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:: 26/fev/2025 . 22:59

VITÓRIA DA CONQUISTA NUNCA FOI E NUNCA SERÁ PORTAL DA CHAPADA

Que me perdoem os empresários do setor de turismo e alguns órgãos públicos municipais, mas não consigo ver e nem tentar vender Vitória da Conquista como Portal da Chapada Diamantina. É o mesmo que querer mudar sua imagem e sua história secular desde a fundação do seu arraial por volta de 1727/30.

Quando chegaram os primeiros bandeirantes à procura de ouro em meado do século XVIII, primeiro João da Silva Guimarães e depois José Gonçalves da Costa, a região foi batizada pelos pesquisadores de “Sertão da Ressaca” e depois de Planalto da Conquista e assim é conhecida até hoje sua localização na Bahia.

Bem, deixando de lado sua formação histórica quando se deu o encontro entre portugueses e indígenas, o ponto mais próximo do verdadeiro Portal da Chapada, que é a cidade de Ituaçu, dista cerca de 160 quilômetros de Conquista. Outro portal seria Livramento de Nossa Senhora, um pouco mais distante.

Como Conquista pode ser Portal da Chapada? Não é porque a cidade tem um entroncamento ligando o norte ao sul, o leste ao oeste que faz de Conquista ser Portal da Chapada, nem tampouco com a futura duplicação da BR-116.

O maior contingente de turistas que visita a Chapada parte de Salvador pelas BRs 324 e 242 e nem por isso a capital pode ser chamada de portal. A distância, claro, é bem maior, mas Salvador já é uma cidade eminentemente turística, muito diferente de Conquista.

Em Salvador o turista fica quatro e até uma semana visitando seus pontos atrativos, incluindo as praias e as ilhas. Querem transformar Conquista numa cidade turística, mas até o momento atual não é. Nosso forte é o setor de comércio e serviços. Cada qual com sua vocação.

Não são o Cristo da Serra do Periperi, a Lagoa das Bateias (ainda suja), os biscoitos e nem a gastronomia dos bares e restaurantes que irão fazer de Conquista uma cidade turística. Gostaria de saber por quanto tempo um agenciador de viagens consegue manter um turista em Conquista?

Quem sabe, no futuro com outra estrutura, com grandes museus, com o fortalecimento da cultura através de um calendário anual de eventos (festivais de música, artes plásticas, literatura, teatro, dança e outras linguagens), uma área de botecos, casas artísticas e outros elementos atrativos, Conquista possa vir a ser uma cidade turística.

Lamentavelmente, não temos um centro histórico (este foi destruído pelo progresso dos homens), não temos um museu municipal (o Regional e o Padre Palmeiras são administrados pela Uesb) e, para piorar mais ainda, os três principais equipamentos culturais estão fechados há anos, inclusive a Casa Glauber Rocha onde ele nasceu. Deveríamos era estar brigando pela abertura desses pontos artísticos.

Os empresários se comprometem a investir nessa infraestrutura cultural em parceria com o poder executivo, inclusive na construção de um bondinho ligando o centro da cidade ao Cristo da Serra? Vamos ficar aqui levando o turista todos os dias ao comércio e à noite a um barzinho? Temos alguma comida diferenciada, como uma sertaneja, por exemplo?

Confesso que não sou especialista na área, mas, mesmo tendo o aeroporto Glauber Rocha que recebe muita gente de outros estados da federação, não é fácil economicamente convencer o turista a conhecer as belezas da Chapada partindo de Conquista.

Não adianta apenas falar que na Chapada existem o Morro do Pai Inácio, a Cachoeira do Buracão, a Gruta da Mangabeira, o Capão, as Lagoas Encantadas e Azul, as grutas de Iraquara, Lençóis e Palmeiras, as inúmeras trilhas, todos pontos distantes mais de 160 quilômetros de Conquista (alguns até 400). Aqui é Planalto da Conquista e não Portal da Chapada.





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