:: 10/set/2024 . 22:47
“O QUE PREVALECE EM CONQUISTA É A DESTRUIÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO”
Desde os idos do século XIX para cá, os últimos intendentes e as administrações passadas só fizeram destruir o patrimônio arquitetônico de Vitória da Conquista, ao ponto de a cidade atual, de cerca de 400 mil habitantes, não mais possuir um Centro Histórico, como existe em muitas outras do seu mesmo porte pela Bahia e outros estados.
Sempre falo que me sinto envergonhado quando recebo um amigo turista e me pede para visitar o Centro Histórico e tenho que responder que não tem porque foi destruído ao longo dos anos, a começar pela chamada Rua Grande, cheia de casarões, onde hoje está a Praça Tancredo Neves até a Barão do Rio Branco.
Em conversa com uma amiga minha sobre este assunto, ela me disse que sempre tem dito que, em “Conquista o que prevalece é a destruição do patrimônio público”. Lembrou que destruíram uma escola antiga (Macaúbas) para construir o prédio do Fórum, que poderia ser erguido em outro lugar.
Ela também citou o caso do Museu Cajaíba que está sendo destruído pelo tempo lá na Serra do Periperi. “Em qualquer outro lugar, ele teria sido preservado e seria um ponto que iria atrair turistas. A cidade só ganharia com isso” – acrescentou, para completar que tinha mais coisas para enumerar sobre a destruição da cidade.
Foi criado um Núcleo de Preservação do Patrimônio Arquitetônico que há anos deixou de funcionar. Como a administração atual enterrou nossa cultura e não teve e decência de fazer o rito funerário, vez ou outra derrubam um casarão, como ocorreu recentemente em frente da Tancredo Neves.
Durante as décadas de 60 (construção da BR-116 (Rio-Bahia) até 90, durante 30 anos destruíram, impiedosamente, a própria Serra do Periperi, com a retirada de areia, pedras, madeiras e cascalhos, justamente para construírem prédios novos no lugar dos antigos. A serra hoje está mais para Serra Pelada e, quando chove, desce tudo lá de cima acabando com as ruas.
Sobre as artes do artista Cajaíba, esculturas de gente famosa e de presidentes do país, o Conselho Municipal de Cultura, na minha gestão, apresentou um requerimento à Secretaria de Cultura, Turismo, Esportes e Lazer, no sentido de ser criado um projeto do museu, mas nada foi feito.
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