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COMENTÁRIO DE “COMO NASCE O FASCISMO”…

Do jornalista Carlos Gonzalez

Amigo e colega Jeremias, felicito-o pela precisão do artigo que você assina no blog “aestrada”, analisando o que o futuro reserva ao Brasil nos próximos anos. O brasileiro, lamentavelmente, não descobriu que está sendo contaminado com o mesmo vírus inoculado há 80 anos no povo alemão, que se empolgou com as promessas feitas por um cabo do exército.

Peço licença para inserir em seu comentário umas poucas palavras sobre o período ditatorial espanhol, implantado após três anos de uma Guerra Civil, que causou 400 mil mortes e um país esfacelado, com o ódio se alastrando entre pais, filhos e irmãos.

.”Caudillo de España por la gracia de Dios”. Assim se proclamava um dos ditadores mais sanguinários da História. Aliado do fascismo de Benito Mussolini e do nazismo de Adolf Hitler, o Generalíssimo Francisco Franco impôs durante 36 anos (de 1939 a 1975) um duro regime aos espanhóis, após derrubar o governo republicano constituído, tendo o apoio dos déspotas italiano e alemão.

Com as bênçãos da Igreja, dos grandes produtores rurais, do Exército e da sociedade conservadora, Franco reuniu em torno da sua figura, de apenas 1,63 de altura, os falangistas e nacionalistas, incutindo neles o ódio pelos republicanos e comunistas. Preservou, no entanto, a monarquia, trazendo de volta do exílio o rei Afonso XIII, que havia sido deposto em 1931 pelos republicanos.

Religioso, Franco pronunciava com frequência o nome do Senhor. Costumava dizer que somente a História e Deus poderiam julgá-lo. Seu maior admirador entre os ditadores sul-americanos foi o general chileno Augusto Pinochet,

Nota do autor de “Como Nasce o Fascismo em um País”:

Agradeço sua prestigiosa e inteligente colaboração e acrescento ao primeiro texto minha opinião, se me permite, de que hoje já estamos surfando na onda militar e evangélica. Sem o pensar, tudo pode acontecer com o fanatismo.

Entre outros regimes de opressão que todo povo deve estar atento e repudiar, cito ainda o stalinismo que provocou um tremendo estrago de matanças e atrocidades das piores já vistas pela humanidade. Todos são condenáveis e detestáveis.

Faltou também assinalar que o tom violento de moralidade, em nome da pátria, da família e da religião desses regimes, levaram, sem muito esforço de seus líderes, grupos de seguidores, principalmente de jovens, à prática de atos de repressão e terror contra qualquer opositor. Seus alvos são sempre as minorias excluídas e aqueles que contestam o regime.

Um exemplo foram as SS de Hitler e os franquistas. São as tropas defensoras das ideias dos seus chefes, ou como queiram, os guardas da esquina da ditadura no Brasil, que saíram pelas ruas e campos destilando todo seu ódio represado em suas mentes.

Na maioria das vezes, esses grupos surgem espontaneamente, por conta própria, cometendo seus crimes porque se sentem protegidos pela couraça do poder em vigor.

COMO NASCE O FASCISMO EM UM PAÍS

Pelo cenário que se desenhava com o avanço conservador evangélico, há anos vinha comentando que a extrema-direita no Brasil ia chegar ao poder. Quase ninguém concordou e ainda rebatiam que não havia clima. “Os tempos eram outros”. Quando começou o fenômeno Bolsonaro, disse que ia ganhar as eleições, mas não acreditavam nisso. Agora estou afirmando que estamos à beira de uma ditadura fascista com apoio do voto popular. Só não esperava que tudo fosse acontecer tão rápido.

O voto de ódio é sempre o voto errado e irracional. Entre as piores, existiam outras opções melhores, mas prevaleceu a intolerância de medição de forças como numa disputa de derruba de corda entre as partes de regiões desiguais, com diferenças acentuadas de classes, gêneros, idades, cores e poderes. A religião provocou o arrastão, e nesta hora nem Jesus Cristo seria o candidato da solução conciliadora. Nesta eleição, nem Ele iria para o primeiro turno, para afastar o perigo maior de mais divisão e desagregação.

OS PRIMEIROS PASSOS

Sobre como nasce o fascismo, primeiro começam a falar, com insistência, de pátria, família, Deus, religião e moralidade, justamente quando o país está destroçado e mergulhado numa tremenda crise ética, política e econômica de baixa estima da população. É uma pregação recorrente. Na maioria das vezes, o indivíduo desenganado por grave doença, depois de ter tentado os métodos científicos da medicina, se apega a qualquer receituário de fora, inclusive a “curas milagrosas” de chás, folhas e todo tipo de tratamento alternativo, na busca desesperada pela salvação.

Foi assim que o nazifascismo foi inoculado no corpo debilitado da Itália e da Alemanha nos anos 20 e 30 do século passado. Uma ditadura é sempre precedida de uma grande crise e uma decepção do povo com relação a um governo passado. O terreno é bem fértil para um aventureiro salvador da pátria. Basta ler a história da humanidade desde os tempos dos sumérios da Mesopotâmia, do Egito, da Grécia e dos próprios romanos. Nos momentos mais difíceis, sempre surge um oportunista “libertador” que conta com apoio popular, mesmo que seja despreparado.

O ódio contra uma corrente oposta, que cometeu erros e desmandos contra a nação, é a porta de entrada do vírus fascista, e o seu mentor aproveita prometendo moralizar de vez a situação, colocando o nacionalismo, a família e Deus como restauradores do bem contra o mal. Ele se autointitula um predestinado do Senhor para cumprir esta missão. As ideias são de força, emprego da violência com balas e torturas, opressão às liberdades individuais, extermínio de minorias, de direitos humanos e até de programas sociais, com um Estado mínimo, mas interventor. Nesta hora, todos se juntam à ordem de “vamos acabar com esta bagunça”.

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DIA DO PROFESSOR E TRANSPORTES COLETIVOS EM DEBATE NA CÂMARA

Mais uma vez, a questão dos transportes coletivos urbanos de Vitória da Conquista foi alvo de críticas pelos vereadores na sessão de ontem (dia 17/10) na Câmara Municipal, depois da aprovação da pauta de projetos e indicações de títulos a novos cidadãos da cidade, que serão entregues neste final de ano.

Os vereadores também prestaram uma homenagem ao professor pela sua data comemorada no último dia 15 de novembro, lembrando sua importância na sociedade, embora ainda seja uma profissão desprestigiada pelo poder público e pouco reconhecida no país, conforme citaram em suas falas.

O parlamentar e professor Coriolano Moraes começou seu discurso lamentando que o mestre da sala de aula ainda é uma categoria que não tem o seu valor merecido, mesmo diante dos grandes sacrifícios para cumprir suas tarefas de ensinar, sem salários justos e condições dignas de trabalho em escolas em estado precário.

Na ocasião, Coriolano usou seu tempo na tribuna para denunciar o aumento das tarifas de ônibus na maneira como foi feito, sem ouvir o Conselho Municipal de Transportes, pegando os usuários de surpresa. Disse que o sistema é administrado sem planejamento, citando a recente falência da Viação Vitória, que causou o desemprego de mais de mil pessoas.

Ainda em relação ao setor, destacou a proliferação do transporte clandestino na cidade que termina prejudicando financeiramente as empresas legalizadas. Segundo ele, os veículos ilegais que rodam na cidade reduzem o número de passageiros nos ônibus que terminam ficando inviáveis em termos econômicos, exigindo recomposição das tarifas além do permitido, para ajustar aos seus custos.

No mesmo tom contra os aumentos das passagens, maiores que em outras cidades do mesmo porte no país, se pronunciaram os vereadores Álvaro Pithon, Cícero Custódio e David Salomão. Este último teceu duras críticas e conclamou a Casa a não aceitar que a prefeitura reduza o ISS (o imposto sobre serviços) das empresas como está sendo cogitado. Não podemos concordar que haja redução do imposto e, ao mesmo tempo, elevação das passagens – enfatizou o vereador.

 

TRIBUNAIS INTERNACIONAIS DEVERIAM JULGAR CRIMES CONTRA SAÚDE NO BRASIL

Um verdadeiro genocídio contra a humanidade vem acontecendo há anos no Brasil, e os nossos governantes já poderiam ter sido levados às barras dos tribunais internacionais para serem julgados pelos seus crimes de lesa pátria. Ao lado da violência, o que vem ocorrendo na saúde pública é um massacre, pior que em muitas guerras. Um estudo constatou que morrem no país mais de 150 mil pessoas por ano por negligência e falta de atendimento médico em postos e hospitais.

Os erros de gestão, a incompetência governamental, os roubos no setor e a consequente falta de recursos para gerir a saúde descambaram para crimes em massa, condenados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal, com matanças generalizadas das camadas mais pobres excluídas pelo perverso sistema capitalista. Para constatar a realidade dos horrores, basta visitar os corredores dos hospitais públicos e as filas de marcação de consultas, conhecidos como da morte. São choros, lamentos e gemidos de ranger de dentes.

Praticamente, todos os dias somos obrigados a ver imagens e relatos constrangedores e deprimentes nos veículos de comunicação, de mulheres parindo sozinhas nas recepções de hospitais, alas imundas entulhadas de gentes de todas as idades, doentes terminais morrendo nas ambulâncias por falta de vagas e atendimento médico e outras atrocidades. As unidades estão mais para açougues dos horrores e câmaras coletivas de matanças de seres humanos. Na verdade, não existe nada de saúde. Muito pelo contrário.

Dos 5.570 municípios brasileiros, só 572 dispõem de unidades de terapia intensiva, sendo 466 do SUS, o equivalente a menos de 10%. O levantamento é do Conselho Federal de Medicina (CMF). Pelo Ministério da Saúde, o Brasil possui 44.673 leitos de UTI, um aumento de 41,6% em 10 anos, insuficientes para atender a demanda, segundo o Conselho.

Ainda, de acordo com o CFM, 60% dos leitos de UTI são ocupados por pacientes acima de 65 anos, com tempo de permanência média sete vezes maior do que a população mais jovem. Desde 2010, a quantidade de idosos nesta faixa etária saltou quase 40%, passando de mais de 13 milhões para mais de 18 milhões em 2018.

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POR QUE ELES NÃO QUEREM TRANSPARÊNCIA?

O Conselho de Cidadãos, fórum de combate à corrupção, bem que tentou, mas não conseguiu informações aos eleitores sobre gastos com pessoal dos servidores que “trabalham” nos gabinetes dos deputados das esferas federal e estadual.

Como na última eleição municipal, o propósito era de que o levantamento conseguisse medir a dificuldade de reunir dados nas casas legislativas, sem que a solicitação fosse encaminhada através de ofício. Tente fazer o mesmo com relação às câmaras municipais da sua cidade, como a nossa aqui de Vitória da Conquista.

Os voluntários do Conselho tentaram buscar informações sobre a lotação dos assessores, como data de contratação, exoneração, remuneração mensal detalhada, horário de trabalho e atribuições.

De acordo com a instituição, a solicitação foi entregue diretamente nos gabinetes de 33 deputados federais que buscaram a reeleição. Na Assembleia da Bahia, por exemplo, foram protocolados pedidos aos oito candidatos a federal.

Sem sucessos, a última tentativa pela adesão dos candidatos ao termo de compromisso foi feita aos partidos. Mesmo assim, a instituição não obteve êxito e, somente dois, que nunca exerceram mandato, se prontificaram a prestar esclarecimentos, caso fossem eleitos.

Segundo representantes do fórum, a falta de transparência confirma que os candidatos não assumem o compromisso porque não querem expor seus gastos. Até agora, ninguém apresentou um projeto de lei que obrigue o parlamentar a fazer o detalhamento de suas despesas com o cargo.

A Câmara dos Deputados informou que os dados de gastos podem ser acessados através da Lei de Acesso à Informação. Sobre outras informações, como remuneração, contratação de secretários, relação de funcionários e outros itens podem ser obtidos através do portal da Câmara. Quanto ao detalhamento, só com os gabinetes dos parlamentares. Os portais são confusos e não oferecem dados precisos, mas, de propósito, genéricos.

Diante desses obstáculos confirmados, fica, então, a pergunta: Por que eles se recusam ser transparentes, já que o dinheiro usado é do povo? Querem esconder tramoias e malfeitos? Subtração de salários para eles? Desvios de recursos para benefício próprio? Ou se sentem envergonhados em divulgar esses privilégios extras com a máquina de fazer votos?

Mais uma eleição foi realizada e segue a certeza de que nada mudará porque o sistema deformado mantém a mesma dinastia política da capitania hereditária. O próximo Congresso Nacional vai ser ainda mais conservador e espalhafatoso.

A ESTUPIDEZ DA HUMANIDADE

Segundo o historiador grego Tucídides (460 a.C.), a humanidade está destinada a não aprender nada da história e a repetir sempre, em todas as gerações, os mesmos erros, as mesmas injustiças e bestialidades.

Desde os primórdios dos tempos que o homem foi um bárbaro em constante luta para estrangular o outro e consolidar suas conquistas, não importando os fins. Os relatos históricos das cavernas às guerras dos sumérios aos babilônios da Mesopotâmia, com seus generais carniceiros e cruéis, e as tragédias gregas aos dias atuais que muitos, inconscientemente, os chamam de era da civilização, estão banhados de estupidez do sangue humano.

A história está repleta de cenas de horror e de massacres, como as invasões romanas (destruição de Jerusalém no ano 70 d. C.), dos persas, das cruzadas, dos otomanos; a extinção dos índios nas Américas pelo colonialismo europeu; e as matanças de milhões nas duas guerras mundiais pelo nazismo de Hitler e o comunismo de Stalin, mas imputamos a tudo isso a coisas do passado. Ledo engano, enquanto houver fronteiras, lá está a estupidez da humanidade degolando cabeças e arrancando seus escalpos.

A barbárie continua presente em pleno século XXI, nos tempos que denominamos de “modernos”, só porque, como copiadores, avançamos na tecnologia e na ilusão do “progresso” exclusivista. As atrocidades na Síria, no Iraque, no Iêmen, em Mianmar; os conflitos e a fome nos países africanos que dizimam milhões de crianças e adultos; e os dramas angustiantes dos refugiados estão bem ai batendo em nossas caras, gritando que somos medíocres, imbecis e estúpidos.

Somente na África, oito milhões foram desterrados e escravizados pelo colonialismo. Sob domínio inglês, em Bengala, na Índia, 10 milhões de pessoas morreram de fome, em 1770. Em 1943, no mesmo local indiano, mais três milhões faleceram de fome. Na época, Churchill respondia que a fome se devia aos muitos filhos que tinham. “Se estão morrendo de fome, por que ainda não morreu Gandhi?” O regime stalinista trucidou 25 milhões de pessoas.

Com a invasão de refugiados famintos, fugindo desesperados por causa das guerras sanguinárias do terror, o capitalismo colonialista ocidental está colhendo o que plantou nos séculos passados, e mais recente com a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos e a guerra civil na Síria que desestabilizaram o Oriente Médio. Como não cuida do seu planeta, o homem manda foguetes ao espaço ao custo de bilhões de dólares à procura de outro para também destruí-lo.

Em 2016 chegaram pelo mar na Europa, quase 170 mil refugiados, e em 2017 foram cerca de 360 mil. Italianos e outros povos da região que foram recebidos de braços abertos no Brasil e países das Américas, com todos os privilégios que não tinham os nativos, agora expulsam, cruelmente, levas e levas de barcos cheios de farrapos de gente da Líbia e outras nações vizinhas.

Os EUA de Trump, a Inglaterra e outros colonialistas imperialistas que tanto invadiram territórios, implantando ditaduras, explorando, desagregando as pessoas e destruindo tudo pela frente, agora cospem no prato que comeram. Expulsam os imigrantes como restos das sobras que não servem mais.

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EXPOSIÇÃO JOIAS DO SERTÃO BAIANO – Pintura, Fotografia e Escultura

15 artistas compõem a Exposição Joias do Sertão Baiano, com fotografias, pinturas e esculturas, no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, em Vitória da Conquista, numa homenagem ao grande pintor J. Murilo. A curadoria é de Rose Fonseca e participam da mostra os fotógrafos D´Almeida, Edna Nolasco, os pintores Sérgio Souto, Romeu Ferreira, Silvio Jessé, as artistas Vidigal, Edmeia, dentro outras. A Exposição foi aberta ontem (dia 09/10) ao público para visitação. As obras versam sobre vários temas, destacando a natureza e a vida humana no campo, seus hábitos, como no painel de Sílvio Jessé. São belos trabalhos que valem a pena serem conhecidos e apreciados.

Painel de Silvio Jessé retrata o homem do campo em seu trabalho diário para se sustentar. Está mais relacionado com o sertão, figurando a seca e a luta para a sobrevivência

A Exposição Joias do Sertão presta uma merecida homenagem a J. Murilo, um artista de conhecimento nacional e internacional. Muito sensível em sua pintura, seus quadros são detalhistas focando as cidades e a tradição dos homens e mulheres do interior.

A Exposição está aberta ao público no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, em Vitória da Conquista

As obras estão expostas na entrada do Centro de Cultura desde om dia 9 de outubro.

ELEIÇÃO NO BRASIL É UMA VELHA MÁQUINA DE FABRICAR DINASTIAS POLÍTICAS

PARECE QUE HOUVE UMA RENOVAÇÃO, MAS É SÓ ENGANO.

Depois de passar o rolo compressor do velho sistema político caduco e falido, ficou mais que comprovado que o eleitor vota quase nos mesmos de sempre, e não dá troco como se propalava meses antes do pleito. Uma maioria inculta e analfabeta, sem consciência política, decide por uma minoria mais esclarecida. Continua votando errado, e quando muda, é para pior, como agora que vai levar o Brasil ao retrocesso, às trevas e a uma ditadura.

A extrema-direita fundamentalista está batendo em nossas portas, e é só abrir para ela entrar em nossos lares de armas nas mãos impondo suas regras estúpidas, seu fascismo e seus conceitos retrógrados de educar e combater a violência na bala. Tudo indica que vamos experimentar mais um tempo de chumbo, linhas duras, revoltas e desagregação. O cenário está ai apontando para isso. Avizinha-se uma tormenta de grandes proporções, até de possíveis lutas armadas.

Infelizmente, eleição no Brasil não é voto calculado, pensado e refletido sobre as consequências. Nesta atual, por exemplo, imperou e está imperando o ódio, e o que estamos vendo é fruto disso, somado a uma série de desmandos, malfeitos, injustiças sociais e roubos, que gerou desilusão e com ela o ímpeto de vingança e crença num salvador da pátria.

Nesse quadro turvo e desalentador, com uma grande maioria sem instrução e visão de futuro melhor, não adianta em nada colocar o melhor para ser votado. Como se viu, mais uma vez, os bons, mais preparados e os honestos de ética e moral permanecem ficando de fora, em detrimento dos palhaços, fanáticos, doidos, apologistas de estupros, racistas, homofóbicos, xenófobos, atores de pornochanchadas e coisa pior, sem nenhuma competência de representação parlamentar.

O Congresso Nacional e as assembleis estaduais vão continuar mantendo suas dinastias políticas onde cada um tem sua capitania hereditária. Pai passa pra filho, que passa para netos, para sobrinhos, mulher e por aí vai, É só averiguar os nomes e sobrenomes. Neste sistema de cartas marcadas, de boiada já ferrada, quem se atreve a entrar no corredor da morte e disputar um cargo?

Esse papo de renovação é coisa de “cientista político” que enche o saco com suas análises feitas de dentro de seus gabinetes de ar condicionado. Alguns perderam para entrar outros do mesmo naipe, engrossando mais ainda as bancadas conservadoras dos evangélicos, dos ruralistas e da bala.

Alguns partidos reduziram e outros ganharam. Pais foram para a Câmara Federal e Senado e elegeram filhos para as Assembleias. Mudam-se de pastos, mas os bois da elite continuam os mesmos. Na verdade, a velha máquina não produziu peças de qualidade com espírito progressista e de mentalidade voltada para o social e os mais pobres necessitados.

A UM PASSO DA ESCURIDÃO

Quando falava em rodas de amigos há mais de cinco anos sobre o perigo de uma extrema-direita no Brasil, não imaginava que seria tão rápido, sem contar que não era levado a sério e faziam pouco de mim, com argumentos de que não havia mais clima para isso. Diziam que a realidade era outra, não comportando mais este tipo de retrocesso.

Agora, esta extrema está batendo em nossas portas, e estamos a um passo das trevas através de uma ação bestial de suicido coletivo que pode se concretizar nestas loucas eleições raivosas onde um quer eliminar o outro a qualquer custo e ser o protagonista. “Quem não conhece sua história está condenado a repetir os mesmos erros”, e tudo indica que, infelizmente, esta máxima está prestes a se concretizar.

Esta rapidez de que falo, da extrema ter avançado com tanta desenvoltura  e adesão dos insensatos, explica-se por ter encontrado um terreno muito fértil de desilusão, por conta das atitudes maléficas dos governantes políticos contra as pessoas deste país, tão fragilizado.

Tudo começou lá atrás com a falta de educação que terminou por criar uma massa inculta sem consciência política e abandonada à própria sorte. Com uma política de massacre, montada pela elite, para se eternizar no poder, o povo passou a viver num cativeiro de chibatadas e cabeça baixa.

Somado a tudo isso, vieram os desmandos; a corrupção se alastrou por todos os cantos; a esperteza e a safadeza tomaram o lugar da ética e da moral; e os gananciosos livres de qualquer vigilância se apropriaram dos privilégios e colocaram o resto da população pobre e miserável para catar suas migalhas.

De olho grande nesse miserável cabedal, a extrema fascista e adepta da ditadura viu que, diante da fragilidade constituída, já era chegada a hora de tomar o poder, um objetivo que já vinha sendo planejado, mas seus mentores, a começar pela nação evangélica conservador do núcleo duro, não esperava que fosse assim tão fácil e rápido.

Para facilitar o caminho, do outro lado, um grupo que prometeu um paraíso social com honestidade, respeito, justiça para todos; reduzir as desigualdades; e governar com seriedade e respeito, sem roubar, cuidou só dos seus; meteu a mão e caiu na esbórnia. Em meio a tudo isso, criou-se um clima de ódio, do nós contra eles, propício à invasão do inimigo.

Agora estamos entre a cruz e a espada e em vias de cairmos em mãos perigosas e aventureiras, apesar de se ter outras opções melhores, mas a esta altura o povo cego e furioso já está inoculado com o vírus mortal do ódio e quer vingança. Não quer nem saber do dia tenebroso do amanhã. Não tem mais como conter o estouro da boiada e desviá-la do abismo.

A SORTE ESTÁ LANÇADA!

Só quem não está à beira da loucura não está entendendo nada. Neste domingo eleitoral vamos em marcha para o suicídio coletivo, ou resgatar a ética e a moral, salvando o Brasil deste lamaçal de incompetência e corrupção. A sorte está lançada, mas confesso que vou como eleitor participante do primeiro turno, sem esperanças e preocupado com o que virá depois.

Nunca vi uma campanha tão marcada pelo ódio, pela loucura, pela intolerância, pela incoerência e a falta de lógica. As enxurradas de pesquisas e de fake news (notícias falsas) foram vedetes e já podem ser consideradas como as maiores candidatas bruxas, num país onde se exigia a ponderação e a escolha dos melhores.

Não são ideais para conduzir a união e a conciliação neste momento tão conturbado, mas entre os dois mais colocados nas fatídicas pesquisas, existem candidatos que mereciam estar nas pontas para encarar o segundo turno. O que vamos fazer depois com o acirramento das divisões? Poderá vir o pior, mas sem direito de xingar os políticos porque a cara deles reflete  a nossa que teve a chance de mudar. Não se está pensando no Brasil garroteado pela a extrema e pela a esquerda.

DEBATES DOS TROPEÇOS

Lamentável que pouco se falou de educação, e a cultura dos incêndios dos museus e destruição do nosso patrimônio, continuou órfã nos debates e durante toda campanha. Não se viu nenhuma menção ao tema. Nas perguntas livres entre os candidatos, as perguntas sempre giram em torno de comportamento partidários dos mesmos. No mais, esses debates são monótonos e chatos. Algumas partes são até divertidas.

Não consigo entender esta maluquice de como um candidato de terceiro lugar é o mais votado e vence de todos os outros numa simulação de segundo turno. Nos debates de ontem na TV Globo sobraram mentiras e faltaram sinceridades, com algumas exceções.

Até que o nível não foi tão ruim, sobressaindo em termos programáticos e de conhecimento da realidade, embora com diferenças ideológicas. Diria que Ciro Gomes, Guilherme Boulos (bem postado nas ideias) e Marina foram os mais centrados nos pontos discutidos e demonstraram maior segurança em suas falas.

Com alguns tropeços de Álvaro Dias que de início perdeu o tempo e foi repreendido pelo William Bonner pelo seu posicionamento frente às câmaras, se bem que o próprio mediador também cometeu falhas de esquecimento no sorteio das perguntas e terminou se embanando, o debate teve seu lado positivo no campo das propostas, mas negativo quando Fernando Adaded deixou perguntas em vazio e evitou reconhecer os graves erros cometidos pelo seu partido,

O candidato voltou a insistir na inocência de Lula e respondeu de outra forma a pergunta de Marina que lhe pediu para fazer uma crítica a respeito desse cenário de ódio entre os dois postulantes ao cargo de presidente. Ao invés de “baixar a guarda”, terminou por incitar mais a intolerância e os extremos, com a arrogância própria do partido que se recusa a fazer uma autocrítica.

Álvaro focou na questão do combate à corrupção no país. Meirelles, de que é um ficha limpa e competente, mas não se desvencilhou da sua política neoliberal de livre mercado, com um Estado mínimo. Não inovou em nada em sua política de arrocho. Geraldo Alkmim não conseguiu convencer como vai cortar privilégios com um caminhão de privilegiados na sua coligação, mesmo apontando seu feitos em São Paulo como governador.

Em termos de aproveitamento do tempo e sem se desviarem muito dos temas discutidos, Ciro, Boulos e Marina foram os destaques, em minha opinião, com mais desenvoltura nas respostas e mostrando mais confiança. Nem é preciso dizer que o ausente Bolsonaro, que fugiu dos debates, foi o mais bombardeado pela sua postura fascista, retrógrada e homofóbica.





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