LÁ VEM OS SUMÉRIOS
Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário
Salve! Salve!
Lá vem os sumérios,
Há dez mil anos,
Brutos rebeldes, insanos,
Caçadores e coletores,
Voando como falcons,
Das montanhas do Cáucaso,
Outros do Balcãs;
Invadiram o paraíso
De Eva e Adão,
Do pecado veio a infâmia,
No vale da Mesopotâmia;
Criaram o Crescente Fértil,
Onde espreguiça,
O Tigre e o Eufrates;
Inventaram a agricultura,
Depois a roda e a irrigação,
Canais em toda região,
A escrita cuneiforme,
Da argila do barro,
A divisória uniforme;
Desvendaram os mistérios,
E de lá saiu Abraão,
Para fundar outra nação.
Salve! Salve!
Lá vem os sumérios,
Da Revolução Neolítica,
Que desenharam as palavras,
Fizeram a primeira escola,
Palácios, templos e santuários,
Ritos litúrgicos e política,
Com seus sacerdotes de estola,
E o rei Sargão,
Tirado do cesto das águas,
Enfrentou a maldição;
Fez seu primeiro império,
E assim nasceu a civilização.
Salve! Salve!
Lá vem os sumérios,
Das lendas, mitos e impérios,
Com seus reis sanguinários,
Como narram os fatos,
Dos deuses imaginários:
Tomaram a Síria e a Judéia,
Um deles expulso pelos ratos,
E a espada de Nabucodonosor,
Escravizou os judeus,
Na gloriosa Babilônia,
Dos suspensos jardins,
E Ciro, o persa pastor,
Vindo das glebas sem fins,
Tentou selar a paz e o amor.
Salve! Salve!
Lá vem os sumérios,
Senhores guerreiros da tirania,
Onde hoje é a islâmica terra:
Irã, Iraque e Turquia,
De poeira árida desértica,
Sangue, quizilas e guerra,
Até os cedros do Líbano,
Antigos navegadores fenícios,
Descobridores do além-mares,
Dobraram o Cabo da Esperança;
Juntaram línguas e sílabas,
Com traços, pontos e vírgulas,
Formaram seus lares,
As crianças sem vícios,
No labor de cada dia,
E assim me despeço,
Com meu verso poesia.











