MOMENTOS DE TORMENTOS
Nova autoria do jornalista e escritor Jeremias Macário
A noite rasteja lentamente;
Lá fora, sacodem ventos:
Tiram a visão dessa gente,
Nos momentos de tormentos.
A bruxa acende sua tocha,
Pra afastar corvos agourentos,
Que querem sugar minha mente,
Nos momentos de tormentos.
O sol demora a raiar,
Para espantar meu sofrimento,
Dessa peste, sufoco sem ar,
Como trevas brocar meu pensamento,
Nos momentos de tormentos.
Esse templo está contaminado;
A cancela abriu para os demônios;
A saudade não mais dói;
Só ficou o buraco no peito,
Estendido em meu solitário leito,
Que me corrói,
Nos momentos de tormentos.
A abelha fabrica o mel;
Em sua colmeia faz a ceia;
A aranha tece sua teia;
A formiga, seu formigueiro;
O ser humano destila raiva e fel;
Só sabe separar bem e mal;
Cada um com sua flor e dor,
Com seu conflito existencial,
Nos momentos de tormentos.