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:: 15/jul/2024 . 23:34

OS PIPOQUEIROS DO FUTEBOL BRASILEIRO

Oh, quantas saudades do futebol brasileiro quando os jogadores vira-latas, como classificou o cronista Nelson Rodrigues, se transformaram em os melhores e os mais temidos do mundo! Hoje em campo não passam de pipoqueiros e vergonha da nação, que empatam até contra a Costa Rica numa Copa América bagunçada e confusa.

Assistir uma Eurocopa é coisa de primeiro mundo e aí, quando vira o outro lado, é um terror como foi domingo (dia 14/07) na partida entre a Argentina e a Colômbia, com um atraso de quase uma hora e meia, coisa inédita na história do nosso futebol. Torcedores invadiram o campo e ainda colocaram um show da Chaquira num intervalo de 30 minutos.

Não quero aqui falar das outras seleções americanas dirigidas por organizações corruptas e totalmente desorganizadas, mas da nossa com uma CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda pior onde o Brasil corre o risco de ficar fora da Copa do Mundo de 2026 pela primeira vez (hoje está no sexto lugar na classificação das eliminatórias da América do Sul).

Na desastrada Copa América, ficou no meio do caminho com o Uruguai (perdeu nos pênaltis) depois de um sofrido empate com a Colômbia e olha que ainda ficou de bom tamanho. O negócio está tão feio que até tem comentarista esportivo dizendo que a história poderia ser outra se o Brasil tivesse cruzado com o Panamá na semifinal. Ora, serviria só para adiar a decepção, que poderia ser maior.

A nossa amarelada seleção de pernas de paus e pipoqueiros não passa de vira-latas dentro e fora de campo, com nomes desconhecidos dos torcedores, trazidos de times do exterior (a maioria da Europa), muitos dos quais de segunda divisão. O técnico Dorival Júnior fica com uma cara de tacho, todo tristonho na beira do gramado, mas ele não é o culpado.

Diante dessa situação tão caótica, a começar pela CBF, o torcedor brasileiro parece ter jogado a toalha e prefere ficar com seu time daqui, mesmo com o futebol “porradeiro” e rasteiro, do que torcer pela seleção, sem craques e sem aquela ginga de antigamente que empolgava o mundo e era temida por todos quando entrava em campo. Essa seleção não mete mais medo a ninguém.

Saudades quando se fala em Garrinha, Pelé, Amarildo, Tostão, Rivelino, Didi, Pepe, Djalma Dias, Carlos Alberto Torres, Jairzinho, Dirceu, Clodoaldo, Zagalo e tantos outros do mesmo naipe, além da última safra de Ronaldo, Bebeto, Romário, Ronaldinho, Cafu, Rivaldo, Falcão, Sócrates até chegar no Neymar baladeiro e moleque, o último dos moicanos.

Nos últimos 30 anos entramos numa fase de decadência total. Atualmente só temos jogadores medianos. Os melhorzinhos são logo comprados por clubes europeus e lá perdem o gingado da letra “s” de Brasil, pelo “z” de Brazil. De lá retornam como mercenários.

Por outro lado, muitos clubes daqui estão sendo vendidos a empresários e a empresas estrangeiras, perdendo suas identidades. Os jogadores são gringos da América do Sul. Não existe mais aquela referência da terra de cada estado. No Bahia, por exemplo, salvo engano, não tem um jogador baiano, como também nos outros times cariocas, paulistas, mineiros ou gaúchos.

Hoje, quem tem mais “bala na agulha”, mesmo com altas dívidas e sonegação de impostos, forma um bom plantel para ganhar um campeonato estressante e sem mais aquela motivação que existia no passado. No campo só se vê rasteiras, pernadas, cabeçadas de sair sangue e brigas, como se fosse um ringue ou uma arena de gladiadores, como no Coliseu de Roma.

Mesmo assim, os torcedores se matam como bárbaros, e a grande maioria fica sem comprar o leite das crianças, fazer a feira, pagar a escola dos filhos, o aluguel da casa e suas dívidas para ir a um estádio de futebol. É uma massa perdida sem cultura onde o cara abre a boca para dizer que o time é a sua vida e até tatua o corpo com o escudo do seu clube. Dia desses vi um do Corinthians que tinha tatuagem até na cabeça. Lá se foram os nossos craques! No lugar, só pipoqueiros.

 





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