A paisagem clicada pelas minhas lentes pode ser feia ou bonita, mas isso depende do ponto de vista de cada um. O colorido também pode ser sem graça e até triste para alguns. Mesmo entre os engaços e bagaços da terra árida do sertão nordestino, sempre existe uma ponta de verde em alguma árvore no cenário cinzento de pedregulho, como se fosse um tufo de esperança para o homem resistente às secas. Não é somente o cacto e o mandacaru que aguentam a sequidão e sobrevivem às intempéries. Com as recentes chuvas que bateram em praticamente todas regiões, imaginamos essa imagem verde, mas é só o sol voltar a castigar e tudo volta ao mesmo estado, como no ciclo da vida de altos e baixos. Como a lente de uma máquina fotográfica, nosso eu interior a tudo registra, o verde e o seco, os bons tempos e os ruins, e temos que seguir em frente para não afogarmos no deserto, nem perecermos nas águas.