Em minhas andanças como candidato a vereador por Vitória da Conquista, no próximo dia seis de outubro, tenho encontrado vários tipos de eleitores, com os quais procuro fazer minha apresentação e explicar que me sinto preparado para assumir uma cadeira no legislativo.

Nos tempos atuais, não é fácil colocar a “cara na tela”. Confesso que tenho recebido “patadas e coices” de gente revoltada contra os políticos, o que significa a falta de confiança na classe por ter sujado a imagem com falsas promessas, atos de corrupção e ausência deles depois de eleitos.

A gente comenta muito isso na teoria, o que é comprovado na prática. Talvez por esse motivo é que você pouco ver candidato à reeleição pedindo voto. Tudo indica que eles têm medo de fazer o “tete a tete” ou o “olho a olho” com o eleitor e coloca uma equipe para fazer panfletagem.

Tenho recebido muita gente educada e receptiva, ao ponto de bater um papo e até apresentar meu currículo e minhas propostas de defesa da nossa cultura e incentivo aos esportes. Outros fecham a cara e vão logo dizendo que os políticos são todos iguais, e não adianta você convencer que também não é assim. Que não se pode generalizar.

“Vocês só aparecem em épocas de eleições” – disse uma senhora quando me aproximei para entregar meu folheto e o tão conhecido “santinho”. Alguns não gostaram nada do partido de esquerda que escolhi e acharam que deveria estar do outro lado. Tento explicar que se trata de uma questão ideológica e devemos respeitar o pensamento do outro.

Teve um senhor idoso, no bairro Santa Cecília, que já me recebeu de cara feia por ser do PSOL e arrancou do bolso o celular e clicou num vídeo (poderia ser fake news) onde um candidato do partido, no Rio de Janeiro, fumava uma maconha e defendia a descriminalização da droga. Pregava a liberdade de não ser invadido em sua privacidade e ser preso.

“Isso está direito” – indagou com certa raiva o senhor. Apenas disse para ele que cada um tem seu direito de pensar e devemos respeitar a liberdade do outro, desde quando não seja agressivo. Senti, pela sua posição, que ele estava se sentido agredido pelo candidato do PSOL.

O candidato precisa ter a coragem de encarar, e não pode discutir e contrariar o eleitor, que tem a sua razão de não acreditar mais nos políticos porque foram os maus, ao longo desses anos, que criaram essa imagem ruim.

A esta altura, como você vai convencer o eleitor de que é diferente e não faz parte da corja que não presta? O tempo é curto para distribuir sua propaganda e, o mais certo, é você seguir em frente nessa dura caminhada de boas intenções. Por onde passo, procuro, dentro do possível, deixar a imagem de que nem todos são iguais.

Entre a Vila Serrana e a Urbis V, se não me engano, entrei num boteco e fui bem recebido, tanto que deu até tempo para prosear. Um disse ter gostado de mim por ser autêntico por me apresentar como pessoalmente como candidato.

O amigo ao lado levantou-se e disse que todo candidato a vereador deveria ter o curso de nível superior e comparou o processo como se exige nos concursos públicos onde a pessoa tem que ter um certo nível de escolaridade para se habilitar a um emprego.