Autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário

Cada um tem suas cicatrizes,

Com o tempo que passa

Sorrateiro e matreiro,

Deixando suas marcas,

Umas estreitas e outras largas,

Até de passados ancestrais,

Visíveis de riscos faciais,

Por dentro espirituais,

Assim carregamos

Todos nossos sinais,

Feias e belas,

Vermelhas e amarelas.

 

Cicatrizes!

São como raízes

Germinadas da terra,

Que em vida crescem,

Com vários sabores:

Dão espinhos e flores

E mesmo depois da morte

As ruins apodrecem

E as boas permanecem.

 

Cicatrizes!

São como nossas varizes,

Muitas do corpo se tiram,

Mas, as da alma ficam;

Têm as guardadas do amor,

Aquelas adormecidas da dor:

Sombras dos medos,

E as dos eternos segredos.

 

Cicatrizes!

São como digitais,

Onde não existem iguais.