A NOSSA CULTURA PRECISA UNIR FORÇAS PARA SAIR DESSE MARASMO
Existem grandes talentos criativos e fazedores de cultura em Vitória da Conquista, mas o setor, tão essencial para o desenvolvimento humano, social, econômico e político da nossa cidade de cerca de 400 mil habitantes, está atravessado um quadro desolador na sua história, especialmente em termos da falta de espaços físicos e realização de grandes eventos.
Uma cidade sem um roteiro cultural de atividades programadas que sirvam de atrativos para seus próprios moradores e visitantes, fomentando o turismo, é, na verdade, uma cidade sem alma, por mais que ela tenha um capital crescente. Não adianta ter um comércio e uma indústria pujantes se a cultura estiver em estado terminal ou em coma.
Posso até estar sendo exagerado, mas é o que está acontecendo em Conquista, e isso vem se arrastando nos últimos anos, culminando com essa administração pública que sepultou a nossa cultura e não teve a decência de realizar o rito funerário. Como diz meu companheiro e professor Dirley Bonfim, “é melancólico e triste de se ver”.
Para quebrar esse núcleo duro do poder executivo, que abandonou a nossa cultura, ao ponto de o Conselho Municipal de Cultura não estar funcionando como deveria, (há meses não acontecem as reuniões mensais por falta de quórum), tem surgido movimentos pontuais se manifestando no sentido de reverter a situação.
Um grupo, por exemplo, está elaborando um documento onde mostra o atual quadro de descaso e cobra medidas concretas que devem ser urgentemente realizadas pelo poder público. A atitude é louvável, mas, qualquer manifestação para atingir os resultados necessários tem que unir todas as forças comprometidas com a cultura, não importando as vertentes ideológicas, se de direita, esquerda ou centro.
Sempre tenho comentado que em Conquista existem uma certa vaidade por parte de determinadas pessoas e grupos isolados que se acham donos da cultura. Esquecem que só a união de forças de todas entidades, associações, terreiros de candomblé e coletivos, como as duas academias de letras e outras representações artísticas, podem pressionar a prefeitura a levar a cultura a sério e não com desdém como está ocorrendo.
Além do documento, que deve ser assinado por todos representantes do setor, defendo aqui que seja realizada uma manifestação pública, com a participação dos artistas em geral, intelectuais, professores e os diversos segmentos da sociedade civil, reivindicando, principalmente, a criação de um Plano Municipal de Cultura, reforma e abertura dos equipamentos culturais, há anos fechados, preservação do patrimônio arquitetônico e histórico da cidade, dentre outras medidas.











