:: 3/jul/2024 . 22:53
CENAS DE ZOMBARIA E DESRESPEITO
Como sempre em todo início de mês, o primeiro andar do Banco do Brasil, agência centro, (a situação de lotação não é somente nesta instituição) estava na manhã de ontem (dia 03/07) abarrotada de gente, especialmente de idosos que não sabem lidar com o treco da tecnologia. Para resolver seus problemas de ordem financeira (pagamentos, retiradas de aposentadorias e outras pendências) necessitam de orientações.
Estava lá para pagar uma multa de trânsito dos estradeiros pardais escondidos nas moitas, mas esse não é o caso. O que me deixou revoltado e me levou a fazer este comentário, ou crônica da vida, foi uma cena de zombaria e desrespeito praticados por uma funcionária fardada, não sei se terceirizada, que estava ali para agir no ordenamento das filas, mas dava um péssimo exemplo.
Como se não bastassem os furadores de filas tão abomináveis, a funcionária, por ordem sua, deixava que pessoas ligadas ao seu raio de relacionamento, não sei se de parentesco ou amizades, passassem na frente de uma filha de idosos para terem acesso às senhas. Estava bem claro ali o jogo de influência que não vem somente lá de cima.
Fiquei por um tempo a observar aquela atitude condenável e, para não me aborrecer – não tenho mais estômago para ver essas coisas que já me causam traumas em até ir à rua – fui embora sem resolver meu problema. A convivência entre certas pessoas está me deixando com tédio e me afastando do convívio social.
Em nosso país, infelizmente, a corrupção, o suborno e o jogo de influências de amizades e do “Quem Indica”, o famoso QI, não são privilégios somente de quem está lá nos três poderes. Eles são como pragas que invadiram todas as plantações em geral, sem distinção de classes.
Na vida dos afazeres do resolver “pepinos”, como pagamentos de contas, questões de empréstimos, problemas previdenciários, acertos financeiros e outras questões, entre as quais os cidadãos estão submetidos obrigatoriamente, quer queiram ou não, principalmente em bancos e repartições públicas, lá estão os sujos modus operandi de agir dos brasileiros que nos envergonham e entristecem.
Confesso que fiquei revoltado ao ver aqueles velhinhos (as) ali pacientemente esperando sua vez de pegar a senha e a mulher fardada atendendo seus amigos e amigas com abraços e papos, dando uma de grande mentora furadora de fila, como se tudo aquilo fosse normal. Aquilo poderia ser caracterizado como abuso de autoridade.
O pior é que ela concedia privilégios (jogo de influências) aos seus amigos de forma escancarada, como se estivesse agindo corretamente e no direito de desrespeitar e zombar de quem estava ali na fila obedecendo suas ordens. Ainda tem gente que fala que todos somos iguais perante a lei, nem nas coisas mais simples.
Além do povo brasileiro ser classificado como cordeiro, cordato e submisso, existe ainda aquela velha cultura de que você não pode ir de encontro contra quem está ali para colocar ordem, embora termine dando mau exemplo, senão a pessoa pode até ser presa por desacato e, ironicamente, perturbador da ordem pública.
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