O Brasil de hoje mais parece um país de botequim onde todos ali naquele ambiente de cachaça, ou cerveja mesmo, entende de tudo, e cada um dá o seu palpite, mesmo sem o devido conhecimento de causa. Cada um quer se aparecer mais que o outro e passa informações deformadas que ouviu de algum imbecil. Vale aquele ditado de quem ouviu o galo cantar, mas não sabe onde.

Por que você ler tanto nas redes sociais, principalmente agora nesses tempos pandêmicos, neófitos sem nenhum saber científico opinando o que é certo e errado, como se fosse um cientista? Na minha profissão, por exemplo, todo mundo entende de jornalismo, e não adianta tentar argumentar o contrário. Será mesmo mania de brasileiro achar que entende de tudo? É um país de “cientistas” com bafo de cachaça.

Por que milhares de pessoas não seguem o que diz a ciência, conduzida por cientistas que dedicam toda sua vida a estudar para oferecer soluções viáveis de curas de doenças graves, como essa maldita Covid-19 e suas variantes? As fake news aparecem como avalanches, ou como tsunamis devastadores.

Como um ignorante sem nada entender da área pode se colocar contra, por exemplo, à vacinação de crianças de cinco a onze anos? Para completar, ainda solta um monte de “cargas d´água”. O pior é que ainda tem gente que concorda! Outros falam de medicina, sem ao menos nada saber sobre a anatomia do seu próprio corpo!

Por onde tenho andado, muitas vezes ouço barbaridades, coisas sem nexo, sem nenhuma lógica e sem fundamento. Faço tudo para me controlar e sigo em frente porque em nada adianta contra- argumentar com um bruto que pode partir para a violência e até lhe matar.

O nosso país se tornou num grande botequim de bêbados, enquanto as doenças se espalham deixando um rastro de destruição de vítimas. Temos quase 620 mil mortos pela Covid, número que poderia ter sido bem menor, não fossem esses “cientistas de botequim”. Com um governo negacionista, só poderia dar nisso.

Agora, a vacinação das crianças está sendo obstruída e retardada pelo Ministério da Saúde, comandado por um médico que jogou seu diploma no lixo e por um capitão-presidente expulso do exército. Está vindo aí uma nova onda da ômicrom, misturada com a gripe da influenza, porque os infectologistas e epidemiologistas foram substituídos pelos “cientistas de botequins”.

Essa de qualquer brasileiro se meter a saber de tudo, não acontece somente na ciência. Temos uma massa ignara e inculta que se arvora entender de direito, de engenharia, arquitetura, de história e outras áreas do saber. Ele é até visto como um grande intelectual e culto.

Tem aquele bêbado nojento e petulante que dá uma de dono da verdade e assegura para o outro ao lado que aquilo que ele está falando é o certo. Ah de quem contrariá-lo! É uma briga na certa! Quando ele sai trocando as pernas, cambaleando, ainda tem gente que o elogia como o cara que tem muito conhecimento. Basta ter um palavreado bonito e arrotar um monte de besteiras! Afinal de contas, estamos num país de “cientistas” falantes, com bafo de cachaça!