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ADIANTA O LADO AÍ, MEU TIO!

(Chico Ribeiro Neto)

Velho adora juntar. Depois de juntar alegria, tristeza, saudade, ingratidão e dor, o velho gosta de reunir amigos, filhos e netos, fotos antigas, mas também gosta de juntar vasilhas vazias, a da manteiga que acabou e o copo  do requeijão cremoso, liquidificador quebrado e dois clips achados no chão. O velho juntou o tempo.

Velho adora molhar as plantas, ouvir fofoca, passear na praça e tomar uma sopa bem quente.

Observa tudo, não tem muita paciência, não gosta de fila e às vezes conversa sozinho. Conta piada para si próprio, e ri.

Brinca de se esconder com seus fantasmas. Velho é o mundo, seu sacana.

Dona Mercedes, a mãe do jornalista Ricardo Boechat, comentou uma vez com ele: “Não sei porque as pessoas gostam tanto de dar perfume de presente aos velhos. Acho que pensam que velho não toma banho e só anda fedendo”.

Uma vez, um velho jornalista com quase 70 anos me contou que não sabia mais como descer de um ônibus em Salvador. Naquele tempo o passageiro saltava pela porta dianteira. Ele disse que quando descia apressado o motorista o alertava: “Devagar, meu tio, cuidado pra não cair”. Quando descia devagar, o motorista reclamava: “Rumbora, meu tio, adianta o lado, desce logo!”

Um idoso diz para o amigo num bar de Salvador: “Meus dentistas e meus médicos já morreram todos!”

CRIANÇA GRANDE

“O idoso é uma criança grande. Respeite!” (Nonato Montes).

“O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo.” (Honoré de Balzac).

O pior de ficar velho é que, quando você acha que já sabe quase tudo, começa a esquecer.” (Autor desconhecido).

“Quanto mais velho fica, mais cedo fica tarde.” (Autor desconhecido).

“A sabedoria dos velhos é um grande engano. Eles não se tornam mais sábios, mas sim mais prudentes.” (Ernest Hemingway).

 

BALDE VELHO

“Muitas pessoas não chegam aos oitenta porque perdem muito tempo tentando ficar nos quarenta.” (Albert Camus).

“Quando se passa dos sessenta, são poucas as coisas que nos parecem absurdas”. (Albert Camus).

‘”Você está começando a ficar velho quando, depois de passar uma noite fora, tem que passar dois dias dentro.” (Millôr Fernandes).

“Não jogue fora o balde velho até que você saiba se o novo segura água.” (Provérbio sueco).

“Você sabe que está ficando velho quando as velas começam a custar mais caro que o bolo.” (Bob Hope).

(Veja crônicas anteriores em leiamaisba.com.br.)

 

 

 

 

OH, QUANTA REJEIÇÃO!

Em minhas andanças de quase dois meses de campanha na disputa por uma vaga na Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista, senti o afago das mãos, o olhar de gentileza, o acolhimento, o apoio e também um sentimento de raiva e estupidez em determinadas pessoas, com sinais de revolta diante da situação em que vivemos.

Sabia que nos tempos atuais de tanta intolerância e polarização ideológica, o povo não mais acredita na política e nos políticos, mas não imaginava o alto grau de rejeição, embora a grande maioria vá às urnas neste seis de outubro depositar o seu voto. Esse quadro demonstra muito bem o nível de abstenções, de votos nulos e em branco.

Fui tratado em muitos lugares e bairros com delicadeza, mas confesso que também fui recebido com “coices”, e teve gente que, indiretamente, me chamou de ladrão, só por estar fazendo um apelo pelo seu voto. Ouvi sussurros de lá vem o político que só aparece em épocas de eleições.

Na visão geral das pessoas, todos políticos são iguais na sujeira, e não adianta tentar convencer o contrário. Muitos me olharam de soslaio, como se eu fosse um cachorro pulguento e desprezível, não sabendo das minhas boas intenções.

Outros me aceitaram e concordaram que a Câmara de Conquista precisa ter um nível de preparo e capacidade à altura do tamanho da cidade, a segunda maior do interior com cerca de 400 mil habitantes. “Tem gente ali que não deveria ter sido eleito” – desabafou um senhor ao aceitar meu “santinho” e bater um dedo de prosa.

Posso dizer que foi mais uma batalha, um desafio e mais uma aprendizagem em minha vida. Esse tipo de corpo a corpo com o eleitor, como se chama na linguagem popular, foi como tivesse saído do campo da teoria para o mundo da prática. O que mais me deixou triste vou ver muitas pessoas xingando a política, quando, na verdade, ela está cotidianamente em nossas vidas.

Todo este lado melancólico e angustiante foi criado pelos próprios políticos (nem todos) que sujaram suas mãos com promessas não cumpridas, sem falar nos atos de corrupção e malfeitos. Senti muita mágoa nos rostos das pessoas mais pobres quando visitei os bairros periféricos, de menor poder aquisitivo.

Como em todas outras labutas da minha vida, exercendo cargos e funções, tanto no setor público como no privado, saio mais de uma delas de cabeça erguida e consciente de que deixei minha mensagem de ética e seriedade, sem ser contaminado por aqueles que acham que para vencer tem que agir com sagacidade, na base do vale tudo, ou como se costuma dizer, passando a rasteira no outro.

 

QUEM SÃO OS OPRESSORES TERRORISTAS?

Logo após a II Guerra Mundial, em 1945, os sionistas israelenses começaram a praticar atos terroristas contra o povo palestino para força a criação de um Estado, em 1947 ou 48, com o aval dos Estados Unidos e da Inglaterra ou Reino Unido. A partir dali se transformaram em algozes, opressores e terroristas encurralando os palestinos.

Na guerra de 1967, Israel tomou grande parte do território da Faixa de Gaza e das Colinas de Golan, sem contar que durante anos os judeus criaram colônias nessas áreas. Em 1987 foi criado o grupo Hamas, considerado como terrorista, que foi se armando para resistir a opressão de Israel, apesar da força ser desproporcional.

Em 1978, o próprio Israel invadiu o Líbano cometendo atrocidades e massacres em campos de concentração dos refugiados palestinos. Somente em 1985 foi formado o Hezbollah, também para revidar aos ataques israelenses.

Esses grupos foram, na verdade, consequência da opressão dos sionistas que hoje praticam genocídios contra civis, mulheres, crianças e idosos, em nome do ataque do Hamas, em 7 de outubro do ano passado, numa luta totalmente desigual.

Todo o armamento e poderio de Israel vem contando há anos com a ajuda dos ianques norte-americanos, da Inglaterra e também de alguns países europeus ocidentais, enquanto os palestinos foram jogados à miséria, à pobreza e à fome. Essas nações nunca se levantaram para repelir a força israelense, nem tampouco criar de vez um Estado palestino.

Quanto a um Estado do outro lado, nunca chegaram a um acordo e, durante mais de 70 anos, os governantes israelenses só fazem oprimir os mais fracos. Denominam os grupos de resistência de terroristas quando são eles que fazem o terrorismo de Estado, culminando agora com o genocida neonazista Benjamin Netanyahu, o conhecido “Bibi”, que sempre está lembrando do holocausto hitlerista. É hilário, para não dizer irônico.

O ataque do Hamas, em 7 de outubro, não é justificável, mas quem até agora cometeu mais crime contra a humanidade, ceifando a vida de mais de 40 mil palestinos? Contra a todo esse terrorismo e essa carnificina, a ONU e os líderes mundiais, que sempre estiveram ao lado de Israel, só fazem lamentar o terror.

Enquanto isso, o primeiro ministro genocida só faz atacar e cometer suas crueldades com bombas e tanques, inclusive invadindo novamente o Líbano. Quando Hitler mandou exterminar os judeus, o povo, as entidades e os empresários o apoiaram, o mesmo ocorrendo agora em relação aos mandatários de Israel.

Em toda história da humanidade, os mais fortes e conquistadores tiranos sempre foram aplaudidos pelo seu povo que não pode ser considerado como inocente quando o inimigo revida com atos considerados terroristas quando, na realidade, se trata de resistência dos oprimidos.

Para nos situar aqui no Brasil, por exemplo, a ditadura civil-militar-burguesa, de 1964 a 1990, chamava de terroristas os opositores políticos ao regime que prendeu, torturou, matou e desapareceu com os corpos de cerca de 500 pessoas que lutaram pela volta da liberdade.

Atacar ou matar alguém em nome da sua liberdade não constitui crime, como já disse um historiador jurista. Todos têm o direito de resistir quando é oprimido no seu direito de viver livremente. Qualquer animal quando se sente encurralado, seu instinto natural é reagir ferozmente para se proteger e defender sua vida. Quando isso acontece, o algoz se faz de vítima. É o caso típico do primeiro ministro de Israel.

 

 

 





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