A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista provocou uma polêmica danada ao criar um corredor exclusivo para ônibus na Avenida Siqueira Campos e retirar 62 estacionamentos. A primeira gritaria partiu dos lojistas da área que reclamaram perdas dos clientes. Em seguida vieram os motoristas de veículos leves devido aos longos engarrafamentos.

Em minha modesta opinião, não vejo nenhuma necessidade estabelecer uma pista exclusiva para ônibus num pedaço de uma avenida (nem um quilômetro). Não faz muita diferença, quando existem outras alternativas. Só entendo isso como uma mania de grandeza em querer imitar as grandes capitais, como Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em Conquista, na “Siqueira Campos”, os ônibus passam num intervalo entre 10 e 10 minutos. Que me perdoem os usuários de coletivos, mas a diferença é pequena, com ou sem corredor exclusivo. Basta deslocar os estacionamentos para as transversais da avenida, a partir do Centro de Cultura até as imediações da Rua Coronel Gugé (Ponto do Saruê).

As avenidas mais antigas em Conquista são estreitas, como a Frei Benjamim, Maranhão, Pará e a própria Siqueira Campos, e esta última é a que tem a menor circulação de ônibus. A Regis Pacheco é larga e curta. A Bartolomeu de Gusmão tem duas vias e a Fernando Spínola não tem como fazer esse procedimento.

É verdade que a questão da mobilidade urbana é um dos principais problemas de Vitória da Conquista, mas essa experiência só provoca mais confusão e transtorno. A única saída da Siqueira Campos é retirar os estacionamentos, ou impedir que os coletivos cortem o centro, passando pelo Banco do Brasil. Não vejo razão nessa chiadeira dos comerciantes.

O mais grave no momento, no setor de transportes, é a demora do poder executivo na licitação de novas empresas para substituir as duas que entraram em falência, sem falar da falta de regulamentação das vans e outros veículos particulares que rodam na cidade de forma clandestina. Os coletivos andam superlotados, sem contar que sempre passam atrasados nos pontos.