Sempre costumo ler em meu quintal para aproveitar o ambiente mais aprazível da natureza que me acolhe com seu cheiro único do chão e das plantas. Mesmo concentrado na leitura, observo pela fresta do meu pensamento os pássaros nos galhos fazendo também a sua função de predador de alguns pequenos insetos e retirando do néctar das flores algo doce para se alimentar. Alguns cantam e tem até uns que tentam se acasalar. Numa tarde, quando me encontrava absorto no tempo existencialista da vida, apareceu um passarinho pensador e pousou bem próximo a mim no varal de roupa. Era um pequeno colibri que ali ficou por uns cinco minutos me fitando e, como numa hipnose, penetrou em minha mente para acalmar a minha aflita alma nesses tempos tão difíceis. Como estava com minha máquina ao lado (lente de pouco alcance) deixou que desse alguns cliques, abriu as asas e se despediu de mim deixando a sua mensagem de que não adianta tentar desvendar os mistérios da vida. Ela segue o seu curso natural e pede para nunca desistir, mesmo diante das dificuldades.