:: 18/nov/2023 . 0:32
MUITAS ATIVIDADES NA FLICONQUISTA E UM ESVAZIAMENTO NAS PALESTRAS
PRODUTOS ORGÂNICOS E ARTESANATO TAMBÉM SÃO CULTURA NA FLICONQUISTA NAS FOTOS DE BASTIDORES DE JOSÉ CARLOS D´ALMEIDA E JEREMIAS MACÁRIO
É muito agradável entrar numa feira literária e passear entre os mais variados livros de autores com os títulos os mais chamativos possíveis contemplando gêneros desde o romance, contos, ensaios, biografias, poesias, histórias, entre outros, além dos infantis que deixam a criançada curiosa e ávida pela leitura.
Como jornalista e escritor, confesso que tudo isso me deixa mais esperançoso e fortalecido, como está sendo agora com a I Feira Literária de Vitória da Conquista- A Fliconquista que está sendo realizada no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima e se encerra neste domingo dia 19/11. Sem dúvida foi o acontecimento cultural mais marcante do ano, esperado há muito tempo pelos escritores das letras conquistenses.
É bom encontrar com os amigos artistas e bater aquele papo cultural sobre novas obras e sentir de perto o cheiro do papel saído das editoras e gráficas repleto de ideias. Não deixa de ser uma viagem que eleva nossos espíritos. Queremos ouvir de perto as vozes que ecoam neste Sertão da Ressaca, como foi a coletânea organizada por Chirles Oliveira e Ybeane Moreira que abriu as portas para outros lançamentos.
Observei nessa primeira Feira Literária a junção de muitas atividades nas rodas de conversas em torno do Centro de Cultura nos estandes e tendas e isto é saudável e salutar. Do outro lado, no entanto, houve um esvaziamento nas palestras (bate-papo) no auditório porque as pessoas não conseguiram acompanhar tudo ao mesmo tempo.
Sobre este assunto, conversando com um amigo, ele me respondeu que é nestas ocasiões onde o muito se torna menos. Falava que a organização poderia ter dado mais atenção para os temas escolhidos, de modo a valorizar o palestrante que muitas vezes chega lá e não tem quase ninguém na plateia porque existem outras atividades ocorrendo no mesmo horário.
Uma das saídas seria encontrar uma forma de divisão do trabalho de maneira que as palestras não fiquem ofuscadas e terminem sendo apenas um ponto decorativo da festa. Outra alternativa seria reduzir as palestras, encaixando-as em horários compatíveis, para que não ocorra conflitos com as outras ações da feira. As reuniões, os encontros, lançamentos de obras e as oficinas são importantes e necessários, contanto que não anulem as palestras.
Entendo que possa haver uma conciliação entre os horários e se abra um espaço de prioridade para os chamados bate-papos no auditório principal, para que o palestrante não seja diminuído em sua fala, especialmente quando não se trata de uma celebridade nacional, muitas vezes da mídia, da política e das artes. Quando é um personagem famoso como palestrante, acontece o contrário: São as outras atividades que ficam prejudicadas.
“Cenas de Resistência na História de Vitória da Conquista” foi um tema bem sacado pela curadoria, que deveria ter sido preservado e mais divulgado para atrair mais gente, justamente porque a feira está se realizando na própria cidade. Trata-se da história de um povo que precisa ser contada e escutada por todos nós.
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