Racismo no futebol – 1 Carlos González – jornalista
No calor das discussões sobre a prática de racismo no Brasil não se ouviu ou se leu qualquer referência ao baiano Carlos Alberto Caó Oliveira Santos, autor da Lei 7.716/89, sancionada pelo então presidente José Sarney. O primeiro artigo da lei diz que é “crime praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A “Lei Caó” deu um sentido mais amplo à “Lei Afonso Arinos”, de 1951, que tratava apenas da discriminação racial.
SOBRE NOSSAS FERROVIAS (II)
FIM DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS
A VFFLB mudou depois para RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima) através da Lei 3.115, de 16 de março de 1957, com a finalidade de administrar, conservar, ampliar e melhorar o tráfego das estradas de ferro da União. Foram incorporadas a ela as Estradas dos diversos Estados, como de Santa Catarina, Paraná, Central do Brasil, Rede Ferroviária do Nordeste, Estrada de Ferro Leopoldina, Bragança, Viação Férrea Rio Grande do Sul, EF Bahia e Minas Gerais, EF de Ilhéus e EF Nazaré, entre outras.
Pouco tempo depois, sob alegação de ser antieconômico, de elevado custo de combustível, baixo aproveitamento da oferta e insegurança na circulação dos trens, a RFFSA passou a se caracterizar como transporte essencialmente de carga, uma vez que o sistema de passageiros foi progressivamente desativado.
R$ 66 mil, preço do ingresso para final da Copa
Carlos González – Jornalista
R$ 66.998,00. Este é o valor que empresas que fazem negócios pela internet estão pedindo por um ingresso na ala Vip do Maracanã para a final da Copa do Mundo, dia 13 de julho. O leitor não pense que é exagero. Faça uma pesquisa no Google e vai constatar que, para esse mesmo jogo, a entrada mais barata está sendo oferecida por R$ 8.561,00.
SOBRE NOSSAS FERROVIAS (PARTE I)
A Internet não oferece muito subsídio sobre a história da Viação Férrea Federal Leste Brasileira, a não ser algumas pontuações soltas sobre o tema. A sensação que se tem é que o assunto não merece tanta atenção, seguindo a mesma lógica da política dos governos passados de desativar o transporte ferroviário e optar pelo rodoviário.
DIA DA CAATINGA FOI ESQUECIDO
O meu sertão catingueiro, com espécies vegetais e animais exclusivos, é bem diferente do cerrado e da mata. Ora está retorcido, cinzento, desértico e árido, mas de repente fica florido e cheio de vida, de cores e encantos quando batem as chuvas. Aí arrebenta o aroma da terra molhada para o plantio.
O olhar dessa gente sertaneja é uma mistura de lealdade humilhada, cismado, doído, castigado, sofrido, resistente, bruto e pacato. Pode ser exótico matreiro tabaréu, mas não é o mesmo olhar do mateiro do sul ou de outras plagas do litoral. Nesse sertão, toda final de tarde ouço o canto cadenciado do nambu, como igual não existe em lugar nenhum.
CURTA AS CURTAS
DIA DA CAATINGA
Mais uma vez passou despercebido entre nós o Dia Nacional da Caatinga transcorrido segunda-feira, dia 28 de abril. O nosso pobre e rico semiárido só é mesmo lembrado em época de eleições quando os candidatos aparecem para pedir voto. Não vi e nem li nenhum comentário nos veículos de comunicação, pelo menos local, sobre o assunto. O dia foi instituído pelo governo federal para homenagear este bioma tão rico que ocupa cerca de 850 mil quilômetros quadrados do território nacional, mas que tem apenas 2% da sua área protegida.
QUEBRA-MOLAS
A prefeitura abriu as vias principais das avenidas para desafogar o trânsito na cidade de Conquista e isso é bom, mas esta pecando na instalação exagerada de quebra-molas nas avenidas, como a Pará, Integração e a Juracy Magalhães, por exemplo. O Código Brasileiro de Trânsito e a Resolução número 39/98 do CNT estabelece padrões de critérios para implantação de ondulações, mais conhecidas como quebra-molas. Assim, Conquista está virando a cidade dos quebra-molas, verdadeiras armadilhas que provocam desconforto e prejuízos materiais aos proprietários de veículos.
“SAMBA DO CRIOLO DOIDO”
Tive um professor antigo que quando os alunos confundiam os assuntos, ou no popular “trocavam as bolas” respondia: “Durma com um barulho desse”. Às vezes advertia: “Não misture alho com bugalho”.
O caso mais recente da nossa Petrobrás onde um diz que a compra da refinaria Pasadena, no Texas (Estados Unidos), foi um bom negócio e outro contesta de que foi mau, sem contar os números que nunca batem, lembra o cronista Stanislaw Ponte Preta que comparava isso ao “samba do criolo doido”
BONITINHOS, MAS ORDINÁRIOS
Com raras exceções, cá pra nós, as emissoras abertas de televisão estão se especializando em fazer programas bonitinhos, mas ordinários. Para completar, ainda aparecem os “doutores em comunicação” recomendando trocar de canal. “Para isto existe o controle remoto” – aconselham.
Acontece que o formato nos outros canais não tem quase nada de diferente. A grande maioria dos programas é repetitiva e está mais preocupada com o espetáculo do show sensacionalista da audiência a qualquer custo. É uma “guerra” diária para ver quem tem mais poder de contratar milionários artistas. É como time de futebol.
O REITOR QUE QUEREMOS
Como membros da comunidade estão excluídos do pleito eleitoral da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) na escolha do seu reitor, sobra-nos o direito de opinar sobre qual perfil de candidato queremos para dirigir a instituição, por sinal criada pelo povo. São coisas da nossa relativa democracia.
Em conversas com pessoas mais próximas sempre entra em debate a questão da interação entre universidade e comunidade. A crítica gira em torno da falta de maior aproximação desse mundo acadêmico com a sociedade em que ela vive. Uma representação eleitoral dessa comunidade com direito a voto para o reitor da Uesb, por exemplo, já seria uma grande conquista.