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Foi memorável a sessão mista cultural da Câmara Municipal de Vereadores de Vitória da Conquista, realizada ontem (dia 27/05), quando se celebrou e se valorizou o forró, símbolo musical do Nordeste. O evento, proposto pela parlamentar Lúcia Rocha, teve forrozeiros fazendo a festa na abertura e debates onde se condenou a descaracterização dos festejos juninos com a introdução de outros ritmos e bandas que nada têm a ver com o nosso forró.

Muita gente dançou ao som da sanfona, da zabumba, do pandeiro e do triângulo, mas durante os trabalhos, conduzidos pelo presidente da Casa, Luis Carlos Dudé, as falas foram no sentido de valorização em defesa do forró, com denúncias contra prefeitos que contratam cantores e bandas para tocarem o arrocha, o axé, a lambada, o sertanejo e até o rock, assassinando a tradição cultural nordestina.

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Sobre esta questão, levantada pelo presidente do Conselho Municipal de Cultura, Jeremias Macário, quando disse que os alcaides fazem isso com o argumento vazio de que esses ritmos atraem mais gente para suas cidades, o secretário de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Eugênio Avelino (Xangai) arrematou que eles estão é traindo o povo que paga a festa.

Dudé endossou as mesmas palavras e destacou que nos carnavais, Escolas de Samba e shows de rock ninguém coloca forró para tocar, acrescentando que as rádios de Vitória da Conquista deveriam colocar músicas de forró durante todo ano, e não somente no período junino. “Temos que fazer forró todos os dias, para valorizar cada vez mais essa nossa cultura nordestina”. Ele ainda propôs a criação, em Conquista, de um centro de tradições nordestinas.  O casal de músicos Venicius e Lara sugeriu que se realize um festival de forró na cidade.

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Na ocasião, a vereadora Lúcia Rocha anunciou seu projeto de lei 2614 de 2022 que deverá instituir a semana do forró em Conquista. O seu colega Valdemir Dias enfatizou que todos gostam do forró e dos festejos juninos por serem populares. “É aquela coisa de todos estarem juntos em família, e temos que resgatar as tradições”.

Outro ponto discutido pelo Conselho de Cultura foi quanto ao problema da burocracia do poder público municipal em relação aos editais de seleção de artistas para se apresentarem nos palcos da cidade. De acordo com o Conselho, as normas precisam ser mais simplificadas e flexibilizadas para que o artista tenha acesso à participação da festa. Todos vereadores presentes concordaram com a crítica e pediram redução das exigências documentais.