(Chico Ribeiro Neto)

Mamãe Cleonice morava em Aracaju e uma vez levei pra ela oito livros de “Sabrina”. “Melhor amor não há”, ela me dizia sobre as histórias dos livros. “Tudo sem muita confusão, com final feliz, eu agora quero é ler histórias de amor água com açúcar, sempre um final feliz, eu quero ler é romance, muito romance”, dizia minha velha, que também adorava o clássico romance “Éramos Seis”, de Maria José Dupré.

Essa semana vi numa banca de revista velhos exemplares de “Sabrina”, “Júlia” e “Bianca”, a 1 real cada. Amarelados, os livros continuam rubros de amor e paixão.

Segundo o artigo “Qual a história por trás da série de livros Júlia, Sabrina. Bianca?”, de Luiz Antônio Ribeiro, postado no site jornalnota.com.br em 15/12/2021, “o nome já diz tudo: romance de banca de jornal. Uma literatura popular e acessível a todos, com preço baixo”.

“As histórias, todas de amor, com bastante sexo, corpos nus e aventuras exóticas entre passados conturbados e presentes pulsantes, fizeram que vidas de gerações de pessoas fossem transformadas para ter um pouco mais de alegria”, diz Antônio Ribeiro.

Segundo ele, “Sabrina” foi a primeira dessas séries a chegar às bancas de jornal. O sucesso foi tão grande que em 1978 a série “Júlia” foi lançada e no ano seguinte a série “Bianca”.

“A Nova Cultural continuou distribuindo Sabrina, Júlia e Bianca nas bancas até 2011. Depois disso passou a vender os livros da série apenas nos sites da editora”, segundo o blog livroseopinião.com.br. Sempre escritos por mulheres, os livros da série eram fornecidos à Editora Nova Cultural pela Harlequin Enterprises, do Canadá.

Segue um trecho de “Sabrina”, do livro “Irresistível Tentação”, de Amanda Browning, de 1996, na página 91:

“Lucas beijou cada centímetro de seu corpo, encantado com a perfeição e maciez. Depois, despiu-a e ficou nu também. Com um sorriso malicioso, ele disse:

– É sua última chance, gatinha. Se não é o que quer, fale agora e eu paro. Se continuarmos além deste ponto, será impossível.

– Se você parar agora, eu o mato, Lucas Canfield.

Os livros traziam no final chamadas para as próximas edições. Em “Bianca”, livro ”Sombras da Desilusão”, de Nicole Monet, de 1984, uma chamada para a edição 272, “O Conquistador”, de Ariel Berk: “A lembrança do corpo vigoroso e sensual daquele rude montanhês a consome de desejo”.

Outra chamada anuncia a edição 273, de “Bianca”, “Lago Encantado”, de Lynda Trent: “Amar e ser amada numa cabana perdida no meio da mata era tudo que ela sonhara!”

Alguns exemplares trazem no final um perfil da autora. Em “Júlia”, no livro “Experiência Ousada”, de Susan Napier, de 1996, o perfil da autora assinala que “ela nasceu eu Auckland, Nova Zelândia, no Dia dos Namorados, que se comemora em 14 de fevereiro (…) Quando não está escrevendo, gosta de ler e cozinhar, às vezes simultaneamente”.

“Desista!” Chad Walker diz a si mesmo. “Pare de sofrer por causa de Katherine. Se ela insiste em pensar que é frígida, deixe-a em paz com sua obsessão!” Mas, para Chad Walker, esquecer Katherine é impossível. Aquele corpo bonito e sensual o consome de desejo. (“Bianca”, livro “Sombras da Desilusão”, de Nicole Monet, de 1984).

Obrigado a “Sabrina”, “Júlia” e “Bianca”, vocês ajudaram a aliviar muitas dores e a conquistar novos amores. Alegraram corações solitários,

alimentaram novas ilusões e ajudaram a liberar muitas lágrimas represadas.

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br)