surra,

Dos coronéis e do nobre,

E o pobre atrevido

Vive sem sentido.

Os sábios se eternizam,

Na esteira da sabedoria,

E tuas poéticas palavras

Viram escrita-partitura,

Canção e cantoria,

Que nunca morrem,

Nem no tronco da tortura.

 

Tuas palavras

São fluxo e refluxo,

Sons divinais;

Não têm travas;

Brotam dos deuses astrais.

 

Tuas palavras

São como vinhedos,

De finos vinhos,

Que embriagam a alma,

Alinhavadas como ninhos

Dos passarinhos,

Ventos do ar a respirar,

Cachoeiras e ondas do mar,

Que batem nos rochedos,

Moldam as pedras,

Em polidas estalactites,

Amansam as feras,

E duram séculos de eras.