Numa reunião ontem à noite (dia 25/09) do coletivo de artistas conquistenses, organizado por Dayse Maria, os componentes deixaram claro que a cultura de Vitória da Conquista pede socorro porque nem existe uma política destinada ao setor, sem contar que todos equipamentos municipais estão fechados.

O encontro propõe formular um documento a ser entregue aos candidatos a prefeito, tendo em vista que o assunto nem é debatido em suas propagandas e entrevistas, muito menos incluso em seus programas de trabalho.

Para o artista e professor Dirley Bonfim, a situação, segundo ele, é melancólica, triste e angustiante. Citou a última conferência do ano passado, da qual nem o relatório das discussões foi divulgado até hoje. Ele apresentou vários ofícios enviados pelo Movimento Cultural ao poder público que simplesmente foram engavetados.

O Encontro com o Setor da Cultura, realizado na Apae, faz um apelo para juntos construirmos propostas para serem apresentadas aos candidatos. Dayse afirma que “não podemos deixar este espaço em branco. É necessário expor a realidade dos artistas das diferentes linguagens; apresentar nossas demandas e fortalecer o seguimento da cultura. Vamos alimentar nossas esperanças e mostrar a força da cultura”.

O jornalista e escritor Jeremias Macário, candidato a vereador pelo PSOL, que defende o resgate da nossa cultura, fez algumas pontuações que deverão inseridas no documento, como criação do Plano Municipal de Cultura, instalação da Casa dos Conselheiros, reforma e abertura do Teatro Carlos Jheovah, do Cine Madrigal e da Casa Glauber Rocha, reativação do núcleo de preservação do patrimônio histórico e criação da Secretaria de Cultura, desmembrando do turismo, esportes e lazer.

O advogado e ativista cultural, Alexandre Aguiar, falou que a cultura precisa de uma legislação, passando pela formulação de um plano, implantação da Fundação Cultural, uma empresa para o audiovisual, dentre outras medidas que ressuscitem a nossa cultura que pede socorro.

As críticas foram veladas, e os artistas, como Antônio Andrade Leal, Afonso, Luis Altério e outros presentes ao encontro mantiveram praticamente a mesma linha em suas falas e se mostraram angustiados com o atual quadro de abandono para com a nossa cultura, justamente numa cidade como Vitória da Conquista, de quase 400 mil habitantes e a segunda do interior da Bahia.

Todos se mostraram revoltados e se dispuseram a fazer firmes cobranças ao poder executivo a fim de que haja mudanças urgentes e a cultura volte a ter o seu lugar merecido na sociedade. O grupo se mostrou unido e determinado no sentido de que o novo prefeito priorize o setor com mais verbas e recursos para reativar a nossa cultura.