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DE OLHO NA MAGIA DAS LENTES

O nosso espaço vai contar com duas colunas de arte. Um sobre fotos com respectivas legendas e mensagens que terá como título “DE OLHO NA MAGIA DAS LENTES”. A outra coluna versa sobre poesia, tão puco apreciada nos tempos atuais da internet e das redes sociais onde todos estão grudados nesses “troços” e pouco dão importância para a poesia que desvenda o oculto e nos faz sentir melhor, além do engrandecimento da alma. O título será “A LUZ OCULTA DA POESIA”. Ambos espaços podem ser usados por qualquer interessado que aprecia a fotografia e a poesia. Podem enviar seus trabalhos para o e-mail macariojeremias@yahoo.com.br , com o nome do autor e texto, que serão publicados em nosso blog. Agradecemos.

Diz o ditado que “quem planta colhe” e isso é verdade. Quando a árvore é boa, dá muitos e bons frutos, como este coqueiro que produz a água da vida para matar nossa sede e refrescar. Na vida, ã questão não é só dar muitos frutos, mas que sejam bons, para serem eternizados. Foto do jornalista e escritor Jeremias Macário.

A “INVASÃO” DOS VANZEIROS E A POLÊMICA DOS MÉDICOS CUBANOS

A Câmara Municipal de Vitória da Conquista foi ontem (dia 28/11) “invadida” durante a sessão dos vereadores pelos motoristas vanzeiros do transporte alternativo que foram lá pedir apoio, no sentido de que a prefeitura pare de perseguí-los, alegando que são trabalhadores pais de famílias e não marginais e bandidos como estão sendo tratados pela fiscalização.

O auditório da plenária estava superlotado, e tudo corria bem com as aprovações dos projetos-de-lei, indicações e congratulações, mas o clima esquentou quando foi anunciada uma moção de aplausos para os médicos cubanos que estão deixando o país por ordem do governo da ilha caribenha, depois que o presidente eleito Bolsonaro criticou o ”Mais Médicos” e expressou sua intenção de exigir a revalidação do diploma dos profissionais.

ESCRAVOS

Como sempre, o parlamentar David Salomão protestou dizendo que a moção de aplausos fosse acompanhada pela aprovação de outra moção de repúdio ao governo cubano, considerando-o de ditador, além de ter tratado seus médicos, segundo sua visão, como escravos, tendo em vista que boa parte dos salários ficava para o regime cubano.

Na cabeça da direita, só existe ditadura da esquerda. Fala-se tanto que os médicos que vieram trabalhar no Brasil estavam sendo escravos, mas ninguém perguntou para eles se era isso mesmo como estavam se sentindo. A vereadora Viviane, do PT, rebateu a fala do colega e apontou que muitos países exportam armas, caso dos Estados Unidos, enquanto Cuba exporta médicos, e não concordou com a moção de repúdio.

Viviane destacou ainda que o trabalhador brasileiro que ganha um salário mínimo é um escravo, mas não é denunciado como tal. A companheira do PC do B, Nildma Ribeiro, foi na mesma linha e afirmou que o serviço dos médicos cubanos é de qualidade e que eles merecem toda solidariedade e respeito, se colocando contra a moção de repúdio.

O líder do governo municipal, Luis Carlos Dudé, também assinalou que a medicina exercida em Cuba é uma referência no mundo, ressaltando que eles se sacrificaram para salvar vidas aqui, mesmo deixando suas famílias  em seu país, e apoiou a moção de aplausos. O vereador do PT, Coriolano Moraes foi outro que discordou do pronunciamento de Salomão e ainda lembrou que depois da passagem do furacão Katrina pelos  Estados Unidos, os médicos cubanos foram para lá socorrer as vítimas do desastre. ”Discordo da moção de repúdio. A população de mais de três mil municípios do país foi a mais beneficiada”. Lúcia Rocha e Álvaro Pithon também apoiaram a moção de aplausos. Só dois parlamentares sugeriram aprovar o repúdio ao governo de Cuba.

O que recebeu o repúdio de todos, não somente dos parlamentares, foi o preço abusivo dos combustíveis que está sendo cobrado pelas bombas de Vitória da Conquista, numa forma explícita de cartel. Os vereadores fizeram duras críticas ao Ministério Público que não tem tomado uma providência para coibir esta prática. O assunto ficou para ser discutido pela Comissão de Defesa do Consumid0r da Câmara.

TRANSPORTE ALTERNATIVO

Logo após estas questões, o representante dos motoristas de Vans do chamado transporte alternativo que rodam na cidade, Antônio Nonato usou a Tribuna Livre e foi muito aplaudido pelos companheiros quando criticou a perseguição que eles vêm sofrendo por parte da Prefeitura Municipal.

Nonato disse que os vanzeiros “carregam esta cidade nas costas”, tendo em vista que apenas uma empresa de ônibus não atende a demanda. Ele enfatizou que não existem fiscais para proibir as irregularidades diversas no trânsito, nem policiais suficientes para combater a violência na cidade, mas existem agentes suficientes para perseguir a categoria trabalhadora.

Em seu pronunciamento, rogou à Câmara Municipal que olhe a classe com carinho, e que seja logo regulamentada. Os vanzeiros não são baderneiros, nem marginais, como estão sendo tratados pelo poder público – afirmou Nonato. Muitos tratam o transporte coletivo como clandestino e que acarreta um grande prejuízo para a empresa de ônibus que perde passageiros e reduz os ganhos.

Em seu cálculo, durante entrevista, não existem mais que 150 vans circulando em Vitória da Conquista, e contestou a pergunta de que veículos pequenos de particulares também fazem o serviço de transporte. De acordo com ele, se isso ocorre, cabem a polícia e aos agentes proibir essa atuação.  O mesmo disse quanto a possível infiltração de traficantes e bandidos no transporte alternativo, usando veículos para transportar e comercializar drogas, e até cobrar pedágios.

 

 

 

 

OS 80 ANOS DE “VIDAS SECAS” E O LANÇAMENTO DO PROJETO “CD SARAU”

Foi uma noite memorável o último “Sarau Colaborativo” de 2018 que teve como tema “Os 80 Anos do Livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos”, realizado no sábado (dia 24/11), no Espaço Cultural A Estrada, com a participação dos frequentadores mais assíduos e visitantes que abrilhantaram o evento até altas horas da madrugada.

Como sempre acontece, o pessoal foi chegando logo cedo a partir das 20 horas para a confraternização, mas o tema do escritor alagoano, que fala sobre o retirante sertanejo e sua família que fogem da seca e sofrem com a opressão do patrão das terras, foi a estrela do Sarau que é aberto com um debate, seguido de cantorias de violas, causos e declamações de poemas, geralmente autorais.

Além da explanação do livro, da obra e da vida do autor nordestino feita pelo jornalista e escritor Jeremias Macário, a noite cultural reservava outras novidades, como o show dos músicos e compositores Mano di Sousa, Baducha, Dorinho, Gabiru e Marta Moreno que deixaram todos animados com apresentações bem ecléticas em termos de gêneros e estilos.

Outro grande momento do “Sarau A Estrada”, que completou oito anos de existência, foi o lançamento do projeto do “CD Sarau” que, na verdade, significa o registro histórico dessa atividade e está sendo elaborado por uma comissão com muito carinho e cuidado.

O CD é todo autoral e obedece ao mesmo formato do Sarau. Na abertura conta como tudo o que aconteceu desde 2010, com um pequeno grupo com o nome de “Vinho Vinil”, para celebrar com amigos os antigos discos que muitos denominam, de “bolachões”. O processo se evoluiu para noites culturais com diversidades.

O material que ainda se encontra em fase de conclusão, já contém 20 faixas gravadas entre músicas, causos e poemas, intercalados com composições, letras e textos de artistas locais frequentadores, ou que já estiveram em nosso Sarau em outras oportunidades.

É bom que fique claro que o nosso evento não é só de comidas e bebidas, para jogar “conversa fora”. Todos são acompanhados de um tema principal, não somente ligado à literatura. Aqui já discutimos sobre Geraldo Vandré, o poeta Castro Alves, o Nordeste de Gonzagão, seus costumes e folclore, Raul Seixas, Os Movimentos Revolucionário de 1968, Educação no Brasil, Formação e Colonização de Vitória da Conquista até os tempos atuais, dentre outros na área da política e até da economia, sem a danada da partidarização.

Neste do último sábado, dia 24, que mais uma vez contou com a presença de membros da Academia de Letras de Vitória da Conquista, o papo sério foi sobre “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, cujo livro entrou para a história do cinema através de Nelson Pereira dos Santos. Como nos outros saraus, todos contribuem no enriquecimento do tema através da troca de conhecimentos, num verdadeiro intercâmbio cultural.

A ideia para o próximo ano é agregar jovens estudantes ao nosso Sarau que sempre recebe visitantes convidados pelo grupo de frequentadores. A cultura tem que expandir e nada melhor que incorporar jovens que também têm sede de cultura. Vamos continuar abrindo com um tema, mas outras novidades vão surgindo, como a conclusão final do CD, e até a proposta já lançada de um documentário.

Sobre o livro (traduzido para 14 línguas), que versa sobre a seca, como diz o próprio título, vida e obras do escritor, adiantamos alguns tópicos da pesquisa feita pelo jornalista Jeremias Macário nessa primeira publicação.

VIDA, OBRA E MEMÓRIA DO AUTOR.

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A “LA ROJA” VAI PARA O ARMÁRIO

Carlos Albán González – jornalista

Colega e amigo Jeremias. Depois de ler seu elucidativo comentário sobre a revanche dos saudosistas da ditadura  no Brasil, voltei ao meu tempo de infância e juventude, quando ouvia de parentes e de membros mais antigos da comunidade galega de Salvador relatos assustadores sobre a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), vencida pelos nacionalistas liderados pelo general Francisco Franco, apoiado pelo nazismo de Adolf Hitler e o fascismo de Benito Mussolini.

Um milhão de espanhóis, a maioria civis, morreu durante o conflito, milhares deles vítimas dos bombardeios alemães a cidades do País Basco – o massacre em La Guernica está imortalizado na tela do pintor espanhol Pablo Picasso, exposta no Museu de La Reina, em Madri -, e outras centenas, torturadas e mortas nos campos de concentração nazistas, para onde foram enviadas. Os prisioneiros que permaneceram em território espanhol eram obrigados a trabalhar, sem remuneração, em obras públicas, como a construção de ferrovias.

Ponto de encontro de nostálgicos do regime ditatorial e atração turística, o Valle de los Caídos, localizado a 40 kms. de Madri para servir de sepultura ao militar, foi erguido entre 1940 e 1958 graças a exploração de mão de obra de centenas de republicanos. No gigantesco monumento estão também enterrados 33.872 nacionalistas mortos na Guerra Civil.

Com o objetivo de eliminar por completo o que restou do autoritarismo, o presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, pretende ainda este ano exumar os restos mortais de Franco e entregá-los à família. Estátuas estão sendo demolidas em todo o país, inclusive a principal delas, erguida na cidade galega de Ferrol, onde o general nasceu.

Sob o bordão “Caudilho da Espanha pela graça de DEUS” – por que os ditadores estão sempre fazendo referências (2º Mandamento: “Não tomar seu santo nome em vão”) ao Criador em suas falas? -, o generalíssimo, como fazia questão de ser chamado, com a vitória pelas armas governou a Espanha, com mão de ferro, até a sua morte em 20 de  novembro de 1975. As Cortes Franquistas, criadas por ele, se mantiveram no poder até 1977.

Como se vê, Franco sobreviveu aos seus “mestres”: Mussolini foi fuzilado pelos compatriotas em 28 de abril de 1945; Hitler e sua mulher Eva Braun suicidaram-se dois dias depois. Enquanto o nazismo é criminalizado em muitos países, o fascismo está cada vez mais vivo. Seu análogo, o franquismo, plantou a semente do ódio em várias regiões da Espanha. Esse sentimento floresceu no País Basco e, mais frondosamente, na Catalunha, cujas populações foram as mais oprimidas por Francisco Franco. Hoje se alimentam do desejo de se tornarem independentes do governo espanhol.

Com as benesses concedidas por Franco, o Real Madri foi escolhido pela FIFA como o maior clube do século XX, conquistando na época dezenas de títulos mundiais, europeus e espanhóis. Foi mais um componente no clima de revolta dos catalães, que se transporta para os estádios nos jogos entre Barcelona e Real Madri.

Salvador foi escolhida como uma das cidades brasileiras para sediar um centro de aprendizado, em nível universitário, da língua, cultura e história do país ibérico, dentro da linha franquista. O Instituto de Cultura Hispânica funcionava no Vale do Canela, com apoio da Universidade Federal da Bahia, e o respaldo financeiro do governo espanhol,

O fanatismo religioso; o autoritarismo; o nacionalismo exacerbado; o militarismo, o corporativismo nos moldes fascistas, a desigualdade social; o desapreço à saúde dos mais pobres; a censura à imprensa; a imposição de sua doutrina nas escolas, desde as primeiras letras; a perseguição aos homossexuais, imigrantes, comunistas e judeus. Essa era a temática da ideologia franquista.

Prezado colega, por medida de segurança dei um “descanso” – espero que por pouco tempo – à minha camisa oficial da “La Roja”, adquirida na “tienda” da Federação Espanhola de Futebol. O vermelho no Brasil é a cor do pecado. Ninguém deseja ser agredido covardemente por um fanático.

É meu amigo, pelo meu artigo já recebi comentários agressivos. O cara simplesmente me chamou de ancião.

Para mim não é depreciativo. Pior é o cara que já nasce ancião e escravo, sem viver, sem conhecer, sem sentir, nem dar o mínimo valor para a liberdade. Aliás, ele não sabe nem o que é isso. Não tem história.

A REVANCHE DOS SAUDOSISTAS DA LINHA DURA DA DITADURA CIVIL-MILITAR

OS INIMIGOS COMUNISTAS, O COMPORTAMENTO PADRÃO E O CLIMA DE DENÚNCIAS E INTOLERÂNCIAS.

O resultado das eleições deixou um rastro de medo, de ódio recalcado preso nas gargantas, revanchismos dos saudosistas da ditadura e fez surgir, como se previa, uma tropa de desvairados, que acha que agora tem o aval do pregador-mor dos preconceitos, para oprimir e matar gays, negros e índios.

Os ressentidos entendem que agora podem vigiar e censurar professores, e todos aqueles que defendem a democracia, os direitos humanos, as inclusões sociais e as ideias libertárias. Todos que assim pensam estão sendo considerados como “comunistas”, agora milhões pelo Brasil, que merecem ser exterminados. É a volta da caça às bruxas, ou do Comando de Caça aos Comunistas, o famoso CCC.

Alguém ai já deve estar dizendo que isso é coisa de perdedor de esquerda “comunista”. Não é bem assim, e não é meu caso. O maior perdedor pode ser o Brasil, e o tempo dirá. Oxalá que esteja errado. Causa-me arrepios e me dar uma angústia danada no peito essa onda compulsiva e patológica da extrema-direita anitpetista demoníaca, como se o PT tivesse sido o único culpado por todos os males.

Bolsonaro, na verdade, foi produto de um complô de partidos políticos (PSDB, PMDB, PP e outros), ou como diria, de um “conjunto da obra” maléfica de safados, que usaram e abusaram da nossa paciência; roubaram e legislaram de costas para o povo, levando o país ao caos ético e moral. Meteram os pés pelas mãos. Aliás, sujaram literalmente as mãos.

O PT foi apenas o fio condutor dos desvios de condutas, que se coligou aos outros malfeitores da corrupção, tudo pelo poder. Tudo isso serviu de matéria-prima robusta para o apoio à linha bolsonarista, o Coisa. “Como explicar o voto de milhões a um ser repulsivo”? A indagação foi do jornalista e professor da USP, Bernardo Kucinski, ao responder ter sido os donos do poder econômico, a classe média frustrada e os pobres, presas fáceis das teses de linchamento e justiçamento. Incluiria os desiludidos iludidos do amanhã.

OS INIMIGOS COMUNISTAS

A indicação primeira do general Augusto Heleno (tem no seu vice o general Mourão e outro da Defesa), para comandar o GSI(Inteligência e Informação) trata-se de um retorno à Lei de Segurança Nacional (LSN) dos tempos da ditadura, a qual o Bolsonaro nega e, juntamente com seus generais, defendem o retorno ferrenho do anticomunismo, para atingir os movimentos sociais e manifestações de liberdade. Não é atoa que Mourão disse ser irmão siamês do seu presidente eleito.

Por falar em negação da ditadura, o historiador Carlos Zacarias Júnior descreve as ideologias do negacionismo como a mais vil forma de revisionismo adotado por alguns estudiosos. Ele cita a “Noite dos Cristais”, em 9 de novembro de 1938 com o nazifascismo, assim como as ditaduras na América Latina como partes importantes da história da humanidade que nos cobrem de vergonha.

Nesse aspecto, a partir do fenômeno Bolsonaro, muita gente, sem conhecimento da história, por pura ignorância, vem absorvendo a pregação preconceituosa de 30 anos do capitão, que elogia o torturador Carlos Brilhante Ustra, para concluir que não existiu ditadura. Nessa onda tem gente negando a escravidão e o extermínio dos indígenas na América Latina.  O que está por detrás do interesse de fazer esquecer e ocultar os fatos de horror da nossa história?

Dia desses li comentário de um leitor num jornal da capital onde declarava que a eleição do capitão representa retorno dos saudosistas da ditadura militar linha dura que discordou da abertura da política do general Golbery, criador do SNI, e que depois lamentou o monstro que criou. Toda oposição ao retrocesso é agora inimiga e comunista. Segundo ele, “todos os setores iludidos pelo antipetismo, pelo combate à corrupção e à violência, caíram no “conto do vigário”.” As feridas abertas deixadas pela anistia, sem reparação e punição pelos crimes de tortura, mortes e desaparecidos deram lugar ao retorno dos generais.

Os golpes contra a democracia e as liberdades individuais não são apenas militares. Tudo pode acontecer em nome do combate à corrupção e “os maus costumes”. A democracia deixa de existir quando os pobres das periferias passam a viver em estado de sítio, Quando o governo atenta contra a mídia. Quando o Congresso continua com suas mordomias e quando existe genocídio ecológico contra a Amazônia.

A própria Comissão Interamericana de Direitos Humanos vê retrocesso significativo no Brasil com relação aos programas sociais. As próprias medidas fiscais podem reduzir as expectativas de melhora nas condições de vida da população. A Comissão recomenda respeito aos direitos dos povos indígenas, quilombolas, trabalhadores e detentos.

Como advertiu a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, não basta mostrar a Constituição, se já existe na mente a ideia fixa de que o problema da violência será resolvido na base da bala e de medidas mais duras, dando ao militar o direito de matar, sem responder a possíveis delitos aos direitos constitucionais. Aliás, está na Constituição um artigo, imposto pelos generais no final da ditadura, que em caso de desordem, as forças armadas podem assumir o poder, Essa questão de ordem e desordem têm conceitos subjetivos.

Desistiu de fundir o Ministério da Agricultura ao Meio Ambiente por questões de logística de mercado no exterior, mas todos sabem que o seu indicado será apenas um fantoche para dizer amém aos ruralistas que aumentaram sua bancada no Congresso Nacional que, aliás, continuará, junto com o Judiciário (os salários do Supremo vão passar de 33 mil para 39 mil), gozando de suas mordomias e privilégios, em detrimento da redução dos ministérios e gastos do executivo prometido pelo capitão.

O novo presidente fala em enxugar a máquina pública, mas vai permanecer o rombo dos poderes legislativo e judiciário em todas as esferas estadual e municipal. Não se enganem, tudo o que é de ruim vai continuar para os oprimidos. Tudo quanto for de bom vai ficar para os opressores do mercado livre. A cultura, o direito dos trabalhadores, os programas sociais, o bolsa família com cortes de 15 bilhões de reais ( sete milhões de excluídos), o corte de 46,5% do Sistema Único de Assistência Social e mais 30 bilhões do benefício de prestação continuada não serão prioridades.

Por falar em Congresso, ainda mais conservador, um terço dos eleitos, ou  seja, 160 deputados e 38  senadores, responde a processos, com um total de 540 acusações. Só o PT tem 30 dos 62 eleitos. A bancada dos processados está em 21 partidos, inclusive do PSL. Pelo Judiciário, os magistrados aplaudiram o aumento de seus salários.

COMPORTAMENTO PADRÃO

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PREFEITURA QUER ISENÇÃO PARA TRANSPORTE COLETIVO

Na última sessão de quarta-feira (dia 14/11) da Câmara Municipal de Vereadores de Vitoria da Conquista, mais uma vez, o alvo das discussões foi a questão do transporte coletivo que há meses vem se arrastando, com o caos do sistema a partir do fechamento da Viação Vitória, culminando com o aumento das tarifas de ônibus, que passou de R$3,30 para R$3,80, com  grande ônus para os usuários.

Mesmo com este reajuste, a Prefeitura Municipal mandou um projeto de isenção do imposto sobre serviços dessa natureza que beneficia diretamente a Viação Cidade Verde que, com a colocação de novos veículos, passou a rodar nas linhas da Vitória. Acontece que não houve nenhuma melhora, e o transporte urbano continua sendo um sofrimento para os moradores.

A proposta do poder executivo sofreu forte reação por parte da oposição do legislativo, principalmente do vereador Waldemir Dias, PT, que repudiou o projeto e o classificou de contrassenso, justamente depois do prefeito ter concedido elevação nos preços das passagens, um dos maiores dos últimos anos.

O líder da situação, Luis Carlos Dudé tentou argumentar a isenção do imposto por causa dos investimentos feitos pela Cidade Verde e dos constantes reajustes dos combustíveis, só que muitos parlamentares se recusaram a votar o projeto. Muita gente na plenária estranhou o silêncio do vereador Coriolano Moraes que sempre criticou a situação.

Diante do impasse criado, Dudè resolveu pedir vista do processo que será novamente discutido pelas comissões da Casa. A crise no transporte urbano de Conquista parece não ter fim com o acúmulo de problemas, principalmente depois da falência da empresa Vitória que deixou centenas de funcionários desempregados e sem receber seus direitos trabalhistas.

Outra questão ainda não solucionada é a clandestinidade de vans e carros particulares que rodam na cidade, sem a devida regularização, colocando as pessoas em risco em caso de acidentes. O Terminal da Lauro de Freitas, mais conhecido como “Cabeça de Porco” pelo seu espaço apertado e muita poluição no centro, é outro problema grave, até o momento sem solução.

Há anos, em todas as eleições, os candidatos prometem reformas e até construir outro terminal que atenda a demanda da população da terceira maior cidade da Bahia, com mais de 300 mil habitantes. O atual é uma vergonha para a comunidade e visitantes que passam por Conquista. O lugar, além de ser desconfortável, congestionado e sufocante, é sujo e não oferece condições dignas de desembarque e embarque para os usuários.

AS CURIOSIDADES DO MUNDO GREGO – SABEDORIAS E FILOSOFIAS (IX)

Por volta de 350 a.C. os ricos em Atenas se tornaram tão antissociais que preferiam lançar seus bens ao mar a reparti-los com os pobres. Tinham mais ódio à riqueza alheia do que compaixão pela miséria pessoal. Aristóteles conta que existia um clube aristocrático que tinha como juramento agir contra a coletividade. Muitos se rebelaram contra as desordens, as sonegações, a corrupção e os abusos. Cada um procurava defender seus interesses, como no nosso país de hoje.

EPAMINONDAS – Atenas, Tebas e Esparta ainda se mantinham em condições de salvar uma Grécia desordenada e ensanguentada por volta de 400 a.C. As riquezas, segundo Aristóteles, se concentravam na classe patronal, que as guerras haviam reduzido a um pequeno número. Esparta continuava prepotente e prevaricadora.

Com um corpo de 12 mil mercenários espartanos, sob o comando do ateniense Xenofante, o rei persa Ciro foi derrotado e morto em Cunassa. O episódio encheu de orgulho a Grécia e convenceu Agesilau, rei de Esparta, de que a Pérsia era um grande império, mas de barro.

Atenas e Tebas se uniram aos persas de Artaxerxes. Em Cnido, o almirante ateniense Cônon destruiu a frota espartana em 394 a.C. Agesilau mandou oferecer todas as cidades gregas da Ásia em troca da neutralidade. Em 387 houve a paz de Sardes. Chipre e toda Ásia grega passaram a ser persas.

Esparta continuou sendo a maior potência, mas sendo vista como traidora e impôs governos oligárquicos na própria Beócia. Com isso, o jovem Pelópidas tramou uma conspiração e junto a outros assassinaram os ministros espartanos e reorganizaram a Confederação da Beócia. Pelópidas proclamou a guerra santa, decretou mobilização geral e confiou o comando do exército a Epaminondas, um dos personagens mais complexos da antiguidade.

Mesmo homossexual (na Grécia não era sinônimo de efeminação), Epaminondas, de família aristocrática, era sisudo e quieto desde menino. Por incrível que pareça, não gostava de guerra. Quando lhe ofereceram o comando respondeu: Pensem bem. Se fizerem de mim seu general, eu farei de vocês os meus soldados e, como tais, terão uma vida muito dura.

Epaminondas dispunha de seis mil homens contra dez mil de Esparta. Com sua tática, colocou um grupo de trezentos jovens homossexuais em dupla que juraram fidelidade até a morte. Esparta foi derrotada. O general convenceu-se que poderia dar a Tebas o primado. Entrou no Peloponeso, libertou Messene e fundou Megápolis.

Ódios e ciúmes impediram a unificação da Grécia. Atenas saudou a vitória contra Esparta, mas via com maus olhos o crescimento de Tebas, Chegou a coligar-se com o inimigo para derrubar Epaminondas. Deu-se a batalha de Mantinéia em 362 a.C. e venceu outra vez, mas foi morto por Grilo, filho de Xenofante. Com ele, morreram os sonhos da hegemonia de Tebas.

A DECADÊNCIA DA “POLIS” – Atenas voltou a sonhar com a supremacia e voltou a construir os antigos muros, se cuidando para não cair nos mesmos erros depois de Péricles, mas não teve jeito. Criou nova Confederação com colônias submetidas a ela, adotando mesmos métodos. Muitas cidades se rebelaram e veio a segunda Confederação em 355, em meio a revoltas e repressões.

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ITARANTIM TERÁ PRIMEIRA MINA DE NEFELINA DA AMÉRICA DO SUL

Ainda neste ano entrará em operação no município de Itarantim, no sudoeste da Bahia, a primeira mina de Nefelina Sienito da América do Sul, como resultados dos trabalhos de pesquisas realizados pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).

A jazida possui reservas superiores a 50 milhões de toneladas, e a nefelina, hoje vinda de outros países, é uma matéria-prima essencial para as indústrias de vidro e cerâmica. De acordo com a CBPM, a implantação da mina comprova a boa política de investimentos da estatal e a vocação da Bahia no segmento mineral.

Como terceiro maior produtor nacional em minérios, a Bahia também conta com a mina de vanádio em Maracás, a única da América do Sul, com maior teor deste mineral no mundo.

Em Itarantim, a empresa privada, genuinamente baiana, B4FMineração, vai explorar a nefelina, com investimentos superiores a 20 milhões de reais e capacidade inicial instalada para produção de 50 mil toneladas por ano, com previsão de chegar a 120 mil no próximo ano.

O empreendimento atenderá a 90% do mercado cerâmico de nefelina do Brasil, além de fornecer o produto para Estados Unidos, México e Espanha. A empresa vai empregar 60 pessoas em sua maioria moradores de Itarantim e região. Em 2019 serão gerados mais de 100 empregos diretos e 300 indiretos.

O estado possui um grande potencial mineral, como urânio e ferro (Caetité), ouro (Jacobina), quartzo azul, quartzo de Macaúbas, esmeralda (Pindobaçu) e até de diamantes, em Nordestina, beneficiando a região chamada do sisal. Só em diamantes, 85% das exportações brasileiras são oriundas da Bahia.

O EXTERMÍNIO DOS JUMENTOS

Em seu espaço “Análise Política, Fatos e Causos, em o “A Tarde”, o meu amigo e companheiro jornalista Levi Vasconcelos abriu, com sua sensibilidade que lhe é peculiar, o título “Alguns Animais Sofrem Ameaça de Extinção. Jumento é de Extermínio”.

Foi bastante apropriado seu comentário no momento em que estamos assistindo passivos a matança criminosa dos jegues que são símbolos do Nordeste e que tanto serviram às populações do campo e das cidades no transporte de mercadorias, água e lenha, para o sustento de milhares de famílias.

Lembrou em seu espaço que no dia 25 próximo, a Frente Nacional em Defesa dos Jumentos vai protestar no Farol da Barra. A defesa deve ser de todos nós nessa campanha de acabar de uma vez com o abate dos jumentos que está ocorrendo em Miguel Calmon, Itapetinga e Amargosa por uma empresa chinesa que só se interessa pelo couro.

Vamos nos conscientizar e defender a criação de santuários de preservação dessa espécie tão dócil, que não fez e nem faz mal a ninguém. Diz Levi em sua coluna: “Dizem os ativistas da causa animal que algumas espécies exigem atenção especial por estarem ameaçadas de extinção, quase sempre por conta de uma ação mais irresponsável do que intencional do homem, mas no caso dos jumentos há um diferencial perverso: a ameaça é de extermínio por conta de uma ação deliberadamente assassina”.

A indignação nas redes sociais é crescente contra o intenso abate desses animais em frigoríficos de Miguel Calmon, Itapetinga e Amargosa, às vezes mais de 300 por dia. Os atravessadores das empresas pegam os jegues soltos nas estradas e outros são comprados por míseros 50 reais. Levi pergunta: “que mal fez esta espécie de tantos e tão serviços prestados à humanidade para ter um destino tão cruel”?

A estupidez ainda é maior quando se sabe que esses animais são abatidos tão somente para o aproveitamento do couro como matéria-prima para bolsas, calçados e afins nos países asiáticos. Esses animais inocentes, na verdade, já deveriam ter sido declarados patrimônio do Nordeste. Até quando vamos admitir calados a este massacre?

UMA PROFISSÃO DESACREDITADA

Estudo feito em 35 países revela como a população enxerga a carreira de professor. Apenas 9% dos brasileiros acreditam que os alunos respeitam os docentes e só 1 em cada 5 pais aconselharia profissão aos filhos. O Estado de São Paulo publica reportagem de Isabela Palhares sobre o assunto. Veja trechos da matéria e reflita sobre o assunto.

São Paulo – Percepção de falta de respeito dos alunos, salários insuficientes e uma carreira pouco segura para os jovens. É assim que a maioria da população brasileira enxerga a profissão docente e coloca o País como o que dá menos prestígio aos professores. Esse cenário foi revelado pelo Índice Global de Status de Professores de 2018, divulgado na noite desta quarta-feira, 7, pela Varkey Foundation, organização voltada para a educação. O levantamento avalia como a população de 35 países enxerga a profissão.

Heleno Oliveira, que continua a ser professor mesmo depois da piora do prestigio da profissao

Já pensei em desistir. O que me segura é perceber que posso fazer a diferença na vida de alguns’, conta Oliveira  Foto: GABRIELA BILO / ESTADAO

Enquanto há uma tendência global de crescimento no prestígio dado aos professores, o Brasil regrediu nos últimos cinco anos. Em 2013, quando o estudo foi feita pela primeira vez e avaliou 21 nações, o País aparecia na penúltima colocação. Na edição deste ano, com a piora na percepção sobre o respeito dos alunos e com menos pais dispostos a incentivar seus filhos a seguir a profissão, o índice nacional piorou e colocou o País como lanterna do ranking.

Para chegar ao indicador, foram entrevistadas mil pessoas, de 16 a 64 anos, em cada país e mais de 5,5 mil docentes. No Brasil, apenas 9% acreditam que os alunos respeitam seus professores – na China, o líder, 81% veem esse respeito. O dado aparece em consonância com o fato de que só 20% dos pais brasileiros afirmam que encorajariam seus filhos a seguir a carreira – ante 55% dos pais chineses.

O estudo também indica que o brasileiro subestima a jornada de trabalho da profissão. A sociedade estima uma carga horária semanal média de 39 horas, ante o relato dos professores de uma média de 48 horas. Segundo a pesquisa, essa percepção é forte nos países latino-americanos e se diferencia de países como FinlândiaCanadá e Japão, onde os docentes trabalham menos horas do que a percepção de suas comunidades.

A mesma tendência é observada em relação aos salários. Enquanto brasileiros consideram que um salário justo para os professores seria de U$ 25 mil (cerca de R$ 93 mil) ao ano, a remuneração real média relatada pelos profissionais é de U$ 15 mil (cerca de R$ 56 mil).

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