MENINO MOLEQUE
Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário
Quando menino traquino,
Franzino nordestino,
De pai roceiro e carpinteiro,
Cresci na labuta da mandioca,
Que da terra saia
Como se fosse minhoca.
Depois fui para cidade pequena,
Da minha querida Piritiba,
Enfrentar outra cena:
Como menino moleque,
Paquerei uma morena,
Onde fiz o primário,
E de lá fui para o seminário,
Para ser padre vigário.
Estudei o latim e o grego,
Até o português e o francês;
Larguei a batina,
Porque não era minha sina,
E rumei pra capital,
Só com meu embornal.
Ainda aprendiz,
A rua era o meu lar,
Passei no vestibular
Para o curso de jornalismo,
Onde aprendi tanto ismo;
Duelei com a sorte
Como sertanejo forte;
Inventei ser escritor
Menino moleque,
Que nunca sonhou ser doutor,
Apenas um respeitado senhor,
Lá do interior.











