:: 30/set/2024 . 23:01
ESTAMOS NA RETA FINAL
Um amigo me disse que eleição neste país é dinheiro. Em parte, concordo porque o nosso sistema eleitoral é arcaico e cruel, para não dizer que é bruto, mas não depende somente disso. Conta também a criatividade e ir para a rua arrastar chinelo no corpo a corpo, mesmo enfrentando obstáculos e “coices” de muitos que não acreditam mais na política e nos políticos que há anos vêm traindo o eleitor com suas promessas não cumpridas.
Nessas minhas andanças pela cidade de quase dois meses, não vi nenhum candidato à reeleição fazendo panfletagens nas ruas e mostrando a cara. Talvez tenha medo de ser abordado com duas pedras na mão. Estou dizendo isso porque já recebi muitos xingamentos me colocando no mesmo cesto. Não tiro a razão do eleitor e nem procuro contrariá-lo ou tentar convencê-lo que está errado, somente respondo que ainda existem os bem-intencionados.
Sei que muitos estão estourando dinheiro em carreatas, bandeiras, adesivos, usando a máquina de gabinete (candidatos à reeleição) e em fogos de artifícios. Outros com pouco, como é o meu caso, com apenas R$4.000,00 do Fundo Eleitoral pelo PSOL, estão na luta diária fazendo uma campanha limpa e com criatividade, conversando diretamente com o povo no “olho no olho”.
Tenho usado meu megafone para passar minha mensagem de seriedade, ética e honradez; falar das minhas propostas em defesa da cultura; criticar os políticos corruptos; denunciar as mentiras em propagandas enganosas; e conscientizar a população para a questão do voto consciente, justamente naqueles que estão preparados e capacitados para exercer o cargo.
Estamos chegando à reta final de uma maratona árdua, desigual e desleal, mas o que me deixa tranquilo é que estou cumprindo a minha missão e enfrentando mais um desafio na vida, de tantos outros que já encarrei e venci, mesmo cometendo alguns erros, pois ninguém é perfeito. Entendo que estou dando a minha contribuição passando o meu recado e condenando os malfeitos.
A eleição no Brasil ainda é um modelo coronelistas, só que num estilo mais moderno e sofisticado, mas sua essência permanece a mesma daqueles tempos do voto de cabresto, na base dos favores e do dinheiro. O eleitor que vende seu voto é pior do que aquele que compra, mas ele foi criado e formado nessa cultura maldita.
Quando decidi entrar nessa disputa já sabia como funcionava o sistema, mas resolvi enfrentá-lo e me coloco como se fosse um Dom Quixote nessa “batalha” contra os moinhos de vento. Um outro amigo me disse que eu iria sujar minhas mãos. Respondi que a esta altura da minha vida e, como minha trajetória de seriedade, não iria me contaminar.
Acredito na vitória, mas se ela não vier, saio de cabeça erguida da mesma forma que entrei, como já ocorreu em tantas outras funções que exerci em minha vida profissional e fora dela. Enquanto tiver vida estarei nessa trincheira da resistência em defesa da melhoria do nosso povo, principalmente através da educação e da cultura.
Em “Um Preito de Gratidão”, meu amigo e companheiro de jornalismo, Carlos Gonzalez, me deixou emocionado com suas belas palavras a meu respeito e, sobretudo, quando fala que a Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista ainda continua de baixo nível, necessitando de pessoas preparadas e capacitadas.
Suas palavras, meu amigo, me deram mais forças para chegar nessa reta final com a vitória na mão, e que será de todos. Não estou nesta empreitada à busca de status e vaidades, mas para deixar meu legado nesta cidade de 400 mil habitantes, que me acolheu e me concedeu o título de cidadão conquistense. Como disse o imperador Augusto César: A sorte está lançada.
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