O 1º de Maio sempre foi de manifestações reivindicatórias por melhorias no trabalho, assim é celebrado em praticamente todos países do mundo, menos no Brasil dos últimos anos que é festejado com shows, doações e premiações. A impressão que passa é que o   trabalhador brasileiro vai muito bem, obrigado!

O Dia do Trabalho surgiu em 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, quando os operários industriais saíram às ruas em greve contra a exploração dos patrões, mas é comemorado em setembro. A data foi internacionalizada, em 1889, a partir do Segundo Congresso Internacional Socialista, em Paris, numa reunião com os principais partidos e sindicatos da Europa.

No Brasil foi instituído no Governo de Getúlio Vargas, em 1940, como Dia do Trabalhador e foi comemorado com a criação do salário mínimo. De lá para cá, o 1º de Maio sempre foi marcado por uma série de eventos históricos dos trabalhadores em marchas de protestos contra a exploração da mão-de-obra pelo capital, bem como em homenagem aos mártires que lutaram em favor da classe trabalhadora.

Esses movimentos foram interrompidos e cerceados durante a ditadura civil-militar de 1964, mas após a redemocratização eles voltaram com toda força em todo país, principalmente no chamado ABC (Santo André, São Bernardo e São Caetano) paulista.

Nos governos “lulistas”, as centrais se fortaleceram financeiramente e muitos dirigentes se aproveitaram para fazer suas farras e começaram a esquecer suas bases. Nesse período, ocorreram muitos escândalos de corrupção e desvios de recursos. Para ser realista, os sindicatos se tornaram pelegos como no primeiro Governo de Vargas, também de opressão.

Com a queda do imposto sindical e a reforma trabalhista de escravização do trabalhador, no mandato de Temer, as centrais desapareceram e os sindicatos enfraqueceram. Mesmo assim, no 1º de Maio essas entidades conseguem realizar festas e shows, ao invés de movimentos de protestos, como acontecem na França, no Chile, na Argentina, na Inglaterra, no Uruguai e tantos outros países.

No Brasil, o 1º de Maio é uma vergonha porque esses sindicatos esqueceram a origem histórica da data que foi de muitas lutas, greves e outras manifestações contra a opressão do capital sobre o trabalho. As imagens das celebrações do Brasil em relação a outras nações é um verdadeiro contraste.

Parece que aqui é tudo uma maravilha, que o trabalhador ganha muito bem, que as leis são cumpridas pelos patrões, que não existem desempregados (mais de sete milhões) e que a informalidade monstruosa não existe.

Milhares ainda trabalham sem carteira assinada e não reclamam porque não têm representação sindical forte e temem ser demitidos. O 1º de Maio no Brasil é uma alienação e todos vão para as ruas com a finalidade de curtir, receber cestas básicas ou ganhar um prêmio num sorteio qualquer.