É até ridículo e motivo de chacota ficar chamando Vitoria da Conquista de “Suíça Baiana”, uma cidade nordestina sertaneja onde a maior parte do seu território é semiárido e está sempre sofrendo as intempéries da seca, sem falar na pobreza e os altos índices de desigualdade humana, como em todo Brasil. Pior ainda é quando essa denominação é endossada pela mídia local. Recentemente venho observando um aumento de mais pedintes e ambulantes no centro da cidade, sem falar em crianças vendendo balas e doces nos semáforos, o que significa mais pessoas desempregadas que vivem na informalidade. Em minha opinião, chamar Conquista de “Suíça Baiana” é até uma insanidade mental que serve de piada lá fora. Uma “Suíça Baiana” que não tem nem um voo direto para sua capital Salvador. Uma “Suíça Baiana” onde as unidades de saúde são precárias e sempre faltam médicos nos postos. Uma “Suíça Baiana” onde o fornecimento de água pode entrar em colapso se houver uma estiagem mais prolongada porque há quase 20 anos se promete construir uma barragem e o projeto está emperrado. É uma grande cidade, a terceira maior da Bahia com quase 400 mil habitantes, com um desenvolvimento avançado, mas está muito longe de ser uma “Suíça Baiana”, nem no quesito frio, cujas temperaturas mais baixas chegam a 5 ou 7 graus. Nem existe neve na Serra do Periperi. Me dá uma gastura por dentro quando ouço esse papo de “Suíça Baiana”. Trata-se de uma crítica construtiva e de preservação da nossa imagem.