Não sou nenhum especialista nem cientista sobre o assunto, mas, contra as evidências, não é preciso ser. Estou me referindo à questão das mudanças climáticas provocadas pelo efeito estufa do qual o Brasil é um dos principais emissores no planeta terra e agora mais ainda com o fogo em várias regiões do país.

Na verdade, estamos falando do aquecimento global que as potências mundiais procuram fazer de conta que estão combatendo assinando documentos nos eventos que não são cumpridos. A terra está em ebulição em todas as partes, mas os países, inclusive o Brasil, incentivam cada vez mais a utilização dos combustíveis fósseis, como os extraídos do carvão e do petróleo, principalmente.

Para mim, não é nenhuma novidade as previsões cientificas de que dentro de mais 50 anos os níveis dos oceanos podem subir em torno de 20 centímetros e que muitas ilhas e territórios baixos podem desaparecer do mapa. Isso já vem sendo anunciado há muito tempo. Aliás, todas tragédias e catástrofes são fenômenos anunciados.

Neste final de semana, uma colega de jornalismo da antiga geração me indagou se eu sou contra a energia nuclear (altamente perigosa) e a fóssil. Claro que respondi que sim, mesmo contrariando a atual política do governo federal de incentivo a essas duas fontes energéticas.

Para tratar do tema, devemos olhar para nossa própria casa que está pegando fogo com as queimadas criminosas e até intencionais, como está acontecendo no centro-oeste e agora em São Paulo, deixando nuvens poluidoras de fumaça que não estão apenas atingindo a saúde humana, mas soltando gases tóxicos na atmosfera.

Não é apenas o fogo que está contribuindo mais ainda para o aquecimento global. Termos também os lixões a céu aberto, que, por lei, várias vezes adiada, deveriam ter sido transformados em aterros tratados, conforme as normas estabelecidas pela engenharia ambiental. Temos ainda os garimpos clandestinos, sobretudo no Norte do Brasil, as indústrias que ainda derramam veneno nos rios e os desmatamentos do agronegócio para exportar grãos e vender carne bovina.

Junte tudo isso e temos um caldeirão em ebulição no nosso próprio Brasil que logo mais vai sediar a conferência do clima. Estamos em plenas eleições municipais e até agora a questão do meio ambiente não foi discutida pelos candidatos.

Alguém pode até dizer que é um tema mais da alçada federal, mas cada município tem que fazer sua parte e não apenas partir para os ataques políticos de acusações caseiras sobre quem fez mais obras. Cada um cuidando da sua casa, certamente esse fogo não irá se alastrar.

Confesso que não sou muito de acreditar nesses paliativos de reciclagens, cujos produtos destruídos e novamente industrializados, como no caso dos plásticos, retornarão ao mercado consumidor. O principal ninguém quer fazer que é reduzir o consumo, cada vez mais estimulado pela mídia e as propagandas. O negócio é consumir cada vez mais.

O fogo que está consumindo canaviais, parques ambientais, florestas e serras foi apenas um pretexto para dizer que estamos vivendo em pleno aquecimento global e estamos dando as costas para esta dura e triste realidade, a qual vamos deixar para as novas gerações.

Os governos estão bem mais preocupados com o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) do que com o meio ambiente. Por outro lado, o nosso consumidor, a maioria sem instrução escolar e conscientização, quando vai às prateleiras dos supermercados, não procura saber se o produto é corretamente ambiental. Essa é mais uma balela que nos pregam de que o consumidor olha no rótulo se o fabricante do produto segue as normas ambientais.