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EÓLICA PRODUZ A MESMA CAPACIDADE DE ITAIPU E BAHIA É 2a MAIOR POTÊNCIA

Os dados saíram em setembro e foram divulgados pela Associação Brasileira de Energia Eólica, dando conta de que a produção de energia eólica no Brasil atingiu a marca de 14 gigawatts, equivalentes à mesma capacidade instalada de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do país.

São 14,34 GW em 568 parques eólicos e mais de sete mil aerogeradores em 12 estados, sendo que o Nordeste agrega a maior parte da produção. O Rio Grande do Norte aparece em primeiro lugar, com 146 parques e 3.949,3 megawatts, seguido da Bahia, com 133 parques e potência de 3.525 MW. O Ceará vem em terceiro lugar, com 80 parques e 2.049,9 MW.

A fonte eólica tem mostrado grande avanço nos últimos anos, passando de 1 GW em 2011 para os 14 de agora, completamente conectados às redes de transmissão. Segundo os estudos, em média a energia gerada por estas eólicas equivale, atualmente, ao consumo residencial de cerca de 26 milhões de habitações, ou 80 milhões de pessoas.

Segundo a Associação, a energia produzida com ventos está chegando a atender quase 14% do sistema interligado nacional. No caso do Nordeste, os recordes de atendimento ultrapassam 70% da energia produzida na região. É bem mais sustentável que as hidrelétricas que provocam grande impacto ao meio ambiente.

Na Bahia, os primeiros parques surgiram no sudoeste, na região de Caetité, Guanambi e Igaporã há uns dez anos, mas houve um grande atraso na implantação das redes de transmissão pela Chesf. Pelo clima tropical no Brasil, especialmente no Nordeste, a energia eólica, uma fonte limpa, poderia ter hoje uma capacidade bem maior que atual, se tivesse sido planejada bem antes.

Hoje os parques estão espalhados por vários municípios como Morro do Chapéu, Irecê, América Dourado, Santo Sé, Casa Nova, Campo Formoso, dentre outros. A tendência é que em pouco tempo a Bahia seja a maior produtora, superando o Rio Grande do Norte, sem contar a energia solar onde o estado aparece em primeiro lugar, destacando a grande usina de Bom Jesus da Lapa.

VAMOS ACABAR COM O ABATE DOS JUMENTOS NO NORDESTE

O que estão fazendo com os jumentos no Nordeste é um verdadeiro crime. Simplesmente estão abatendo cruelmente os animais que tanto ajudaram os sertanejos na labuta diária para transportar mercadorias das roças para as feiras e até já foram jegues-pipas e jegues-lenhas, matando a sede e a fome de muita gente. Eu mesmo cheguei a utilizá-los para transportar água e lenha para centenas de casas de família em Piritiba, no final dos anos 50.

O que se percebe é que as ongs, os movimentos ambientalistas e protetores dos animais não se importam com esta espécie, tanto quanto com as baleias e as tartarugas que são utilizadas para atrair turistas e ganhar dinheiro. Jegue não rende atração e renda, nem dar visibilidade e prestígio para os pesquisadores.

Está na hora da mídia em geral e todos os órgãos se unirem para acabar de vez com o abate indiscriminado dos nossos inocentes jumentos que estão sendo extintos, só para venderem a carne e o couro para a China e países asiáticos por alguns punhados de dólares. Estou sugerindo uma campanha para proibir de vez que sejam levados aos matadouros, comprados por míseros 50 e 100 reais. Muitos morrem durante os transportes como está acontecendo com os animais que estão sendo levados para um frigorífico de Itapetinga.

REPORTAGEM DE JORNALISTA

Na semana passada, meu companheiro jornalista Mário Bittencourt fez uma série de boas matérias para o “Correio”, denunciando o confinamento dos jumentos em Itapetinga. Segundo sua reportagem, sem guia de trânsito os animais morreram durante viagem e foram desovados.  )

Em seu material jornalístico, Mário informa que, por determinação da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab),  a cidade de Itapetinga, no sudoeste da Bahia, não poderá mais confinar animais deste tipo em propriedade alguma do município. A medida foi em razão de mais um caso de maus-tratos a jumentos registrados no dia 29 de outubro.

Destaco trechos da matéria do jornalista quando assinalou que o diretor de Defesa Animal da Adab, Rui Leal, disse nesta quarta-feira (31) que a partir de agora os animais, que são oriundos de outras cidades da Bahia e de outros estados nordestinos, deverão ser levados diretamente para serem abatidos no Frigorífico Sudoeste, e precisam ter ainda a guia de trânsito animal (GTA).

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MOSTRA CINEMA CONQUISTA HOMENAGEIA CHICO LIBERATO

Esta sendo realizada no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, de 4 a 9 deste mês, a Mostra de Cinema Conquista – um olhar para o novo cinema, marcando a 13º edição, com filmes, mesas temáticas, conferências e arte. O evento foi aberto no domingo, às 19 horas, com a participação de um grande público que lotou o auditório do Centro. Na ocasião, o artista plástico e cineasta Chico Liberato e sua família foram homenageados pelos organizadores da Mostra.

Na abertura dos trabalhos foi apresentado um concerto que evoca as paisagens do sertão, com algumas das músicas que fizeram parte dos filmes de Chico Liberato e do repertório nordestino erudito, com apresentação musical “Paisagens Sonoras”, regência de João Omar, participações da Orquestra Conquista Sinfônica, João Liberato e “paisagem visual”, de Patrícia Moreira.

A homenagem contou ainda com a exposição “Chico Liberato-Transfiguração” que propõe um questionamento livre sobre a formação da imagem e suas transversalidades, começando pela origem da produção do homenageado nas artes plásticas, até seu consagrado trabalho no cinema de animação.

Sob a coordenação de Esmon, realização da Ong Mandacaru, apoio cultural de diversas empresas e financeiro da Prefeitura de Vitória da Conquista e Governo do Estado, além da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-Uesb, abriram a Mostra o curta “Amarilis”, de Chico Liberato e a animação A Cidade dos Piratas, de Otto Guerra, de 80 minutos.

Na segunda-feira (dia 5) foram exibidos os filmes Mini Miss, de Rachel Daisy Ellis (16 minutos), Quilombo Rio dos Macacos, de Josias Pires, Desertos Verdes, Plantações de Eucaliptos, Agrotóxicos e Água, de Marcelo Lopes, Ex´Pajé, de Luiz Bolognesi, Próxima Parada: Suiça, de Kauan Oliveira, A Retirada para um Coração Bruto, de Marco Antônio Pereira e Arábia, de Afonso Uchôa e João Dumans.

A programação no Centro de Cultura começa sempre às 15 horas com encerramento por volta das 22 horas com apresentação de documentários e filmes de ficção curtas e longas, destacando Solo Seco e Rachado, de Daniel Leite Almeida, Histórias que Nosso Cinema não Contava, de Fernanda Pessoa, dentre outros no dia 6(terça-feira).

Para o dia 7 (quarta-feira) o público pode apreciar No Intenso Agora, de João Moreira Sales, Nascida para Matar, de Lorena e Rogério Gonçalves, dentre outros. Para os dias 8 e 9, a Mostra exibe O Baú do Zulú, de Raul Ribeiro, Conte Isso Áqueles que Dizem que Fomos Derrotados, documentário de Alano Bemfica, Pedro Maia, Camila Bastos e Cristiano Araújo, A Moça do Calendário, de Helena Ignez, Dr, Ocride, de Edson Bastos e Henrique Filho que fala da fazenda do Povo construída pelo escritor Euclides Neto, em Ipiaú.

Além de filmes, a programação contempla realização de conferências, lançamento de livros e outras atividades. Entre os dias 6 e 9 acontece “Papo de Cinema”, no Centro de Cultura, das 11 às 12 horas.

Entre 5 a 9 de novembro, a Mostra Cine Tenda está sendo exibida na Praça J. Murilo e na rua Joana Angélica, no Bairro Flamengo. De 5 a 8 nas escolas municipais (Mostra Itinerante) em Baté-Pé, Iguá, Pradoso, Inhobim e São Sebastião.

 

UMA DATA ESQUECIDA NO PAÍS QUE JOGOU A CULTURA NO LIXO

Ouvi por aí, lendo em algum lugar, que um bom texto é como uma canção harmoniosa e suave que encanta os ouvidos. Acrescento que é como ouvir o canto do cancioneiro quando ele e sua viola estão bem afinados. Assim como o violeiro, o violinista, o pianista e o saxofonista numa orquestra, o bom texto acalma a alma, mesmo do mais ímpio. Em sua essência, o leitor lê o livro, ou é o livro quem lê o leitor?

Ao falar do texto de uma matéria jornalística, de um artigo, de um comentário opinativo ou interpretativo, de uma tese de mestrado, de uma redação do Enem que virou outro vestibular, a intenção foi fazer uma caminhada até o livro, não importando o gênero. Este personagem tão nobre e velho distinto, mais uma vez passou esquecido em sua data nacional comemorativa no dia 29 de outubro, e logo em meio ao voto do ódio e da intolerância política.

Nestes momentos conturbados de tantas crises, que falta ele faz para clarear nossas mentes numa direção mais sensata e de lucidez! Ainda nesta semana, li um comentário do escritor Luiz Carlos Amorim num jornal em que dizia ser o livro o guardião da história da humanidade. O receptáculo de toda inteligência e criatividade do homem. A tristeza é que ele não seja tão popular quanto deveria, pelo menos no Brasil.

Diria que se ele fosse mais lido, reverenciado e apreciado, nossa sociedade seria mais humana, menos violenta, mais ética e mais respeitosa com os outros. Luiz Carlos fala que ele ainda é caro e aponta como alternativas as bibliotecas e os sebos. Da minha parte, entendo que a questão não é ser caro, mas a falta de hábito por culpa dos governantes que nunca priorizaram a educação. Deixaram o povo nas trevas e não vejo perspectivas de luz no fim do túnel.

O escritor fala dos e-books (o livro eletrônico) e os e-readers que estão se popularizando e têm uma pequena legião de seguidores. Não vai muito longe disso e, infelizmente, não vejo nisso nenhuma revolução cultural. O público do digital é inexpressivo, ao contrário do que previa os “futuristas” quando surgiu o computador. Quem não tem o costume de ler, não utiliza o eletrônico nem o livro de papel, ou o impresso. Esta é a minha opinião.

Por tocar no assunto, o livro de papel nunca deixará de existir, mas alguns insistem que ele terá seu fim com a evolução da internet. Acredito, no entanto, que não é a tecnologia da informática que vai intensificar o hábito da leitura, nem o audiolivro. Sem uma educação de qualidade e uma política de incentivo à cultura, vamos continuar sendo um dos priores leitores do planeta, bem abaixo de muitos países latinos. Nunca ganhamos um Nobel da Literatura, apesar de grandes autores.

Monteiro Lobato já dizia que um país se constrói com homens e livros. Ainda está longe de isso acontecer. Temos mais de 200 milhões de habitantes com poucos livros nas mãos. O professor Walber Gonçalves de Souza escreveu certo dia que somos uma nação de pouquíssimos leitores, uma média de livros lidos por pessoa bem abaixo daquilo que deveria ser um padrão aceitável em relação aos países desenvolvidos.

Ele lembra que os índices nacionais e mundiais que apontam a qualidade da nossa educação, sempre colocam o Brasil numa posição vergonhosa e triste. Uma pesquisa detectou que a maioria dos professores não incentiva seus alunos a serem docentes. Os motivos são vários, como falta de reconhecimento social, condições de trabalho, indisciplina dos alunos, entre outros. A sociedade prefere manter-se na ignorância e na obscuridade. Não quer saber do conhecimento. Prefere o fútil consumismo.

Walber faz uma Alegoria da Caverna de Platão, dizendo que nossa sociedade dá sinais de que prefere manter-se no mais profundo breu das cavernas e disposta a matar quem desejar apresentar a luz. Ser professor virou chacota e descaso por parte das políticas públicas. Transformou-se em profissão medíocre que não atrai jovens. O melhor mesmo é cultivar a ignorância.

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A PREPOTÊNCIA E A BURRICE ELEGERAM O BOLSONARO PRESIDENTE

Um capitão da reserva, deputado federal do chamado baixo clero, sem muita expressão, a não ser através de suas polêmicas de extrema-direita, virou um fenômeno de massa, um mito, e tornou-se domingo (dia 28/10) no presidente do Brasil, graças à prepotência da cúpula do PT e a burrice na votação do primeiro turno quando Ciro Gomes era apontado nas pesquisas para o segundo turno como o único que poderia derrotar qualquer candidato, inclusive os dois que ficaram para a final da disputa eleitoral.

Esses dois fatores e mais a corrupção que levou o país a mergulhar numa crise ética e moral, sem precedentes, formaram o conjunto da obra que deu a vitória a Bolsonaro, ou Bolzonaro de família italiana de Anguillara, com as palavras de ordem, pátria, família e Deus no arrastão dos evangélicos e conservadores. Na verdade, a corrupção não foi só do PT, mas o partido foi o carro-chefe que irritou os brasileiros pelo seu orgulho e bravatas do seu líder maior em não fazer uma autocrítica, uma mea culpa. Mais uma vez, não pensaram no Brasil, mas exclusivamente no poder.

Primeiro foi o fora Dilma com o impeachment e o apoio a Temer, o mordomo de Drácula, que castigou os trabalhadores e cortou programas sociais com as reformas fiscal e trabalhista. Os desmandos continuaram, os 13 milhões desempregados não voltaram ao mercado, a falta de segurança piorou e o novo presidente foi indiciado em atos de corrupção. Os bate panelas ficaram calados e agora voltaram para eliminar o PT do poder.

Faltou humildade e sobraram provocações de há muito, do tipo “é nós contra eles” e até ameaças de luta armada caso perdesse o poder e seu chefe maior fosse preso. Com seu estilo agressivo em seus discursos de palanque, o próprio Lula perderia essas eleições se a ele fosse dada a liberdade e o direito de se candidatar. Talvez até com diferença maior. Como resposta, numa espécie de vingança e rancor reprimidos, o outro lado do eleitorado preferiu o outro, ainda mais ofensivo nas palavras.

Nunca uma eleição no Brasil foi tão carregada de ódio, intolerância, violência e fake news. A maior vítima foi a verdade. Bem antes do Bolsonaro se declarar postulante ao cargo, a esquerda, intelectuais, artistas e muita gente não acreditavam que ele se elegeria, que a extrema-direita e o retrocesso teriam voz. A facada no dia 6 de setembro o beneficiou e fez crescer mais ainda a revolta contra o PT. O sentimento de raiva transbordou.

As redes sociais ajudaram o candidato, mas o esquema de repúdio e revolta já estava armado para eleger o presidente que bate continência para a bandeira dos Estados Unidos, que tratou os quilombolas de animais pesos pesados por arrobas, xingou mulheres de vagabundas que não serviam nem para serem estupradas, defendeu a ditadura e a tortura, falou em banir os vermelhos, disse que preferia um filho morto a ser gay, elogiou o torturador Carlos Brilhante Ustra e fez até apologia à violência na base de todos armados.

No segundo turno apareceu o Bolsonaro bonzinho vítima da facada de um aloprado, defendendo a liberdade de expressão e de cada um ter o direito de ser o que quiser, uma imprensa livre, a Constituição e a democracia, mais benefícios para o Bolsa Família que ele tanto criticou, os homossexuais, a união de todos e um governo de conciliação. Até desculpou-se, coisa que o PT não fez e continua no mesmo tom, de ter falado tantas bazófias no calor das discussões. Desapareceu a pregação fascista e raivosa para dar lugar a ideias, de certo modo, até progressistas. Virou o candidato da “esquerda”.

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OS JUMENTOS HUMANOS ESTÃO ACABANDO COM OS JEGUES DO SERTÃO

Cantado em prosas e versos por repentistas, trovadores e muitos outros artistas, inclusive pelo grande Luiz Gonzaga, o jegue até transportou o menino Jesus no deserto até o Egito, para livrá-lo da perseguição de um rei. Pode-se até dizer que se trata de um animal sagrado.

Há uns 40 a 50 anos na Bahia os sertanejos viviam apreensivos com os caçadores de jegues que eram apanhados nas estradas, ou comprados nos pastos secos por preços irrisórios, para serem levados a um abatedouro de jumentos, burros e cavalos, instalado em Senhor do Bonfim, no norte do estado. Se não me engano, as carnes, as vísceras e os couros eram exportados para o Japão ou para a China. Como jornalista cheguei a fazer uma reportagem sobre o caso.

Lembro que um desses atravessadores, tipo corretor de jegues, esteve no terreno do meu pai fazendo uma proposta indecente de compra para levar seu animal, que tanto nos servira para carregar mandioca na roça e transportar a farinha para a feira da cidade de Piritiba. Meu pai, como se diz no popular, virou uma fera co0ntra o chamado holocausto do jegue e escorraçou o sujeito da porta na ponta da faca. Saiu correndo sem olhar pra trás.

Meu pai tinha uma grande estimação e dever de gratidão pelo jumento, como se fosse um ente irmão que sempre ajudou no sustento da família, trabalhando dia e noite. Ficou revoltado com a ação das matanças indiscriminadas e jurou que seu jegue morreria caduco de velho em seu pasto, e assim aconteceu. Foi um gesto de amor e reconhecimento.

Nas feiras das cidades e nos povoados do interior, eles tinham até currais de recolhimento, enquanto o sertanejo ia vender suas mercadorias e fazer suas compras. Cada um trazia os seus jumentos carregados de farinha, frutas, verduras e cereais, e retornavam para suas casas montados neles, proseando e contando causos no ritmo da lentidão do tempo, na base do trote vagaroso. Eram bem tratados e cada um valorizava e preservava seu bichinho.

Este holocausto dos jumentos perdura até hoje, e pouco se tem feito para evitar esta barbaridade dos humanos jumentos. Por muito tempo o jegue é um símbolo do Nordeste e está na hora de se criar um movimento para evitar seu desaparecimento, como existem as sociedades, os grupos e as ongs protetoras das baleias, das tartarugas, das araras, dos papagaios, dos cachorros e de outros animais para evitar suas extinções na terra.

São ações válidas, mas o pobre do jegue, por ser também chamado de jumento, de burro imbecil, não merece a mínima atenção dos ambientalistas. É como se essa espécie fosse considerada de classe inferior imprestável, de pouca importância para a preservação ambiental, substituída pelas máquinas dos cavalos de aço motorizados. Ninguém no campo quer mais saber do jumento, e em pouco tempo só vai ser lembrando pelas novas gerações através de fotos. Enquanto isso, prolifera a raça dos humanos burros jumentos que primam pelo ódio e a intolerância.

Passados os anos, a sociedade capitalista avarenta irracional continua exterminando os nossos inocentes animais da espécie, que por séculos serviram o nordestino no transporte de cargas. Como sempre, esses gananciosos do lucro agem como jumentos animais levando os outros mais nobres inofensivos para o abate, sem contar as crueldades praticadas contra esses bichos antes de entrarem nos matadouros da morte.

Há algum tempo a carne passou a ser exportada, o que aumentou o risco de extinção. Na Bahia, por exemplo, foi autorizado pelo governo o abate em Miguel Calmon, Amargosa e em Itapetinga onde, nesta cidade, se constatou a prática de terríveis maltratos por parte de uma empresa da China. Ninguém mais falou do assunto.

Para reforça a luta em defesa desses animais foi instalada em 2016 a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, que promoverá em 25 de novembro, atos em várias cidades do Brasil, inclusive em Salvador. Medidas similares devem ser multiplicadas como no Ceará onde criaram “santuários”, áreas destinadas a abrigar os jegues que são abandonados pelos donos e vagam pelas margens das rodovias, passando fome e morrendo atropelados.

 

PROGRESSO E FASCISMO PEGAM “FOGO” EM DEBATE NA CÂMARA

As eleições elevaram o tom dos debates na sessão de ontem (dia 24/10) na Câmara Municipal de Vereadores de Vitória da Conquista quando o parlamentar David Salomão subiu à tribuna para dizer que as forças armadas estão de prontidão, após o pleito do dia 28, para garantir a lei e a ordem, em defesa da pátria. “Preparem que em janeiro as forças armadas estão chegando, seus canalhas” – disse Salomão com seu estilo sempre raivoso.

O discurso instigou respostas duras por parte de representantes do PT e de partidos da esquerda. O vereador Wladimir Dias afirmou que a disputa eleitoral em sua reta final colocou em pauta um projeto progressista e outro fascista de exclusão dos negros, das mulheres e das minorias de um modo geral. Destacou que este discurso de ódio é ridículo e fez um apelo para que todos compreendam as diferenças.

As vereadoras Nildma Ribeiro, do PC do B e Viviane Sampaio, do PT também repudiaram a fala do colega David Salomão, de acordo com elas, de sentido fascista que pretende retirar direitos adquiridos das pessoas e vai de encontro à democracia. O pastor e parlamentar Sidiney Oliveira criticou a enxurrada de fake news nestas eleições e condenou a fala do candidato Fernando Adadd que classificou seu líder Edir Macedo, da Universal do Reino de Deus, de charlatão e que só pensa em lucro.

Fora as escaramuças na política, onde os ataques focaram as agressividades de David Salomão, inclusive com ameaças de ser denunciado na comissão de ética por falta de decoro parlamentar, a sessão aprovou nomes de pessoas da cidade que vão receber o título de cidadão conquistense e requerimentos diversos.

A parlamentar Lúcia Rocha elogiou o trabalha de limpeza do açude do distrito de Batepé que está sendo realizado pela Prefeitura Municipal. Adenilson Pereira defendeu mais pavimentação asfáltica nos bairros mais pobres, e não somente nas áreas de maior poder aquisitivo. O presidente da Casa, Hermínio Oliveira, fez duras críticas à empresa Via Bahia que, segundo ele, faz muito pouco em torno de Vitória da Conquista em comparação com o que é realizado em outras localidades.

O parlamentar Coriolano Moraes falou da necessidade do poder público e do setor privado direcionar mais recursos para o fortalecimento da  Associação dos Deficientes Físicos. Sobre a atual política, ressaltou que se vive momentos difíceis, e conclamou a todos para se unir em prol do fortalecimento da democracia.

Cícero Custódio pontou a questão precária da nossa saúde, tanto local como nacional. Citou que o Brasil perde 11 leitos hospitalares por dia. De acordo com sua opinião, o sistema está falido e apontou, como exemplo, o Hospital Regional onde faltam medicamentos e vagas para atendimento dos pacientes. Ele sugeriu que se forme uma comissão para analisar a situação, principalmente sobre a lotação da unidade hospitalar.

Sobre o setor no Brasil, uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios constatou que em dez anos o país perdeu 41.388 leitos hospitalares do SUS. Em 2008 eram 344.553 leitos contra 303.185 em 2018. Pediatria e obstetrícia foram as especialidades mais atingidas. Foram fechados mais leitos no SUS que nos hospitais privados. O Conselho Federal de Medicina indica que no Nordeste, a Bahia foi o estado que mais perdeu leitos. As unidades caíram de 25.132 em 2010 para 23.216 em 2018.

CURIOSIDADES DO MUNDO GREGO -FILOSOFIAS E SABEDORIAS (parte VIII)

GUERRA DO PELOPONESO – O império de Atenas se chamava Confederação, mas, na verdade, o que existia mesmo era o controle comercial e político dela subjugando as outras cidades satélites. Para começar, os cidadãos da Confederação não tinham os mesmos direitos. Quando existiam conflitos onde estava envolvido um ateniense, só os magistrados de Atenas tinham competência para julgar, conforme relata o autor de “História dos Gregos”, Indro Montanelli.

Em 459 a.C. Atenas usara a frota para tentar expedição ao Egito e expulsar os persas ali instalados. A frota de Atenas que devia servir à causa comum, foi utilizada para esmagar uma revolta nos estados de Egina, Eubéia e Samos. Esparta, de origem dórica, guerreira, aristocrática e conservadora, que não era grande cidade cosmopolita, mas contava com muitos quarteis no interior do Peloponeso, encarava as repressões como sinal de fraqueza.

Diante dos conflitos entre os estados e uma aparente guerra, Péricles realizou uma conferência de cúpula, tentando trazer toda população da Ática e o exército para dentro dos muros de Atenas. Esparta, no entanto, achou que aderir seria reconhecer a supremacia de sua rival. Muitos estados fizeram o mesmo e a cúpula foi um fracasso.

O problema era saber quem tinha a força de unificar a Grécia. Atenas era um povo jônico, a democracia, a burguesia, o comércio e a indústria. Esparta, conservadora, totalitária e grosseira. Em 435, Corcira pediu para entrar na Confederação e insurgiu-se contra Corinto. Três anos depois, Potidéia, colônia de Atenas, revoltou-se e pediu ajuda a Corinto. Péricles mandou um exército contra ela, mas não conseguiu derrotá-la.

Vendo o fracasso de Atenas, Mégara rebelou-se também e aliou-se com Corinto, que chamou Esparta. Atenas impôs o bloqueio de Mégara e Esparta protestou. De um lado Atenas com seus confederados do Jônio, do Egeu e da Ásia Menor. Esparta com todo Peloponeso (Corinto, Beócia e Mégara).

Diante da situação grave, Péricles chamou seu exército para dentro dos muros de Atenas, abandonando a Ática ao inimigo. Enfraquecido, a guerra atiçou a ira de seus inimigos, como Cléon, demagogo e corajoso, que acusou Péricles de peculato e, como ele não deu conta dos fundos secretos, foi deposto e multado, exatamente quando a epidemia levou dele a irmã e seus dois filhos legítimos. Aristóteles diz que Cléon subia à tribuna e falava numa linguagem malcriada, grosseira e pitoresca. Arrependidos, logo depois os atenienses o repuseram Péricles ao poder e deram cidadania ao filho que tivera com Aspásia.

A guerra que já durava por dez anos semeara a ruína por toda Grécia, sem solução. Ameaçada por uma revolta dos escravos, Esparta sugeriu a paz e Atenas aderiu seguindo parecer dos conservadores, como o de Nícias, cujo tratado de 421, de 50 anos, levou seu nome.

ALCIBÍADES – Aristocrata e conservador, Nícias era o homem mais rico de Atenas e tinha suas extravagancias e superstições, como a de nunca fazer nada nos dias nefastos. Para cortar o cabelo esperava a lua cheia. Quando o voo das aves indicava azar, pronunciava a fórmula da esconjuração e repetia 27 vezes. Se ouvia o coaxar de um sapo, abandonava o Senado. Organizava e pagava do seu bolso as procissões para a colheita. Cada bocado que engolia invocava o nome de um morto da sua família. Chegava a comer tendo diante de si uma tabuleta com o nome de todos seus antepassados.

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COMENTÁRIO DE “COMO NASCE O FASCISMO”…

Do jornalista Carlos Gonzalez

Amigo e colega Jeremias, felicito-o pela precisão do artigo que você assina no blog “aestrada”, analisando o que o futuro reserva ao Brasil nos próximos anos. O brasileiro, lamentavelmente, não descobriu que está sendo contaminado com o mesmo vírus inoculado há 80 anos no povo alemão, que se empolgou com as promessas feitas por um cabo do exército.

Peço licença para inserir em seu comentário umas poucas palavras sobre o período ditatorial espanhol, implantado após três anos de uma Guerra Civil, que causou 400 mil mortes e um país esfacelado, com o ódio se alastrando entre pais, filhos e irmãos.

.”Caudillo de España por la gracia de Dios”. Assim se proclamava um dos ditadores mais sanguinários da História. Aliado do fascismo de Benito Mussolini e do nazismo de Adolf Hitler, o Generalíssimo Francisco Franco impôs durante 36 anos (de 1939 a 1975) um duro regime aos espanhóis, após derrubar o governo republicano constituído, tendo o apoio dos déspotas italiano e alemão.

Com as bênçãos da Igreja, dos grandes produtores rurais, do Exército e da sociedade conservadora, Franco reuniu em torno da sua figura, de apenas 1,63 de altura, os falangistas e nacionalistas, incutindo neles o ódio pelos republicanos e comunistas. Preservou, no entanto, a monarquia, trazendo de volta do exílio o rei Afonso XIII, que havia sido deposto em 1931 pelos republicanos.

Religioso, Franco pronunciava com frequência o nome do Senhor. Costumava dizer que somente a História e Deus poderiam julgá-lo. Seu maior admirador entre os ditadores sul-americanos foi o general chileno Augusto Pinochet,

Nota do autor de “Como Nasce o Fascismo em um País”:

Agradeço sua prestigiosa e inteligente colaboração e acrescento ao primeiro texto minha opinião, se me permite, de que hoje já estamos surfando na onda militar e evangélica. Sem o pensar, tudo pode acontecer com o fanatismo.

Entre outros regimes de opressão que todo povo deve estar atento e repudiar, cito ainda o stalinismo que provocou um tremendo estrago de matanças e atrocidades das piores já vistas pela humanidade. Todos são condenáveis e detestáveis.

Faltou também assinalar que o tom violento de moralidade, em nome da pátria, da família e da religião desses regimes, levaram, sem muito esforço de seus líderes, grupos de seguidores, principalmente de jovens, à prática de atos de repressão e terror contra qualquer opositor. Seus alvos são sempre as minorias excluídas e aqueles que contestam o regime.

Um exemplo foram as SS de Hitler e os franquistas. São as tropas defensoras das ideias dos seus chefes, ou como queiram, os guardas da esquina da ditadura no Brasil, que saíram pelas ruas e campos destilando todo seu ódio represado em suas mentes.

Na maioria das vezes, esses grupos surgem espontaneamente, por conta própria, cometendo seus crimes porque se sentem protegidos pela couraça do poder em vigor.

COMO NASCE O FASCISMO EM UM PAÍS

Pelo cenário que se desenhava com o avanço conservador evangélico, há anos vinha comentando que a extrema-direita no Brasil ia chegar ao poder. Quase ninguém concordou e ainda rebatiam que não havia clima. “Os tempos eram outros”. Quando começou o fenômeno Bolsonaro, disse que ia ganhar as eleições, mas não acreditavam nisso. Agora estou afirmando que estamos à beira de uma ditadura fascista com apoio do voto popular. Só não esperava que tudo fosse acontecer tão rápido.

O voto de ódio é sempre o voto errado e irracional. Entre as piores, existiam outras opções melhores, mas prevaleceu a intolerância de medição de forças como numa disputa de derruba de corda entre as partes de regiões desiguais, com diferenças acentuadas de classes, gêneros, idades, cores e poderes. A religião provocou o arrastão, e nesta hora nem Jesus Cristo seria o candidato da solução conciliadora. Nesta eleição, nem Ele iria para o primeiro turno, para afastar o perigo maior de mais divisão e desagregação.

OS PRIMEIROS PASSOS

Sobre como nasce o fascismo, primeiro começam a falar, com insistência, de pátria, família, Deus, religião e moralidade, justamente quando o país está destroçado e mergulhado numa tremenda crise ética, política e econômica de baixa estima da população. É uma pregação recorrente. Na maioria das vezes, o indivíduo desenganado por grave doença, depois de ter tentado os métodos científicos da medicina, se apega a qualquer receituário de fora, inclusive a “curas milagrosas” de chás, folhas e todo tipo de tratamento alternativo, na busca desesperada pela salvação.

Foi assim que o nazifascismo foi inoculado no corpo debilitado da Itália e da Alemanha nos anos 20 e 30 do século passado. Uma ditadura é sempre precedida de uma grande crise e uma decepção do povo com relação a um governo passado. O terreno é bem fértil para um aventureiro salvador da pátria. Basta ler a história da humanidade desde os tempos dos sumérios da Mesopotâmia, do Egito, da Grécia e dos próprios romanos. Nos momentos mais difíceis, sempre surge um oportunista “libertador” que conta com apoio popular, mesmo que seja despreparado.

O ódio contra uma corrente oposta, que cometeu erros e desmandos contra a nação, é a porta de entrada do vírus fascista, e o seu mentor aproveita prometendo moralizar de vez a situação, colocando o nacionalismo, a família e Deus como restauradores do bem contra o mal. Ele se autointitula um predestinado do Senhor para cumprir esta missão. As ideias são de força, emprego da violência com balas e torturas, opressão às liberdades individuais, extermínio de minorias, de direitos humanos e até de programas sociais, com um Estado mínimo, mas interventor. Nesta hora, todos se juntam à ordem de “vamos acabar com esta bagunça”.

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