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:: 20/set/2024 . 23:02

O LIVRO CONTINUARÁ VIVO

Há mais de 20 anos quando surgiu a internet e o celular, aquele Motorola chamado de tijolo, muita gente metida a entender do assunto, os mais novos empolgados internautas, saiu espalhando por aí em suas palestras que o livro estava com sua data de morte, e muitos acreditaram nisso. Falavam até que iam para o lixo, ou as traças se encarregariam de destruí-los.

Nunca acreditei nesse papo furado. Aquele discurso me fazia lembrar do mesmo quando surgiu a televisão na década de 50 quando disseram que era o fim do rádio. Depois de todo esse tempo, com o e-book e tudo, o livro de papel, ou o impresso, continua e continuará mais do que vivo, e agora, para nossa felicidade, as crianças e jovens estão criando neles o hábito da leitura.

A prova disso está nas visitações das bienais e nas feiras literárias, com novos lançamentos, e as editoras se reanimando. Todo esse quadro é um bom sinal para o futuro. Parece que a praga do celular está passando da fase da adolescência para uma juventude mais madura e consciente e daí para a idade adulta.

Todo este avanço tem mais a mão do setor privado, do surgimento de novos escritores, inclusive do gênero poético e do romance, e de ações empresariais, do que dos governos municipal, estadual e federal que, infelizmente, pouco têm ligado para a cultura, como é o caso particular de Vitória da Conquista.

De acordo com pesquisas do setor livreiro, cerca de 60% das escolas públicas ainda não têm bibliotecas, contrariando metas do poder público federal de que toda unidade escolar deveria ter seu acervo literário. É muito triste quando ouvimos candidatos pregarem que cultura não dá voto, mas isso vai mudar.

Para suprir essa lacuna, bibliotecas comunitárias de bairros urbanos e até na zona rural estão se espalhando por várias cidades do país, graças a iniciativas de pessoas abnegadas e ávidas pelo conhecimento e pelo saber. É uma constatação de que nem tudo está perdido. Podemos sim, recolocar o livro em seu pedestal dos anos 50 e 60 quando nossos estudantes andavam com um autor debaixo do braço.

Esse quadro pode até demorar mais algum tempo, mas a esperança está nas crianças que estão nos dando esses sinais de que o livro continuará imortal como sempre. É uma luz no fim do túnel depois de anos de escuridão. Esses meninos e meninas serão multiplicadores quando se tornarem pais.

Portanto, em meio a todo esse turbilhão das redes sociais, da tecnologia avançada e da inteligência artificial, o livro viverá. Com o crescimento da leitura, me arrisco a dizer que também os jornais e as revistas impressos também retomarão seus espaços nos meios de comunicação. Quem viver, verá.





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