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:: 14/abr/2021 . 0:04

CONQUISTA NA CONTRAMÃO DO COMBATE À PANDEMIA DA COVID-19

A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista escancarou mesmo na flexibilização das tímidas medidas impostas na Bahia pelo Governo do Estado, colocando os interesses do comércio lojista acima da vida. A impressão que temos é que uma média de mortes de duas a três pessoas por dia é muito pouco para o poder público, que prefere seguir pelo caminho da desobediência civil do decreto estadual, pela contramão do combate à pandemia.

É essa bagunça e a falta de alinhamento que têm deixado a população ainda mais psicologicamente ansiosa, estressada e depressiva diante dessa tragédia que se abateu sobre o Brasil, o maior do mundo em mortes diárias. No caso específico de Vitória da Conquista, quase 400 pessoas já perderam suas vidas, a maioria de pobres dos bairros mais periféricos.

NÃO CONVENCEM

As justificativas de alteração do toque de recolher, das 22 horas para às 5 horas da manhã, a abertura de todos estabelecimentos aos sábados e a liberação de bebidas nos bares e restaurantes anunciadas pelo porta-voz oficial da prefeita não convencem, quando os hospitais do SUS que atendem Covid-19 estão com suas capacidades de leitos de UTI acima dos 90%.

Esse “comitê gestor de crise” continua insistindo em apontar só os números de conquistenses que estão doentes nas unidades de saúde, sem citar os pacientes da região, como se eles não existissem. Conquista não tem nenhum hospital municipal que atende Covid, a não ser o Esaú Mattos que é uma maternidade.

Todas as outras três unidades de saúde são públicas que atendem pelo SUS, e é justo que recebam também gente de fora. A economia de Conquista depende dos municípios em torno dela para sobreviver. São cerca de 80 e mais de 20 mil pessoas que estão aqui todos os dias movimentando o comércio e outros setores, inclusive da educação e da construção civil.

Sobre esse relaxamento das medidas, a TV Sudoeste apenas entrevistou o presidente da CDL, e é claro que ele apoia. Não existe um especialista no assunto para dar outro parecer? Afinal de contas, são os comerciários que ficam na linha de frente nos quadrados apertados em contato direto com os clientes.

A única coisa que a Prefeitura de Conquista tem feito é contrariar os decretos do governo estadual. Não se move para estabelecer algumas políticas públicas para ajudar aos mais necessitados, como vem fazendo vários municípios pelo brasil a fora.

A Prefeitura fala que os bares não podem vender bebidas em pé e nem realizar ajuntamentos com shows musicais. Acontece que não existem fiscais suficientes para controlar os descumprimentos dos protocolos. Será que vamos ter uma nova Amazonas ou um novo Manaus aqui em nossa casa?

Outra questão preocupante é quanto as feiras da Ceasa (Juracy Magalhães e centro) e da Feirinha, no Bairro Brasil. Além das sujeiras que se tem visto, não existe um distanciamento entre as barracas, e nos finais de semana a aglomeração corre solta como se estivéssemos vivendo em tempos normais.

Confesso que sempre frequentava a Feirinha aos domingos para fazer minhas compras devido aos preços dos produtos serem mais acessíveis, mas a última vez em que estive lá (há quase um ano) fiquei assustado com as aglomerações. Por precaução, deixei de ir à popular Feirinha.

Não me consta que exista alguma normatização de distanciamento, ou a Prefeitura tenha feito, pelo menos, alguma limpeza de desinfecção nesses locais. A única ação desse poder público é flexibilizar tudo e não fazer nada para combater essa pandemia.

É justamente dos moradores da zona oeste, nos bairros mais periféricos e pobres, que tem saído a maioria dos caixões da Covid, mas ninguém importa com isso, e nem conhece as famílias enlutadas que perderam seus entes queridos. O negócio é só lucrar e ganhar mais dinheiro, enquanto o fantasma da fome perambula pelas ruas pedindo um prato de comida, pelo amor de Deus.

 





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