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AS REGRAS SÃO CLARAS

Como já dizia o juiz de futebol, Arnaldo César Coelho, as regras são claras e isso serve também para a legislação eleitoral quando a prefeita Sheila Lemos se candidatou à reeleição porque a mãe dela já havia assumido a prefeitura e logo depois entrou a filha após a morte de Hérzem Gusmão.

O mais irônico disso tudo é que a prefeita, que enterrou a nossa cultura e não teve a decência de fazer o rito funerário, sabia desse impeditivo e se candidatou com o propósito de depois culpar a oposição de judicialização da política, de querer ganhar no “tapetão”.

Um time de futebol não pode disputar uma partida com um jogador irregular em sua equipe, sob pena de perder os pontos, mesmo saindo vitorioso. Na verdade, ela agiu ardilosamente porque sabe muito bem que o nosso povo, em sua grande maioria, não entende de leis e vai achar que a prefeita está com razão.

Infelizmente, não temos um país letrado e, Vitória da Conquista, não seria uma exceção. De vilã, ela se faz de vítima e consegue mais adesão dos seus eleitores e até daqueles que que não tinham intenção de votar nela. Esse é o chamado jogo sujo. Seus correligionários sabem disso, mas também fazem de conta que não sabem.

Por essas e outras é que cabe a oposição tornar esse fato mais claro para o povo conquistense, de que as regras são bem claras e a legislação eleitoral está aí para ser cumprida. Não se trata, de forma alguma, querer ganhar a eleição na base do “tapetão” como a própria Sheila já vem anunciando para confundir a cabeça da população, que não tem o devido esclarecimento jurisdicional.

O nosso companheiro jornalista e advogado Paulo Nunes já vinha há tempo alertando para esse problema, mas poucos o escutaram. Se está dentro da lei que a prefeita não poderia se candidatar à reeleição, então que se cumpra as normas estabelecida, só que neste país os inescrupulosos procuram passar por cima e burlar a legislação.

Por falar nesta questão da quebra da regra do jogo, muitos candidatos a vereadores antiéticos e que confiam mais no dinheiro do que na justiça, lamentavelmente morosa, estão cometendo irregularidades, como o uso de carros de som, que é proibido pela legislação eleitoral.

Para estes, o que importa é ser eleito de qualquer forma e depois empurrar o processo pela frente até o final de seus mandatos. A prefeita está nessa mesma linha. Venho aqui falando do uso indevido da máquina, como de candidatos à reeleição que utilizam seu pessoal de gabinete para trabalhar na campanha. Apesar das leis estabelecida, é uma corrida desigual, desleal e injusta.

COMO ACREDITAR NA POLÍTICA?

Não que eu já não soubesse disso, mas, em minhas andanças como candidato pela primeira vez a vereador por Vitória da Conquista, venho percebendo e sentindo na prática como as pessoas (nem todas) tem expressado o seu descrédito e sua desilusão na política e nos políticos.

Ao abordar com o pedido de voto e na entrega dos meus materiais, muitos simplesmente viram a cara e dizem que não querem saber de política. Isso é muito triste porque deveria ser ao contrário, uma vez que a política, especialmente a partidária, é um instrumento de representação popular e democrática no sentido de melhoria do povo e da nação através do voto consciente.

O povo não é culpado por essa indiferença e, até mesmo, esse ódio e essa repulsa velados, estampados em seus rostos sofridos de tantos anos de promessas e pouco comprometimento, têm suas razões de ser. Para rebater essa descrença, sempre tenho dito nas minhas rápidas conversas de que nem todos são iguais, sabendo que não é o bastante para convencer.

São nessas horas que me bate a angústia de que a receptividade poderia ser diferente e cordial, mas me vem aquele ditado popular de que os bons pagam pelos pecadores que, durante anos e anos fizeram e ainda fazem mal no uso errado da política, quando o político só entra nela para se locupletar e transforma o público em seu bem privado.

De tanto corromper, de tanto enganar, de tantos malfeitos, de tantas sujeiras, de tanto prometer e não fazer, de tantas trapaças, de tanto só pensar em se enriquecer no cargo e viver suas mordomias, de tanta falta de ética, seriedade e honradez, grande parte da nossa população passou a desacreditar na política e nos políticos.

Quando decidi fazer parte dessa disputa ingrata e tão desigual, sobretudo na utilização dos recursos e da máquina, seja no legislativo ou no executivo, ouvi de alguns amigos de que caísse fora disso porque “política é patifaria” e que só iria sujar minhas mãos.

Como posso dizer ao eleitor de que sempre tenho pautado minha vida dentro da ética e da seriedade, se ele não confia mais em ninguém, e pouco me conhece? Como recuperar essa credibilidade perdida há anos e, porque não falar, há séculos? Será possível? É como a queima de uma floresta que dura 50 ou 100 anos para ser renovada.

De tanto que já passei de desafios e lutas, essa será mais uma experiência de vida para colocar em minha bagagem, ou no meu surrado alforje. É como um laboratório de aprendizagem. Tem coisa que você tem que vivenciar para depois ter a propriedade de contar.

Além daqueles que não acreditam mais em política e nos políticos, também existem os que se deixam vender por dinheiro e por favores. Estes são piores que os outros e não têm moral de xingar os políticos. Tem ainda os que se deixam levar pelos outros, os extremistas fanáticos e uma parte mais consciente e educada.

Como um assunto puxa outro, gostaria de me referir aqui aos jovens estudantes que também fazem parte do bloco que não quer se envolver em política. Esses, infelizmente, também fazem parte do grupo dos desiludidos.

Isso me faz lembrar dos anos 50, 60 e até os 70, em plena ditadura civil-militar-burguesa, quando estudantes se mobilizavam nas ruas e tinham a força de eleger vereador, prefeito, deputado, governador e até presidente da República. Tudo isso se acabou e só nos restou o bagaço ou uma bagaceira.

O HOMEM DA BICICLETA

Os mais antigos, principalmente do interior, quando nem se pensava que um dia iam inventar a internet e as redes sociais, lembram muito bem das brincadeiras de moleque, e como era tudo divertido. Quem não se recorda da chegada do circo e do palhaço perna de pau que a meninada acompanhava e depois recebia um carimbo no braço com direito a ir ao espetáculo à noite? Não dava para tomar banho senão tirava a marca.

Hoje, veio-me à mente o homem da bicicleta que rodava as cidades e ficava 24 horas pedalando na magricela (não era bem equipada como atualmente) em redor da praça principal. Esse resistente ciclista passou pela cidadezinha de Piritiba, na região de Mundo Novo e Miguel Calmon, onde cursei meu primário no Colégio Almirante Barroso.

Fiquei tão encantado com aquela proeza que no dia “matei” algumas aulas e a banca de estudos para ver o homem da bicicleta e terminei entrando pela madrugada. Não sei bem se eram mesmo 24 horas de show do moço que pedalava de forma cadenciada durante todo aquele tempo.

O que me chamava mais atenção era como ele conseguia fazer tudo aquilo sem se alimentar e ir ao sanitário, mas depois me disseram que o cara fazia uma paradinha de uns cinco minutos para se hidratar e retornar ao batente.

Isso foi no final dos anos 50 para o início dos 60 e tudo indicava que era uma apresentação patrocinada por alguma fábrica visando incentivar e uso da bicicleta. Pouca gente tinha uma. Tudo era feito no jumento. Diziam também que a Prefeitura Municipal entrava com alguma ajuda ou apoio. Muita gente ficava em torno da praça, especialmente a molecada, para apreciar o feito inédito do homem da bicicleta.

A vida naquele tempo no interior era só alegria e diversão. Não ouvia se falar em ladrão – aparecia algum de galinha, frutas e mantimentos nas roças – e a cadeia passava o maior parte do tempo vazia. Coisa rara um assassinato. A cidade tinha no máximo dois soldados e um delegado chamado calça-curta que tinham pouco trabalho, a não ser apaziguar algumas brigas de vizinhos que eram logo resolvidas. As pessoas podiam dormir de portas abertas.

Meus pais viviam na roça para cuidar das lavouras e eu morava na casa de um casal de amigos. Meu pai pagava as despesas para eu estudar na escola municipal através de um pouco de dinheiro e outra parte com farinha, feijão e milho. Para ter alguns trocados para comprar bolas de gude e revistas de gibis era agueiro, maleiro na estação de trem e vendia lenha nas casas (não havia fogão elétrico).

Fora o homem da bicicleta, nunca deixei de esquecer do circo e dos pequenos parques, com o sistema de autofalante, que passava aquelas músicas saudosas oferecidas aos namorados. A música mais pedida era “Diana” (não sei se esses era o título), bem romântica. João oferece essa música para Maria, com muito amor e carinho. Bons tempos aqueles que não voltam mais.

 

“A PODEROSA CAÇADORA DE LIVROS”

Entre os séculos XV ao XIX, os grandes caçadores de livros antigos e raros, a partir da Bíblia de Gutenberg, por volta de 1456, se concentraram entre os livreiros, leiloeiros e afortunados da Grã-Bretanha.

Somente no início do século XX, no pós I Grande Guerra, esse quadro mudou, e os norte-americanos assumiram essa posição de colecionadores, inclusive trazendo livros da Inglaterra, ao ponto do governo inglês impor restrições para que essas obras não saíssem do país, sob o argumento de que essas relíquias já eram do pertencimento do Estado.

Um dos primeiros a investir nesse ramo foi o casal Edward Doheny e a senhora Estelle, mais por iniciativa dela quando o marido, dono de empresas petrolíferas, já se encontrava em decadência e passado por momentos difíceis de idade e suspeito de subornos e corrupções, além de ter perdido seu único filho que foi assassinado.

No livro “Em Busca da Bíblia Perdida de Gutenberg”, da escritora Margaret Leslie Davis, ela descreve que “rastrear o paradeiro das Bíblias ao longo do tempo produz o mapa de valor de influencias em transformação, na medida em que os livros se movem dos confins da Igreja Católica para as bibliotecas dos aristocratas da Europa continental e, em seguida, fluem para os construtores do império da Grã-Bretanha, embelezando a reputação de cada um dos sucessivos proprietários”.

Com Dyson, criador do molho inglês e das ilustradas porcelanas, a classe mercantil mostrou sua ascensão, e agora o centro do poder passa para os Estados Unidos, onde magnatas-colecionadores, como J.P. Morgan e Henry Huntington, começaram a atuar no Novo Mundo, proporcionando um mercado pronto para as bibliotecas que são vendidas para financiar fugas e a recuperação das agruras da guerra.

Os novos reis querem as Bíblias de Gutenberg. Eles obtêm por força de suas personalidades e de seus fundos. Os preços disparam, bem como a comissão paga pelo livro, agora alardeado pelos megafones norte-americanos. O colecionador Lessing J. Rosenwald anuncia que planeja comprar 84 títulos do catálogo do poderoso Dyson e indicou a Bíblia de Gutenberg entre eles.

Nesse esquema também entra a senhora Estelle Doheny, a herdeira, empresária e colecionadora da elite norte-americana que, na hora do leilão, estará no meio de uma caçada, cuja única conclusão possível será a posse do livro.

“Seu desejo por uma Bíblia de Gutenberg, com a busca de décadas que isso lhe custaria, surgiu, pela primeira vez, em 1911, logo após o surto de compras de livros antigos de Dyson, talvez sem saber ter atingido o alvo”. Na verdade, ela só veio a obter a Bíblia de Gutenberg, Número 45, em 1950, após a II Guerra Mundial. De origem católica, seu marido era um imigrante irlandês.

Doheny passou anos como garimpeiro, viajando com mochila e uma mula antes de encontrar o petróleo. Ela era uma telefonista com pouca educação e se tornou numa poderoso caçadora de livros, dentro de uma comunidade que aceita suas contribuições, como a Igreja Católica.

“PERFUMES DE LAVANDA FRESCA”

Do livro “Suspiros Poéticos – a beleza da lira cor”, da poetisa Regina Chaves dos Santos

Beijo,

Do beija-flor

Sedento de amor

Beija a flor

Mais formosa

Do jardim!

 

Beija,

Do beija-flor

Sedento de amor

Uma alquimia, uma quimera

– um cheiro de poesia!

 

Beija,

Do beija-flor

Colhendo o néctar das flores

Balança a fruta-cor

O viço natural,

– o viço de um amor!

 

Beija,

Beija o beijo

Do beija-flor

No olfatar das flores,

– das cores do amor!

 

…um beija-flor

Sedento de amor

Beija a flor.

Beija a flor do meu amor…

Vestido de cetim,

– perfumes de lavanda fresca!

 

Beijo,

Do beija-flor

Sinfonias de um amor,

Coração ardente,

– um beija-flor!

E VAI FICAR AINDA MAIS ASSUSTADOR

O Brasil está em chamas! Estampa a mídia em seus noticiários. Em muitas partes, a terra queimada e cheia de tocos mais parece com a face de um planeta desértico. Os parques ambientais estão sendo destruídos. Tudo dá a impressão de um filme de ficção. Será que meu texto é assustador? Muitos vão dizer que é pessimismo e derrotismo demais.

As labaredas lambem as copas altas das árvores. Por onde se anda, só carcaças de animais mortos. O fogo vai arrastando tudo pela frente. As fumaças intoxicam as grandes cidades, as pessoas e o ar. A seca esvazia os rios e seus leitos rachados estão repletos de peixes e crustáceos mortos.

O quadro é assustador – exclamou um cientista-ambientalista, mas toda essa tragédia já vem sendo anunciada há anos, mas, mesmo assim, a ficha ainda não caiu para a humanidade e muitos ainda falam no aquecimento global como se fosse coisa do futuro.

A catástrofe terráquea só está começando. Ainda vamos ver coisa muito mais assustadora. Quem viver, verá daqui a cinquenta ou cem anos. As chamadas mudanças climáticas nada mais são que o começo do aquecimento global. Segundo as previsões, os níveis dos oceanos devem subir em torno de 20 centímetros nos próximos cinquenta anos.

Ora, estamos pagando pelo que fizemos lá atrás e continuamos fazendo, sem olhar para o futuro mais assustador. Os poetas, escritores, cancioneiros e repentistas podem aproveitar esta macabra matéria-prima e descrever sobre essas cenas realistas, as quais não são mais futuristas.

Aliás, para o futuro, encham seus cantos de horror e escrevam seus livros apocalípticos de muito choro e ranger de dentes. Digam que somos irracionais autodestruidores, que só pensamos em cada vez mais competir e consumir, cada um ao seu modo individual de ser.

Gritem que somos monstros e, nisso, não há nenhum exagero. Não se trata mais de ser pessimista e catastrófico. A besta já está solta e se anuncia o fim. Basta olhar em torno da sua casa que ela vai desmoronar, mais cedo ou mais tarde, e não existe mais retorno.

Não se trata apenas dos incêndios no Brasil e em outros países. O ar está poluído por outros tipos de gases tóxicos, oriundos das fábricas, das bombas nas guerras e da queima dos combustíveis fósseis, como do petróleo e do carvão. As perspectivas são sombrias e não precisa ser nenhum profeta para sair por aí anunciando o fim assustador.

Não mais adiantam essas medidas paliativas, ou ser otimista de que a situação pode ser revertida, porque o rombo já foi feito em proporções alarmantemente maiores do que está se fazendo para tapar o buraco feito na camada de ozônio Estamos apenas estrepando as novas gerações para o precipício, ou para o abismo ainda mais assustador.

 

“O QUE PREVALECE EM CONQUISTA É A DESTRUIÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO”

Desde os idos do século XIX para cá, os últimos intendentes e as administrações passadas só fizeram destruir o patrimônio arquitetônico de Vitória da Conquista, ao ponto de a cidade atual, de cerca de 400 mil habitantes, não mais possuir um Centro Histórico, como existe em muitas outras do seu mesmo porte pela Bahia e outros estados.

Sempre falo que me sinto envergonhado quando recebo um amigo turista e me pede para visitar o Centro Histórico e tenho que responder que não tem porque foi destruído ao longo dos anos, a começar pela chamada Rua Grande, cheia de casarões, onde hoje está a Praça Tancredo Neves até a Barão do Rio Branco.

Em conversa com uma amiga minha sobre este assunto, ela me disse que sempre tem dito que, em “Conquista o que prevalece é a destruição do patrimônio público”. Lembrou que destruíram uma escola antiga (Macaúbas) para construir o prédio do Fórum, que poderia ser erguido em outro lugar.

Ela também citou o caso do Museu Cajaíba que está sendo destruído pelo tempo lá na Serra do Periperi. “Em qualquer outro lugar, ele teria sido preservado e seria um ponto que iria atrair turistas. A cidade só ganharia com isso” – acrescentou, para completar que tinha mais coisas para enumerar sobre a destruição da cidade.

Foi criado um Núcleo de Preservação do Patrimônio Arquitetônico que há anos deixou de funcionar. Como a administração atual enterrou nossa cultura e não teve e decência de fazer o rito funerário, vez ou outra derrubam um casarão, como ocorreu recentemente em frente da Tancredo Neves.

Durante as décadas de 60 (construção da BR-116 (Rio-Bahia) até 90, durante 30 anos destruíram, impiedosamente, a própria Serra do Periperi, com a retirada de areia, pedras, madeiras e cascalhos, justamente para construírem prédios novos no lugar dos antigos. A serra hoje está mais para Serra Pelada e, quando chove, desce tudo lá de cima acabando com as ruas.

Sobre as artes do artista Cajaíba, esculturas de gente famosa e de presidentes do país, o Conselho Municipal de Cultura, na minha gestão, apresentou um requerimento à Secretaria de Cultura, Turismo, Esportes e Lazer, no sentido de ser criado um projeto do museu, mas nada foi feito.

POR QUE?

Esse tal de o porquê está em todos lugares, no jornalismo e em nossas vidas cotidianas. Tudo que se faz tem um porquê. Por que milhões seguem um influenciador (a) falando um monte de besteiras nas redes sociais e fazem o que ele ou ela manda, inclusive terminam sendo ludibriados e caem no conto do vigário? Tem gente que até se mutila, outros mudam de comportamento e desobedecem aos pais, sobretudo os nossos jovens de hoje.

Por que negros, gays, mulheres e pobres votam nos candidatos do capitão e ex-presidente Bozó, que é racista, negativista, homofóbico, xenófobo e misógino? Por que o Brasil é a oitava ou nona economia do mundo e tem os piores índices de desigualdade social? Essa pergunta é até mais fácil de se responder.

Cada um que faça suas reflexões porque as respostas são diferentes, mesmo contraditórias e paradoxais. Quanto, por exemplo, aos seguidores imbecis que se deixam ser levados mentalmente por esses influenciadores, só posso entender que está na própria decadência da humanidade.

Existe hoje um vazio humano onde as pessoas se agarram a impostores e a falsos pregadores que aparecem vendendo ilusões. Essa gente sem ética, formação moral e capacidade acha que vai ser famosa, poderosa e rica da maneira fácil. A maioria desses influenciadores, rotulados pela mídia, não passa de estelionatária da ideologia, e os seguidores são pressas vulneráveis, sem personalidade própria.

Quanto aos negros, mulheres e pobres que votam nesses extremistas, fica complicado responder. Como se diz no popular, só Freud explica. Talvez sejam masoquistas conservadores que adoram sofrer. Não estou aqui falando que sigam a esquerda, mas que, pelo menos, tenham amor próprio.

Como é que alguém me despreza, me chuta, me renega, me repudia, me xinga, me maltrata, me bate e, mesmo assim, ainda admiro o cara e o defendo? É um comportamento estranho, quando, na verdade, a vítima poderia reagir diferente e ter repulsa.

Se você surra um animal doméstico, como no caso específico de um cachorro, ele passa a ficar raivoso, agressivo e a ter ódio do dono, mesmo que venha a obedecer às ordens do agressor, tudo por causa do medo de apanhar.

Como explicar essa conduta de servidão e submissão ao seu algoz quando se trata de ser humano, considerado racional? Politicamente seria apenas uma forma individual de se colocar contrário ao outro opositor, sem olhar as consequências coletivas?

CASA DA CULTURA PROMOVE NOITE LITERÁRIA NA LIVRARIA NOBEL

Nossas lentes registraram uma noite de muita cultura com músicas e poesias no espaço da Livraria Nobel, da Avenida Otávio Santos, promovida pela Casa da Cultura, nessa última quinta-feira (dia 05/09). Com as presenças de artistas e intelectuais, os trabalhos foram abertos pela presidente da Casa da Cultura, Poliana Policarpo, que deu seu emocionante testemunho de vida na luta contra o câncer, elevando os espíritos dos presentes para terem força de vontade e nunca desistirem de seus problemas. Para abrilhantar a programação, o maestro João Omar, com seu violão, fez uma apresenta musical em forma de uma cantata, bastante aplaudido por todos. A atriz Edna Brito, com toda sua verve teatral, declamou um poema de Ezequias e Carlos Jheovah, que fala da saga histórica de Vitória da Conquista. Presente ao evento, o jornalista e escritor Jeremias Macário, candidato a vereador, declamou o poema “Serra dos Bem-Te-Vis”, de sua autoria. Na ocasião, falou da importância e grandeza cultural da noite literária e, em nome do Sarau a Estrada, saudou a Casa da Cultura. Quem também fez uma apresentação poética foi o fotógrafo José Carlos D´Almeida, dentre outras pessoas que homenagearam a presidente Poliana Policarpo.

ENCONTRO DE ESCRITORES

“Poesia e Romance no VI Encontro de Escritores” foi realizado nesta sexta-feira, (dia 06/09), no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, numa organização do Coletivo de Escritores Conquistenses. O evento promoveu o lançamento dos livros de Fernanda de Moraes, “Quintal de Casas: Memórias”, e de Pawlo Cidade, “A Invenção de Santa Cruz”. A apresentação dos autores foi mediada por Juliana Brito e cada escritor falou do seu trabalho, do saber e do criar literatura. Com sua obra de poesias, Fernando descreveu sobre seus momentos de inspiração para escrever seu primeiro livro, enquanto Pawlo escolheu o gênero romance para contar a história de Santa Cruz, numa viagem mágico-fantástico, conforme suas próprias palavras. Estiveram presentes o jornalista e escritor Jeremias Macário, Luis Altério, Paulo Henrique, Linauro Neto, artistas e muitos outros que prestigiaram os lançamentos das obras.

UM DOS MAIORES COLECIONADORES DE LIVROS E ANTIGUIDADES EGÍPCIAS

O livro “Em Busca da Bíblia Perdida de Gutenberg”, da autora Margaret Leslie Davis, faz menção ao grande colecionador de livros raros, dentre eles a Bíblia de Gutenberg, número 45, em poder do Lorde William Tyssen Amherst, que guardava esse precioso volume em sua mansão Didlington Hall, na zona rural de Norfolk, num cofre secreto.

O número 45 coroou uma biblioteca cuidadosamente montada, que traça a história de livros impressos, incluindo ainda instrumentos de corda de Stradivárius, prata finas e porcelanas de Limoges, tapetes persas, capitéis de pedra de Alhambra, em Granada, e os sinos da velha Catedral de Worcester.

No ano em que o número 45 entra em Didlington, as portas da mansão estão ladeadas por sete altas estátuas de duas toneladas de Sekhmet, a deusa egípcia com cabeça de leão, as mesmas que estão hoje ao lado do Templo de Dendur, no Museu Metropolitano de Arte, em Nova Yorque.

Sempre com um livro na mão, ou enfiado no bolso do casaco, Amherst acredita que uma pessoa não pode ser bem-educada se não conhecer e amar os livros. Ele comprou o primeiro incunábulo (livros impressos antes de 1501) em Arles, através do livreiro Bernad Quaritch, durante sua grande turnê.

Com uma grande fortuna, ele e sua família se aventuram pelo Egito e Síria, em complexas caravanas, e retornam com frequência ao Oriente Médio, às vezes permanecendo por meses, adquirindo lembranças e antiguidades a cada visita.

Nas viagens, ele e seus colegas trazem para a mansão, na Grã- Bretanha, a Pedra de Roseta, os mármores de Lorde Elgin, objetos funerários, múmias e deusas dos antigos túmulos do Egito e alguns dos primeiros livros e manuscritos da Europa e do Ocidente, polindo seus troféus de erudição e inserindo-se no discurso.

Por dez mil libras chegou a obter uma coleção de raridades de primeira classe, apenas realizada pelas Bibliotecas do Conde Grawford, do Conde de Ashburnham e da Coleção Spencer.

Finalmente, durante suas investidas, Amherst compra seu Gutenberg, número 45 de Estelle, em 1884, mais de dez anos depois de ter deixado passar os dois primeiros volumes. Ele não compra em leilão, mas em uma transação particular e não divulgada, com o livreiro James Toovey, após o leilão de Gosford.

Durante séculos trabalhou para construir uma história vultosa de livros impressos que incorporam o conhecimento, as paixões e as hostilidades das pessoas que os criaram e usaram e, esse único volume, se encaixa nesse quadro, não apenas como a fonte da impressão moderna, mas também como ponto de origem para sua coleção de primeiras edições dos livros oriundos da Reforma.

Sobre a Bíblia, Amherst explica que as grandes folhas de papel eram umedecidas antes de serem impressas, para que pudessem absorver melhor a tinta, e, uma vez feito isso, cada uma era dobrada e perfurada em certos pontos próximos às extremidades com uma agulha ou um furador, fornecendo guias, para que a impressão ficasse exatamente no mesmo lugar na frente, e atrás de cada página.

As Bíblias tinham no geral 42 linhas, para distingui-las de outra Bíblia da época, que se pensa ter sido impressa por um contemporâneo de Gutenberg, que criou o livro com uma fonte semelhante com páginas de 36 linhas. No canto superior direito da capa interna estão escritas a lápis as palavras “Antes de 15 de agosto de 1456”.





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