Além de contribuir para a preservação do meio ambiente através da reciclagem, quando a grande maioria dos brasileiros não tem essa consciência, ele é o sobrevivente do lixo para manter o seu sustento nesses terríveis tempos de pandemia. O trabalho é árduo e arriscado, mas todos os dias ele está nas ruas fazendo o seu catado de muitos materiais que são jogados fora em terrenos baldios, quando tudo poderia ser selecionado pela comunidade, se a Prefeitura Municipal desse o devido suporte de organizar a separação do lixo em cada bairro, com tuneis próprios, como existe nos países mais desenvolvidos. A insensibilidade humana é tão grande que ele se torna um invisível por onde passa, mas sua luta diária foi captada pelas lentes do jornalista e escritor Jeremias Macário. Muitos objetos jogados fora pelo consumismo exagerado ainda são utilizáveis e dão uns trocados ao solitário sobrevivente do lixo. Bem que mereceria mais atenção, mas a sociedade capitalista o tem como um número e, talvez, nem isso ele tenha. Como milhões de brasileiros, ele também está incluído no grupo dos que passam fome nesse país e depende de uma doação para alimentar sua família. Ele representa também a profunda desigualdade social, uma das maiores do mundo. Na verdade, ele é descartado como se fosse um lixo, e não como ser humano.