MEU “VELHO CHICO”!
Dizem que ele tem 523 anos desde que um tal de Américo Vespúcio e sua turma de exploradores gananciosos depravados o viram em sua foz e lhe “batizaram” de São Francisco em homenagem ao santo. Isso não passa de uma grande mentira porque ele tem milênios de anos desde que nasceu lá nos Gerais, na Serra da Canastra, e era conhecido como Oporá (rio-mar) pelos índios. O Vespúcio não batizou coisa nenhuma. No entanto, não é disso que quero falar. É que sempre que visito o meu “Velho Chico”, sinto-me na obrigação de fazer um registro depois de lhe pedir a benção. Após aquele estrago todo há uns oito anos, aparentemente ele vai bem com suas águas banhando as margens e sustentando os ribeirinhos. As embarcações navegam pra lá e pra cá cheias de gente que apreciam suas belezas naturais. Os empresários das frutas só querem saber de irrigar suas plantações com suas águas. Acontece que, de lá para cá, depois da seca rigorosa que o castigou severamente, ninguém fala mais em revitalizá-lo. Continuam jogando esgotos em seu leito sujo, como ocorre em Juazeiro, que se transformou na capital das muriçocas. O homem é um animal perverso e irracional quando se trata de preservar o meio ambiente. O negócio é só retirar e nada de retribuir. É um tremendo ingrato e burro, sem contar que é um desmemoriado e destruidor de si mesmo. Mais uma vez, a benção, meu “Velho Chico”, e perdoe seus algozes, se for possível!















