:: 5/out/2023 . 23:28
MEMORIAL CÂMARA
O Estado ainda continua ligado à religião e dizem que é laico
Os poucos pontos culturais existentes em Vitória da Conquista (museus, bibliotecas, arquivos), infelizmente, são raramente visitados. Falta de tempo, desinteresse total pela cultura, pelas nossas origens e as redes sociais da internet formam um conjunto de fatores para esta negativa explicação. Os jovens e estudantes de hoje não fazem mais pesquisas como antigamente. Do alto do comodismo e da preguiça, as pessoas preferem ficar sentadas nos sofás perguntando ao Google e recebem respostas limitadas, evasivas e, muitas vezes, truncadas e duvidosas. Um ponto desses a que me refiro que quase ninguém vai lá é o Memorial da Câmara Municipal de Vereadores de Vitória da Conquista, segundo informou a própria atendente. O local fica aberto todas semanas, de segunda a sexta-feira, mas dificilmente aparece um conquistense, ou grupo escolar, para conhecer o acervo e realizar uma pesquisa. Um povo sem história é um povo sem memória e, consequentemente, nem está aí para seus direitos e deveres. É um povo ignorante e submisso aos poderes. É o declínio da nossa civilização em geral, e isso ocorre não somente em Conquista. É uma pena porque esse triste retrato representa uma decadência do interesse pelo conhecimento e pelo saber. O Memorial da Câmara tem um conjunto de material, inclusive digitalizado e visual sobre a história do Arraial da Conquista, sua formação, jornais que circularam na cidade em épocas passadas, os principais fatos que marcaram a vida do município, os intendentes, vereadores e outros valiosos itens com conteúdos preciosos, não somente para estudantes, mas também para professores, intelectuais e pesquisadores.
POETAS E EXCLUSÃO
Poeminha de autoria do escritor e jornalista Jeremias Macário
Quando do sono despertam os poetas,
Os pássaros no raiar fazem suas sonoras,
E as visões misteriosas abrem suas frestas.
Dos barracos morros na porta bate a fome,
Na virada da noite dos tiroteios de balas,
Onde prospera a exclusão do Estado que some.
Nos mocambos a educação sem redes e sinais.
Corta a navalha a alma dos despossuídos,
E adormecem os poetas na língua dos intelectuais.
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