FARMÁCIAS E POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
Uma coisa estranha vem acontecendo no comércio de Vitória da Conquista nos últimos dois anos para cá, ao ponto de muita gente comentar e fazer suas especulações, como os membros do grupo “Estradeiros da Cultura”. Como eu, cada um faz a sua interrogação sobre esse fenômeno anormal na economia local. Seria lavagem de dinheiro? É o que muitos perguntam e ficam sem uma resposta.
Estamos falando do surgimento, do grande boom de instalações de farmácias e postos de combustíveis na cidade. O mais esquisito é que muitos desses estabelecimentos estão praticamente colados um ao outro. No centro e nas grandes avenidas, em cada esquina se encontra uma unidade farmacêutica e de combustível.
Quanto ao investimento em farmácias nos últimos anos mais recentes, um amigo chegou a me dizer que a impressão é que Conquista é a cidade de mais doente da Bahia. Só para se ter um exemplo, na Avenida Juracy Magalhães, num determinado local, existem três farmácias vizinhas, cada uma de frente para outra, de marcas diferentes.
Está certo que é uma saída para Itambé e estão mais próximas do Hospital Regional, mas não deixa de ser um exagero. Só nesta avenida são cinco ou seis e mais duas farmácias na Filipinas que fica nas proximidades da Juracy Magalhães.
Não dá para entender de tantas farmácias juntas num mesmo local porque no centro existem dezenas delas e a grande maioria das pessoas de fora adquire seus medicamentos ali mesmo. O cliente não vai se deslocar para outros pontos mais distantes.
A grande construção de postos de combustíveis é outro ramo que tem chamado a atenção dos conquistenses e visitantes. Cada semana aparece um em cada esquina. É uma coisa de louco! Está mais para galinha de ovos de ouro.
A respeito desse seguimento da economia, todos estão carecas de saber que existe uma máfia no cartel de preços. As autoridades incompetentes municipal, estadual e federal não conseguem quebrar sua espinha dorsal. A própria Câmara de Vereadores abriu uma comissão investigativa e terminou dando em nada. Sempre quem paga o pato é o consumidor.
O custo da gasolina, por exemplo, em Conquista, é o maior da Bahia e não tem explicação porque os distribuidores pegam o produto em Jequié a uma distância de apenas 150 quilômetros. O rente é bem mais baixo.
Digo isso porque sempre estou indo a Juazeiro, distante 800 quilômetros, e lá o preço é igual ao daqui, sendo que o combustível vem de Mataripe, distante mais de 500 quilômetros. Portanto, existe um paradoxo matemático nessa cobrança tabelada pelos empresários locais.
Não adianta sair por aí fazendo uma pesquisa porque a diferença de um ou dois centavos de um posto para o outro não compensa. Por que a gasolina nas imediações da Lagoa das Flores, na saída para o Rio de Janeiro e até mesmo em Anagé é mais barata do que dentro de Conquista? O caminhoneiro não abastece na Bahia e muito menos na região de Conquista.
Está claro que existe um cartel, mas a Justiça faz vistas grossas. Em Juazeiro também ocorre o mesmo e afirmo isso porque um dono amigo meu de um posto, distante 60 quilômetros daquela cidade, me confessou que foi pressionado e até ameaçado a aumentar a sua tabela de combustíveis.
A respeito do surgimento de tantos postos em Conquista, tudo nos leva a crer que seja o setor econômico mais rentável. Para o empresário que investe nessa atividade, o combustível é o tipo de negócio mais seguro e lucrativo. No caso das farmácias, paira uma dúvida no que se refere à questão de alta rentabilidade.