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:: 10/fev/2025 . 23:59

SARAU DEBATE NEANDERTAL ÀS GRANDES CIVILIZAÇÕES HUMANAS

Foi uma noite de intensos debates culturais, proposições, pronunciamentos emocionantes, declamação de poemas e contação de causos durante mais um Sarau A Estrada, realizado no último sábado (dia 08/02), no Espaço Cultural do mesmo nome. Podemos dizer que todos participantes respiraram cultura numa interação cordial na troca de ideias, conhecimento e saber.

Os trabalhos foram abertos pelo membro da comissão diretora Dall Farias, seguidos de vários informes, com destaque para o andamento do registro oficial do sarau, que está completando 15 anos de existência agora em julho. O companheiro Eduardo Morais nos informou que o processo está em seus detalhes finais de conclusão.

Na ocasião, Carlos Maia nos chamou à atenção para o movimento dos artistas e intelectuais em geral em prol da abertura dos equipamentos culturais do Teatro Carlos Jheovah, do Cine Madrigal e da Casa Glauber Rocha. O Sarau A Estrada se colocou como parte integrante dessa mobilização e até assinou um documento que pede providências urgentes e prioridade do poder executivo para que essa reivindicação seja logo atendida.

Da Casa da Cultura, Rose e Odete falaram da atual situação da entidade e do tremendo esforço para continuar fazendo cultura e nos convidou para participarmos de seus eventos. O professor Itamar Aguiar nos deu uma boa notícia de que em breve estará lançando seu mais novo livro, mas não adiantou o assunto.

Logo após as informações dos presentes, o tema “Do Neandertal às Grandes Civilizações Humanas” foi abordado pelo jornalista e escritor Jeremias Macário, destacando os povos sumérios e egípcios.  Ele procurou fazer uma síntese levando em consideração que o assunto e vasto e carecia de um bom tempo para ser explanado. Eduardo até brincou de que o tema vale um seminário.

Sobre o homem neandertal, o jornalista assinalou que viveu há cerca de três milhões de anos e sobrevivia da caça, da pesca e da colheita de frutos nas florestas. Era ainda um ser que vivia feliz e tinha como sentido o viver a vida, sem preocupações com o passado e o futuro.

Naquela época ele nem sabia que era um reprodutor e achava que a mulher ficava grávida por picadas de insetos e por causa da lua cheia. Fazia sexo grupal, por simples prazer, e não por culpa. Com o passar do tempo, a mulher, que domesticou o homem e passava o dia em sua caverna, foi observando o comportamento dos animais e descobriu o porquê da fêmea ficar grávida.

Com as sementes dos frutos que o homem trazia das matas, ela ensinou o companheiro a plantar e assim foi criada a agricultura que gerou mais tarde o poder de ter uma propriedade. Com as demarcações das terras vieram os conflitos. Por causa da herança familiar, o homem criou a monogamia, exigindo que a mulher ficasse somente com ele para evitar partilhar seus bens com outros herdeiros.

De nômades a sedentários, o homem foi se tornando sapiens (150 a 130 mil anos) criador da “civitas”, do latim que significa cidade e civilização. Dentre as maiores civilizações, o palestrante destacou os sumérios (oito a cinco mil anos a.C.) e os egípcios que vieram logo depois, embora existam controvérsias de historiadores quanto a esta ordem.

Os egípcios, que tiveram três mil anos de faraós, chegaram a acreditar que eles fossem os pioneiros da civilização. O faraó Psamético resolveu fazer um experimento com crianças e até se pensou que os frígios fossem os primeiros, mas não foi bem assim.

Os sumérios, da cidade de Sumer (outros descrevem que foram bárbaros vindos das montanhas do Cáucaso e dos Balcãs) viveram na região do Crescente Fértil chamada de Jardim do Éden pela Bíblia, uma longa faixa de terra da Mesopotâmia (Iraque) entre os rios Tigres e Eufrates. Meso (meio) e tâmia (rios).

Com terra fértil e dois rios, os sumérios puderam criar uma grande civilização de reis, religiões, deuses, prosperidade e até impérios. Se organizaram em comunidades em forma de cooperativas e inventaram a técnica da irrigação, da roda, da medição de lotes, a matemática; observou o fluxo das águas para conter as enchentes; criaram a forma de impostos, o comércio, a contabilidade e a escrita cuneiforme que controlou todo processo de plantio e produção.

Com essa ordem empreendedora, os sumérios passaram a ter mais tempo para outros inventos e conquistar tribos diferentes. O rei Sargão I, por exemplo, criou o primeiro império da Mesopotâmia. Com a ascendência, tivemos o esplendor da Babilônia, do rei Nabucodonosor que chegou a escravizar os judeus, povos de Israel. Outro grande rei foi o Ciro, da Pérsia (Irã), que libertou os judeus. Ao longo do tempo houve também reis sanguinários.

Quanto aos egípcios, Macário fez uma viagem pelos faraós que reinaram por três mil anos. Citou o faraó Akenaton, o primeiro a estabelecer o monoteísmo, do deus único Aton. Além disso, foi um rei que se dedicou à cultura e às artes de uma forma geral, como a poesia, artes plásticas e outras linguagens. Dizem os historiadores que Moisés, fundador do judaísmo, foi seu sacerdote que, mais tarde, guiou os hebreus pelo deserto até a terra prometida de Jericó, uma das cidades mais antigas do mundo ainda existente, na Palestina.

No bate-papo, também foram citadas as construções das pirâmides Quepes, Quéfren e Miquerinos, as maiores entre muitas outras. Por volta de 160 a 150 anos a.C., os reis deixaram de construir essas pirâmides por causa dos ladrões de túmulos que saqueavam esses locais para ficar com os tesouros e vender clandestinamente para turistas do exterior.

Os corpos passaram a ser enterrados nos areais e em rochedos, numa área que a denominaram de Vale dos Reis. A civilização egípcia passou a ser mais conhecida no ocidente a partir da invasão de Napoleão e seus sábios quando descobriram a Pedra de Roseta.

Também o livro de Domique Vivant, “Descrição do Egito”, proporcionou ainda mais essa abertura para a vinda de arqueólogos ingleses, alemães e norte-americanos ao Cairo, por volta do século XIX, quando descobriram os túmulos e as múmias dos faraós Tutucâmon, final de 1922, Amosis I, Tumés III e Ramsés II, o grande e todo poderoso, aquele que teve um embate com os hebreus.

Logo após essa conversa interativa e proveitosa, várias pessoas declamaram seus poemas autorais, como Itamar Aguiar, Regina, Carlos Maia, Dall Farias, Macário e Vandilza Gonçalves, a anfitriã da casa que nos brindou com um delicioso cozido de carneiro, Aurelício Amorim e tantos outros. Tivemos ainda os parabéns aos aniversariantes do mês nas pessoas de Jeremias Macário, Regina, José Carlos d ´Almeida, Maria José e Cleu Flôr.

 





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