As aves de rapina do Congresso Nacional não param de mostrar suas garras mortíferas contra o Brasil e o seu povo, como se não bastasse um poder executivo desastroso e destruidor do nosso patrimônio. Dessa vez, deputados e senadores criaram um Fundo Eleitoral de quase seis bilhões de reais (era dois bilhões) para gastar na cata de votos para suas reeleições.

É mais uma excrescência nacional quando negaram uma verba de dois bilhões para que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizasse o censo demográfico neste ano, que já deveria ter sido em 2020. Nada para a pesquisa e a ciência e tudo para suas farras nababescas a fim de continuarem fazendo seus malfeitos, corrupção, propinas e rachadinhas.

Até quando vão continuar destruindo o Brasil, tão rico e tão pobre, com 30 milhões vivendo na miséria passando fome? É um dos Congresso mais caros e que mais desperdiça dinheiro público no mundo. Não representa seu povo e, nessa hora, elementos da esquerda, centro e da direita se juntam para permanecerem mamando nas tetas do povo inculto e tratado pior que lixo.

São ratos, hienas e raposas na disputa pela carniça que, em toda véspera de eleições aparecem com suas emendas vergonhosas, mas, como o cão foge da cruz ou o vampiro da luz do dia, não querem nem falar de fazer uma Reforma Eleitoral para valer que termine com suas mordomias de verbas indenizatórias, reeleição, redução de parlamentares em geral e foro privilegiado. Cinicamente ainda chamam isso de reforma política, embutida nela um distritão, que para nossa gente soa mais como palavrão.

É um Brasil de terra arrasada que agora está preso na encruzilhada do retrocesso, do negacionismo da ciência e vivendo uma barbárie pior que na Idade Média. É um país que foi vendido por essa corja ao diabo chifrudo. Os ricos e poderosos transformaram o Brasil num curral de matança de gado ferrado, e ainda tem milhões que entregam suas almas em defesa desses genocidas.

O brasileiro de bom senso e mais inteligente não compactua com essa bandalheira insana e assassina, mas, infelizmente, ainda é uma minoria falante que é tratada de comunista que come criancinhas. A grande maioria é alienada, masoquista e não existe como ser humano consciente político.

Esse nosso povo acha que é civilizado porque tem um celular na mão para acreditar em falsas notícias e apoiar os demolidores do futuro. Essa gente oca que se satisfaz com um carrinho, uma graninha para uma farra no bar e visitar shoppings em final de semana, nem pensa na nova geração que ela mesmo gera como se fosse apenas uma realização pessoal para encher seu ego de uma falsa felicidade.

Já nos acostumamos e nos acomodamos com uma casta de poderes donos de um rebanho que se contenta com o pouco e com as sobras. É tudo como se fosse uma ordem natural das coisas que não pode ser mais mudada. Como um castigo divino do Deus que sempre assim quis.

Para que reagir contra esse sistema? É assim mesmo, e nada se pode fazer – dizem os submissos que já aceitaram suas condições de apenas coadjuvantes ou figurantes dessa nossa história macabra, desde os tempos coloniais. Os contestadores são simplesmente execrados como marginais da sociedade que devem ser recolhidos aos muros das lamentações para se purgar de seus pecados, como queixosos e ranzinzas.

Enquanto isso, eles lá de cima vão tratando o resto como bagaço, como se nem existisse, com direito a voto, mas sem voz. A camada debaixo apenas serve como adubo para eles plantarem suas lavouras que rendem farturas para suas mesas das orgias e bacanais. O pior é que os de baixo se odeiam, não se toleram, não se unem, se matam e banalizam a violência e a desgraça.

“Nesse conflito, na geração da violência, o mais forte acaba eliminando o mais fraco, mantendo, por este motivo, o ponto de vista de que a sua proposta, tanto quanto os seus atos, são moralmente justificados”.

A frase é uma citação de Senna; Souza, no livro “Remanso – uma comunidade mágico religiosa”, dos autores acadêmicos Ronaldo Senna e Itamar Aguiar, num comentário sobre a teologia da dominação do cristianismo em relação às religiões de matriz africana, que bem serve de ilustração para o tema em questão.