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:: 10/nov/2023 . 1:05

O EXTERMÍNIO DA PALESTINA E O NAZI-SIONISMO NO ESTADO DE ISRAEL

Em nome do holocausto praticado por Hitler (1939-1945), o mundo vem assistindo estarrecido um verdadeiro extermínio dos palestinos na Faixa de Gaza por um governo nazi-sionista de extrema direita judaica que se estabeleceu em Israel, transformando a pequena região mais densa em população do mundo num cemitério de crianças. É uma das maiores catástrofes humanitária já vista nos últimos tempos.

Todo esse terror e barbárie, iniciado a partir de sete de outubro com o ataque do Hamas, conta com o beneplácito apoio dos Estados Unidos, da ONU (Organização das Nações Unidas), que perdeu sua voz, força e poder, e de grande parte do ocidente europeu. A palestina tornou-se uma zona de carnificina humana que a história está registrando. Os maiores culpados são aqueles que não criaram o Estado da Palestina, em 1948, ao lado de Israel.

Há 75 anos, quando foi instituído o Estado de Israel (o território estava sob domínio da Inglaterra) pela ONU, logo após a Segunda Guerra Mundial, depois da ocupação dos judeus numa guerra de terrorismo, os palestinos foram empurrados para a Faixa de Gaza, sem autonomia e, de lá para cá, vêm sendo perseguidos e massacrados impiedosamente pelo exército israelita.

Os primeiros humanos chegaram à região por volta de seis mil anos atrás. Há cinco mil anos, os primeiros assentamentos foram estabelecidos no local, e em torno de 1.400 a.C. durante o domínio egípcio do Levante (Fortaleza do Egito), a cidade se tornaria na atual Gaza que começou a se desenvolver.

Com o fim do domínio egípcio, em 1.200 a.C., Gaza foi conquistada pelos filisteus, a Filisteia. Logo depois foi tomada pelos israelitas, pelos assírios, babilônicos, persas, gregos e romanos. Em 70 a. C., os romanos fizeram um dos piores massacres da sua história nesse território, talvez o mais cruel pelo general Tibério, um dos mais aterrorizantes de todas as guerras onde os mortos eram comidos pelos abutres e a cidade foi toda cercada. Conta que com fome, famílias e mães sacrificavam as crianças para se alimentarem.

Com a divisão do Império Romano, no século IV, Gaza passou a fazer parte do Império Bizantino. A cidade foi convertida ao cristianismo e conseguiu prosperar. No século VII, a região foi conquistada pelos árabes. Sob o controle dos califados, tempos depois, Gaza foi atacada pelos Cruzados e mongóis. Esteve também nas mãos dos aiúbidas e mamelucos.

No século XIV, gaza experimentou seu último período de prosperidade. Após a Primeira Guerra Mundial, os ingleses se apropriaram do território. Um ano depois do Estado de Israel, em 1949, a Faixa de Gaza foi estabelecida e se tornou palco de conflitos que ocorrem até os dias atuais. Os judeus invadiram a região na Guerra de 1967 (Guerra dos Seis Dias), instalaram colônias, impuseram pelas armas seu poderio opressivo e construíram um muro de separação.

Se hoje fosse um país, com 365 quilômetros quadrados, seria o terceiro mais populoso do planeta, com cerca de 2 milhões e 400 mil habitantes. Com esta brutal invasão dos judeus, os números (nem sempre são precisos) os bombardeios na Faixa de Gaza já mataram cerca de 11 mil palestinos, mas pode ser bem maior. As maiores vítimas são as crianças, cuja maioria vive em campos de concentração com seus pais, como na época do nazismo.

É muito irônico os judeus hoje falarem em paz e justiça e que não toleram discriminação e preconceitos quando, ao mesmo tempo, jogam bombas contra os palestinos, dizendo que o alvo tem sido somente o Hamas. Fazem suas propagandas de vítimas declarando que o Brasil é um país acolhedor.

Li um texto do filósofo Peter Pál Pelbart onde ele diz ser judeu húngaro e que por sorte não vive na Hungria e nem Israel, acrescentando ter renunciado o passaporte de cidadania de ambos. Peter descreve ainda a escalada xenófoba e fundamentalista de Israel ao longo dos últimos anos, e que nada parece mais abjeto do que o fascismo.

O filósofo condena os 55 anos de domínio sobre os palestinos e que o “Bibi” exerce um papel de carrasco que se diz herdeiro das vítimas do nazismo. A violência praticada contra os palestinos, em sua visão, se naturalizou para o Estado de Israel.

O húngaro faz um relato amplo sobre o triste passado do nazismo quando judeus, judias, ciganos, artistas e intelectuais foram vítimas do genocídio de Hitler e lamenta o ocorrido, mas afirma ser uma pena que esses fatos estejam reaparecendo através de práticas semelhantes por um governo extremista de Israel.

Peter Pál faz um histórico sobre o judeu errante, uma figura vista como negativa de estrangeiro infiel traidor, cujo objetivo era corromper a cultura, sempre suspeito de um complô, que representava um perigo para a civilização ocidental. Tem também segundo ele, o chamado nômade que não carece de terra e vive nas margens do império, do deserto e no exílio. Este subverte os códigos.

Ele fala dos primeiros judeus que chegaram ao Brasil na época colonial e, por motivos de perseguição da Inquisição, tiveram que simular como cristãos novos. Cita que a primeira sinagoga no país foi construída em Recife por judeus sefaraditas de origem portuguesa durante a invasão holandesa, entre 1630 a 1654.

Em sua longa narrativa sobre seu povo, aponta ainda a comunidade que aportou no Brasil no século XX, vinda do Leste Europeu e que aqui criaram um grupo unido no Bairro Bom Retiro, em São Paulo, onde deixaram muitas obras beneficentes.

No entanto, reconhece que o Estado Judeu de hoje com o primeiro ministro Bibi Nethanyan não é mais uma terra prometida de paz e justiça. Os judeus de hoje, em sua opinião, se acham arrogantes, superiores, como se fossem os eleitos de Deus.

Para Peter, houve uma grande guinada direitista que defende governos autoritários, diferente do judeu diaspórico. Nessa linha, cita os grupos de extrema direita que se tornaram seguidores do governo passado numa clara referência ao ex-presidente Bolsonaro, com instinto perverso, colonialista que venera o Estado e a supremacia do exército.   Nisso, ressalta o efeito dos judeus brasileiros com o candidato do capitão, com propagandas inspiradas no marqueteiro Goebbels que assessorou o nazista Hitler.

O CANGAÇO E A SECA

A nossa literatura, os jornais impressos e as revistas estão repletos de narrativas sobre o cangaço e a seca. De certa forma, esses temas estão entrelaçados ou têm relações intimas com o nosso sofrido Nordeste, principalmente na época dos coronéis mandantes da terra e do povo pobre a partir dos governos da República até 1930 com o golpe de Getúlio Vargas. A impressão que temos é que a seca e a exploração dos poderosos, incluindo aí os políticos, pariram o cangaço, tão bem descritos por escritores nordestinos, como Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, com o livro “O Quinze”, José Lins do Rego e, mais recentemente, por Ariano Suassuna em o “Auto da Compadecida”. Esses assuntos estão também nas poesias e letras de João Cabral de Mello Neto, Manuel Bandeira até em nossos grandes compositores e músicos Zé Ramalho, Elba Ramalho, Geraldo Vandré e tantos outros, sem falar nos cordelistas, com destaque para Patativa do Assaré, com “Triste Partida”. Quando se fala de cangaço logo lembramos de Lampião e seu bando. O cangaço, no entanto, já é por assim dizer uma coisa superada, mas a seca continua a nos castigar e ser instrumento do voto. Ainda existe os coronéis da política com métodos mais sofisticados que aproveitam da pobreza nos tempos de eleições.

 

NÃO FOI POR ACASO…

Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário, ampliado e revisado

Não foi por acaso…

Que meus olhos

Cruzaram com os seus,

O amor nos levou ao altar,

Depois você partiu

Sem me dar um adeus:

Meu coração ficou a sangrar,

Como o gladiador ferido,

Na arena do Coliseu.

 

Não foi por acaso…

O desabrochar da flor,

O pousar da abelha,

Para do néctar fazer o mel:

No mistério do universo da vida,

Quando se vai do inferno ao céu,

Entre a felicidade e a dor.

 

Não foi por acaso…

Que estourou a matança,

Do povo há séculos oprimido,

Encurralado em campos de concentração,

Que atacou com armas na mão.

 

Não foi por acaso…

Que você mudou de “posição”:

Finge apoiar os excluídos,

Para ganhar audiência e projeção,

Mas continua tendenciosa conservadora,

E essa gente entra em sua onda

De senhora venenosa Anaconda.

 

Não foi por acaso…

Que o planeta entrou em ebulição:

Gases e aquecimento global,

Secas, enchentes, ciclones temporais,

Fumaças, terremotos e incêndios,

Geleiras derretendo, coisas anormais,

Guerras e muita confusão,

Onde o ser se tornou canibal.

 

 

Não foi por acaso…

Que Lampião entrou no cangaço,

No agreste nordestino,

Com seu bando traçou seu destino,

Na bala fuzilou e foi fuzilado,

Sempre com seu punhal de aço.

 

Não foi por acaso…

Que o místico Conselheiro

Criou sua comunidade social,

E sua gente foi massacrada

Pela tropa cruel e brutal.

 

Não foi por acaso…

Que a Coluna Prestes

Cortou todo o Nordeste,

Perseguida pelo governo fascista;

Prendeu e matou coronéis

Por um ideal socialista.

 

Não foi por acaso…

Que fizeram a Revolução Francesa;

Derrubaram a Bastilha;

Quebraram os grilhões da opressão;

Victor Hugo escreveu Os Miseráveis;

Nobres foram decapitados;

Tombaram intelectuais notáveis;

E até o rei e a rainha

Foram na lamina guilhotinados.

 

Não foi por acaso…

Que Lenin e Stalin

Destronaram a família Czar,

No lugar nasceu outro tirano;

Fez império por terra e mar;

Esmagou milhões de humanos.

 

Não foi por acaso…

Que Fidel subiu a Serra Maestra,

Guerreou com Guevara

Entre mata e savana,

Numa estratégia rara,

Entrou triunfal em Havana.

 

Não foi por acaso…

Que os gregos invadiram Troia,

Por causa de uma Helena,

Que do rei era sua cobiçada joia;

Aquiles matou Heitor:

Carnificina, trama e terror.

 

Não foi por acaso…

Que conheci minha Lara,

Com meu verso tracei este caso,

Mas existe também o por acaso:

Estar no lugar e hora errada;

Ser morto numa emboscada,

Porque o bandido confundiu sua cara.





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