LÁ SE FOI NOSSA HISTÓRIA
Muitos falam que não devemos olhar para o passado, mas construir o presente pensando no futuro. Na vida humana espiritual até se compreende, de certa forma, mas quando se trata da nossa história material, é como se a pessoas deixasse de ter sua identidade como referência. É o caso de Vitória da Conquista que destruiu, ao longo dos anos, praticamente todo seu patrimônio arquitetônico do centro, chamada de Rua Grande (Praça Tancredo Neves, Barão do Rio Branco e imediações, como a atual Praça Nove de Novembro). A 9 de Novembro (data que se celebra a emancipação de Conquista), por exemplo, no início do século XX era cercada de bares e lojas antigas. Além dos coronéis e jagunços que frequentavam a vida noturna, ali foi palco de muitos carnavais com seus blocos que deixaram saudades. Na Barão do Rio Branco existiam os casarões antigos e um barracão que servia de rancho para tropeiros (hoje é a primeira Igreja Batista). No centro da praça, um prédio com bares, lanchonetes, sorveteria e uma área de parada de ônibus. Tudo isso foi a nossa memória, simplesmente derrubada para dar lugar a edifícios modernos, como Banco do Brasil, do Nordeste, Caixa Econômica Federal, hotéis e empresas. Hoje é um amontoado de carros soltando gases tóxicos e poluição visual com um emaranhado de fios. Conquista é uma cidade de mais de 300 mil habitantes, a terceira maior da Bahia, que não tem entro histórico para mostrar ao visitante que chega.