O COVEIRO E A PROTISTUTA
Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário
Você que se acha
Sabido batuta,
Diz que a profissão
Mais do mundo antiga,
É a de prostituta,
Coisa que me intriga,
Coveiro é minha opção.
A atividade mais velha,
É a de coveiro,
Quando o primitivo,
Enterrou seu parceiro,
Com seu ritual nativo,
Disse o primeiro amém,
Em paz para o outro além.
A prostituta é sorriso e alegria,
Entre as luzes do cabaré;
Escuta lamentos de psicologia,
E no quarto faz sua putaria,
Finge que goza como uma Salomé.
De poucas palavras e sério,
Na labuta do cemitério,
O coveiro vê e ouve o que não quer:
Até de besta corno Mané;
Gentes falsas de óculos escuros;
Choros, lágrimas e histerias;
Amantes de casos obscuros,
Onde uns elogiam o defunto,
Outros que já deveria ter ido;
Juram sinceridade de pé junto,
E o assassino que reza pro falecido.