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:: 15/abr/2021 . 23:13

“CALANGO VAI, CALANGO VEM”

O bicho calango é parente da lagartixa; parece com o camaleão e tem jeito de um mini jacaré terrestre. Sabe-se que ele é catingueiro, arisco e roda o mundão da terra árida à procura de alimento. Talvez por isso lembre aquela cantiga, ou verso “Calango vai, Calango vem” por circular em várias partes. Aqui em Vitória da Conquista, José Barbosa dos Santos, de 60 anos, capixaba, mas da terra do frio, é mais conhecido como “Calango”, e pode ser encontrado em várias partes da cidade, com suas sacolas vendendo os mais variados objetos inusitados, como óculos que não quebram, canivetes, lamparinas, tesouras, utilidades domésticas, gravadores e tudo mais que você pensar. Foi o primeiro vendedor ambulante móvel de Conquista, e há 49 anos que trabalha nesse ramo. Em sua atividade, já criou e formou quatro filhos, e se diz incansável na luta. Só parou um pouco uns meses quando começou a pandemia no início do ano passado. Seu apelido de “Calango” foi bem apropriado, porque o “bicho” também gira toda a cidade e é insistente quando se trata de ganhar uma grana para manter o seu sustento e o da sua família. Quem por essa terra não conhece “Calango”? Ele pode ser visto todos os dias nos arredores da Praça Barão do Rio Branco, nas filas dos bancos e em bares e restaurantes. É o “bicho” sertanejo andador que nunca desiste do cliente. A esta altura, ele é mais conquistense que capixaba. “Calango vai, Calango vem”, e lá vai ele com suas bugigangas nas sacolas, nos bolsos e nas capangas. Pode-se dizer que  “Calango” já é um patrimônio de Vitória da Conquista

NEM SEI SE SOU…

Versos do jornalista e escritor Jeremias Macário, que fazem parte do seu último livro “ANDANÇAS”.

Meu amigo camarada,

Desculpe meu jeito serial,

Assim fui criado e feito,

Numa couraça de crença,

De um sistema desigual.

 

O tempo é uma cilada,

Entre o amor e a dor,

Nem sei se sei, se sou,

Como um quase nada,

Ou um pouco de cada.

 

A morte só é uma graça,

Quando vira uma piada,

Em conversa na praça,

Mas passa sem dar risada,

Com sua sentença marcada.

 

Nem sei se assim sou,

Um pavio do candeeiro,

Na face de um escravo e patrão,

Como lobo, e um cordeiro,

Vigilante errante de plantão.

 

Nada que reluz me conduz;

Faço destinos em pedaços,

De fios de algodão e de aços,

Ora sou laço nos espaços,

Ora sou simples traços.

 

Nem sei se sou encanto,

Alegria, lamento e pranto,

Em alguma parte desse canto,

Que mais parece um conto,

De encontro e desencontro.

 

Uma hora penso ser corda,

Grossa de sisal, ou de viola,

Outra hora, sou uma estola;

Procuro quem me consola,

E a dura realidade me acorda.

 

Nem sei se sou criatura,

Como diz a benta Escritura,

Nessa eterna via de procura,

De caminhos de aventura,

Cheios de ódio e de ternura.

 

Nem sei aqui qual meu papel,

Se é de cortina, ou de véu,

E assim vou indo ao léu,

Como a semente ao vento,

Do nascente ao sol poente.

 

 

 

 

 

MAIS UMA CPI DO FIM DO MUNDO

VITÓRIA DA CONQUISTA SE TORNOU UM PONTO FORA DA CURVA NA BAHIA NA QUESTÃO DO COMBATE Á PANDEMIA. O PODER PÚBLICO PREFERIU CONTRARIAR O DECRETO DO GOVERNO DO ESTADO; BATER DE FRENTE E FLEXIBILIZAR AS MEDIDAS. É UMA VERGONHA!

Quanto ao título acima, com minha idade e experiência jornalística de anos, confesso que já vi este filme. A grande maioria das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) sempre terminou em lambanças, gatunagens e até em subornos para não convocar elementos envolvidos na questão proposta pela investigação.

Oxalá não se torne mais uma do fim do mundo, pois já começou errada no que tange à sua finalidade que era exclusivamente apurar negligências cometidas pelo governo federal (Ministério da Saúde, presidente e outros órgãos da saúde) no combate à pandemia da Covid-19, principalmente o caso de Manaus, no Amazonas.

GOVERNADORES E PREFEITOS

No puxa, encói do bate-boca entre os políticos e até nas ameaças do capitão-presidente contra o Supremo Tribunal Federal, ela foi esticada para atingir também governadores e prefeitos no tocante à utilização de recursos federais. Por aí se vê que já começou errada, e tem tudo para ser o fim do mundo, sem prazo para terminar. Talvez até a pandemia se acabe antes dela.

Que me lembre e saiba, nunca vi um acusado nas investigações ir para a cadeia. Os processos sempre terminam engavetados na Justiça. Se o Congresso Nacional tivesse coragem, e não estivesse tão comprometido, como sempre esteve, deveria sim, abrir um entre os mais de 60 pedidos de impeachment contra o capitão, que já cometeu tantas barbaridades, como nenhum outro na história do Brasil.

Vamos ver e ouvir muitos xingamentos. A tropa palaciana, com certeza, vai procurar tumultuar as discussões; emperrar requerimentos; e atentar contra a nossa frágil democracia que vive aos troncos e barrancos. A bola da vez é o general ex-ministro da Saúde que falou de alto e bom tom que “um manda e o outro obedece”.

Na verdade, as mazelas e os absurdos cometidos que terminaram por agravar a crítica situação de milhares de mortes em Manaus por falta de oxigênio, com o envio de um carregamento de cloroquina, vão respingar na farda do general. No entanto, no fim não vai dar em nada. O chefe que mandou fazer as besteiras vai ficar incólume. Acho que a maioria não está acreditando nessa CPI do fim do mundo.

Com tantas trapalhadas, o Brasil está sendo peça de galhofas no exterior, como ocorreu no parlamento francês nesta semana. Quando o ministro francês falou do receituário do Bozó com relação ao uso da cloroquina no tratamento da Covid-19, os deputados caíram nas gargalhadas.

O ministro precisou pedir mais compostura para não melindrar a terrível diplomacia brasileiro, que se isolou do resto do mundo. Ninguém quer receber mais brasileiro em seu país por temer a contaminação. As mortes aqui em nosso país estão num ritmo acelerado, e cientistas já estimam que podemos atingir a triste cifra macabra de 500 mil até o final do ano, ou até mais, Isso é um genocídio coletivo.





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