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:: 25/out/2023 . 21:44

“NÃO FOI POR ACASO”…

Depois do secretário Geral da ONU, Antônio Guterres, engenheiro e diplomata português, explicar que a violência não é justificável, seja da parte quem for, ele declarou que o atentado do Hamas, no último dia 7, num evento musical, “não foi por acaso…” Foi o bastante para os representantes de Israel na ONU, que só fica no blábláblá e ninguém ouve mais, ficarem irritados e pedirem sua demissão do cargo, inclusive proibiram a concessão de vistos de funcionários do órgão ao país.

Basta uma palavra ou frase com um sentido de explicar o porquê de determinado acontecimento de um fato, para o outro lado fazer sua própria interpretação e sair por aí disseminando inverdades, inclusive a grande mídia capitalista tendenciosa que segue os passos do mundo ocidental colonizador e imperialista. Os judeus deturparam por completo a fala de Guterres.

Longe de ser parcial na questão geopolítica e histórica da região, que é secular, o que compreendi com seu pronunciamento é que o atentado foi uma consequência de mais de 50 anos de perseguição de Israel contra os palestinos, bem como condenar a omissão e a negligência das nações mundiais em até o momento não terem criado também o Estado da Palestina.

Em momento algum, em meu juízo ainda lúcido, entendi que ele estaria justificando a violência e apoiando a ação do Hamas. Uma pessoa quando é acossado, vilipendiada, perseguida, agredida e provocada por outra, um dia ela vai reagir e cometer um desatino.

Isso me fez lembrar um júri popular, ainda jovem, na cidade de Amargosa, onde um senhor estava sendo julgado por ter matado um conhecido que todos os dias passava em frente da sua casa e lhe xingava com apelidos, de vagabundo e lhe dirigia agressões verbais.

Um certo dia o cara não aguentou tantas provocações e assassinou o seu opositor com várias facadas. Na audiência pública judicial o advogado do réu se dirigiu de forma proposital ao promotor por várias vezes com termos provocativos até que o mesmo perdesse as estribeiras e a compostura ao ponto de partir agressivamente contra o colega, alegando que o cara estava zombando dele.

Calmamente, o advogado, com sua habilidade de defesa, disse ao promotor e aos jurados: Está vendo aí, em pouco tempo em que estamos aqui vossa excelência não suportou minhas palavras repetitivas contra sua pessoa. Agora imagina esse moço que aí está no banco dos réus sendo vítima todos os dias de deboches e menosprezos contra sua pessoa. Um dia ele não aguentou e partiu para vias de fato.

É um exemplo simples para explicar o que os israelenses vêm fazendo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia desde quando se tornou Estado, em 1948, isto é, há mais de 70 anos. Israel acossou, construiu muros, colônias habitacionais, invadiu terra como numa espécie de grilagem e seus aliados fizeram vistas grossas.

Os israelenses se recusam a olhar o passado de avanço territorial e encurralamento contra os palestinos com a anuência dos donos da ONU e dos países da Europa Ocidental e, principalmente, com aval direto dos Estados Unidos. E os atos de terrorismo que os judeus praticaram contra árabes, cristãos e palestinos para forçar a criação de um Estado?

O que o secretário Geral quis dizer é que esticaram demais a corda até que ocorreu uma tragédia anunciada. Em seu depoimento, não vi ele afirmar, de modo algum, que o ataque do Hamas foi merecido ou justificável. Claro que nessa hora o outro lado fulmina a razão do outro e só enxerga a sua, ao seu modo e interesse.

Israel simplesmente se nega a reconhecer o que já fez de terror contra os palestinos, deixando-os na pobreza e na miséria. O Hamas quer a extinção de Israel que também pretende aniquilar o seu vizinho, inclusive os palestinos que são governados por outra autoridade. Sabe como os palestinos enfrentam a opressão de Israel? Com pedras contra os soldados, como nos tempos bíblicos e na era do domínio romano, quando os israelitas faziam emboscadas “terroristas” contra os exércitos dos imperadores de Roma.





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